sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Vida Longa e Próspera



Trata-se de uma obviedade, mas registro aqui a título de homenagem: junto ao Príncipe Valente, Mr. Spock foi o maior ídolo de minha ainda não terminada adolescência. Valente pela Nobreza, e Spock pela Racionalidade.

Comentário do Papai ao saber que Leonard Nimoy morreu hoje, aos 83 anos:
- “Broto!”

(SP, 27/fev/2015)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Um Panda entrevista Uma Gata


Apresentamos aqui o que pode eventualmente vir a ser uma série de entrevistas com Damas. O assunto é o que Todo Mundo deseja ouvir e saber, ou melhor: o que todo Homem gostaria de saber das Mulheres, dando espaço ao que toda Mulher teria a dizer a estes pobres Manés.

As indagações são indisfarçadamente indiscretas, existindo no entanto diversas alternativas para as respostas: podem ser opiniões ou experiências pessoais, podem ser o que pensam as Amigas ou o que se tenha reparado nelas, ou mesmo no Universo Feminino; talvez um devaneio sobre o Mundo Ideal, talvez uma mentira encabulada ou escancarada. Nunca saberemos o que realmente estava na cabeça da Dama quando ela disse aquilo, mas na verdade nós efetivamente nunca sabemos o que realmente estava na cabeça de uma Mulher quando ela disse qualquer coisa.

Ao longo do Carnaval 2015 em uma Fazenda em no Sul de Minas Gerais, Renata S. topou ser a primeira inquirida. Ao longo de 4 dias respondeu a perguntas em momentos distintos, algumas vezes (que serão indicadas) com platéia.

A primeira pergunta foi algo confusa, mas ela se saiu com brilhantismo – como aliás em todas as respostas.

1) Os Homens falam alguma coisa às Mulheres que não deveriam falar, ou deixam de perguntar algo que deveriam?
- “Ótimo! Diga aí para os seus Leitores: ao invés de perguntar ‘foi bom para você?’, vocês deveriam perguntar ‘como seria bom para você?’”

2) Uma cantada indesejada é um incômodo ou uma lisonja?
A resposta veio imediata, e acompanhada de uma mesura:
- “Estamos aqui para isto...”

3) Segundo dia.
Alguma cantada é mais eficiente?
- “Nada agressivo ou excessivamente objetivo, perde ponto. Uma coisa boa de dizer: ‘você mexe comigo!’. Fazendo assim...”
O que se seguiu foi uma irrepreensível demonstração. Estávamos tomando drinks à beira de uma piscina à noite, ela se afastou um pouco do Entrevistador e da Prima Laura (que chegara a tempo de ouvir a pergunta), se aproximou andando e passou com um movimento natural, como se eu estivesse no balcão de um Bar, deixando no ar uma brisa e um som:
- “Você mexe comigo.”
Fiquei aturdido. Foi como se um vento passasse e deixasse uma mensagem no ar. Ela voltou e disse:
- “A Mulher vai ficar pensando nisto a noite toda!”
A Prima Laura se entusiasmou:
- “É isto mesmo! Mulher fica sim, a noite toda pensando!”

4) Terceira noite, no Salão de Jogos. Maridão presente, as regras lhe foram explicadas. Question:
Sexo anal: prazeroso, sofrido, é prêmio, é o quê???
O próprio Maridão tomou a frente:
- “Esta resposta se encaixa no caso ‘ela tem uma Amiga’: ela tem uma Amiga que prefere o anal ao... ‘habitual’.”
Perguntei:
- “Sim, mas... e as demais? Qual é a opinião feminina?”
Ele mesmo respondeu novamente:
- “Esta resposta está nas regras. Você já teve sua resposta, e é tudo o que terá.”
(*)

5) Quarta noite; na presença de Mlle. François.
Mulher dá em cima? Dá cantada? Homem resiste, ou a Mulher determinada sempre consegue o que quer (significando que os Homens são meros capachos)?
- “Mulher não dá cantada, não telefona. Ela dá mole, dá uma leve e sutil mole, mas se o cara ignorar (ou fingir ignorar), tchau. Não vamos atrás e muito menos telefonamos. Não, a Mulher não fica com todo mundo que gostaria.”

6) A última indagação foi apresentada na 5ª feira de Cinzas por whatsapp; a troca de mensagens segue abaixo.
Interviewee:
Nosso intrépido Reporter e A Gata Em Questão
- “Estou com amigas “gatas”.”
- “Falando do Panda que entrevista Gatas.”
- “Estão interessadíssimas!”
Interviewer:
- “Falta falar sobre um assunto: Homens Casados.”
- “Mais interessantes? Menos interessantes? Menor comprometimento? Desafio? Fáceis ou Difíceis? Interessantes? Nem pensar?”

A resposta chegou 41 minutos depois, e não sei dizer se houve algum debate.
- “Ser casado ou não não interfere no interesse. O que vale é o HOMEM.”
- “Respondido?”

A entrevista estava acabada. Thank you, Renata S.!

(*) Posteriormente ela respondeu à pergunta:
- “Apesar de conhecer mulheres que gostam e liberam com prazer, eu diria que a maioria sente tesão no tesão que provocam no homem. Enquanto isso, mordem o travesseiro. E rezam pra ser uma rapidinha!”

(Sul de Minas, Carnaval 2015)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Casada ou Solteira?


Taylor Swift define seu Estado Civil como: “Inamorável”.


(Revista VEJA 2396, 22/out/14)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Are You Experienced?


Pergunta:
- “A senhora (...) passou muitos anos apenas obedecendo. Como se sente mandando agora?”

Resposta
- “(...) tudo que as mulheres querem ouvir após os 50 anos não é ‘eu te amo’, mas ‘sim, senhora’!”


(Ministra Cármen Lúcia (VP STF), em entrevista publicada nas páginas amarelas da revista VEJA datada 17/set/2014.)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

50 Tons de Cinza


A estréia mundial hoje do filme “Fifty Shades of Grey” propicia um relato do meu histórico com tal “opus”.

Sou um Leitor voraz. Já fui até chamado de “page-turner”, não sei se com o objetivo de um elogio, mas não me soou como se o fosse.

Assisti ontem ao interessante filme “Liberal Arts”, que tem uma ótima visão da Leitura. Em um dos magistrais diálogos é desenvolvida a seguinte seqüência de raciocínio (em tradução e adaptação absolutamente pessoais):
“ O propósito da Literatura é combater a solidão.
  Mas ler muito acaba com a sua vida social.
  A Literatura portanto aumenta e diminui a solidão simultaneamente!”
(Vale a pena ver no mesmo filme o hilariante debate sobre a ‘saga’ “Crepúsculo”.)

Como qualquer Leitor ávido, estou em permanente busca de outras coisas boas e principalmente ótimas para ler; o estoque existente é exaurido muito rapidamente.

Desta forma, quando “50 Shades of Grey” começou a fazer sucesso no exterior, eu o procurei em uma FNAC com o propósito de adquisição. Peguei um exemplar, e comecei a lê-lo. Uma página aqui, outra lá, mais outra acolá, mais uma tentativa... não dava. Ruim demais! Fui embora sem o pocket book, e bem decepcionado: afinal, era uma trilogia a menos.

Algum tempo depois algumas Amigas no Facebook (na época eu estava no Facebook) começaram a elogiá-lo muito. Como se tratava de pessoas que eu admirava, e o sucesso do livro não parava de crescer, e o assunto evidentemente me interessava, fui à Livraria Cultura e novamente peguei um exemplar e folheei... li aqui e li ali... tentei... porra, não dava! Ruim DEMAIS, impossível ler aquilo! Desisti reassegurado, e larguei a idéia.

Mas o sucesso continuava a aumentar! E após mais alguns meses o livro saiu na capa da VEJA! “Não é possível”, pensei eu, “devo ter tido algum preconceito, eu PRECISO ler este livro, é uma questão de update pessoal!” Fui então à Saraiva, e pela terceira vez peguei o bendito livro, sempre em inglês.

Eu tentei, juro que tentei. Mas o livro é PÉSSIMO! HORROROSO! INACREDITAVELMENTE RUIM! INTRAGÁVEL! Abandonei de vez a idéia da trilogia – e note que já li até as tríades “Hunger Games” e “Maze Runner”!

Como desencargo final de consciência, pesquisei as opiniões sobre o Livro na Amazon.com. E minha recomendação é: leia as opiniões sobre o Livro na Amazon.com! São de rolar de rir, muito bem escritas, hilárias ao extremo. Uma delas tem como título (tradução pessoal):
- “Não é o pior livro que já li... Não, espere aí: É SIM!!!”
Um outro inicia sua avaliação com a seguinte observação:
- “Não é à toa que a Autora deste livro utilizou um pseudônimo para publicá-lo: se tivesse escrito tamanha porcaria, eu faria o mesmo!”
Um terceiro faz um summary da trilogia inteira em um único parágrafo, antológico! Não resisto, e transcrevo ao final deste texto (*).

Outros trechos de avaliações:
- “Se você tirar as partes onde a personagem feminina está corando ou mordendo os lábios, a trilogia será reduzida a 50 páginas.”
- “Ela tem um orgasmo se um chapéu cai no chão. Ele diz o nome dela, e ela tem um orgasmo. Ele a toca, e ela tem um orgasmo. Ela tem um orgasmo por página!”
- ”Os personagens parecem saídos da fantasia sexual de uma adolescente. Dá a impressão que duas adolescentes se juntaram e decidiram criar o “homem dos sonhos”, e então surgiu este bilionário (não é ‘milionário’, é ‘bilionário’) que fala francês fluentemente, toca piano como um concertista, é piloto de avião, atleta, lindo de morrer, alto, com um corpo perfeito, um pênis enorme, o melhor amante do planeta e usa seu dinheiro para combater a fome mundial. E nunca trabalha: passa todo o tempo ou fazendo sexo ou mandando e-mails para a personagem central.”

Em resumo: quem elogia uma gororoba destas não o faz por apreço à Literatura (é improvável que "I don't make love, I fuck hard" seja merecedor de veneração artística), mas por motivos outros: o estilo batizado de "mommy porn", o 'plot' do vigoroso Sr. Grey, a ‘profundidade’ da abordagem, ou então a incansável repetição do tema em um estilo bate-estacas.

Portanto, meu Amigo...

... vai fundo que o buraco é raso!


(*) “Once upon a time...
I'm Anastasia. I'm clumsy and naive. I like books. I dig this guy. He couldn't possibly like me. He's rich. I wonder if he's gay? His eyes are gray. Super gray. Intensely gray. Intense AND gray. Serious and gray. Super gray. Dark and gray. [insert 100+ other ways to say "gray eyes" here]
I blush. I gasp. He touches me "down there." I gasp again. He gasps. We both gasp. I blush some more. I gasp some more. I refer to my genitals as "down there" a few more times. I blush some more. Sorry, I mean I "flush" some more. I bite my lip. He gasps a lot more. More gasping. More blushing/flushing. More lip biting. Still more gasping.
The end.”

(SP, 12/fev/2015)

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Precision of Language

 
Ao me perguntar se alguém “está bem”, peço a você o obséquio de ser específico/a.

Você quer saber se Fulano está bem... no ponto de vista de Fulano, ou no meu???

Em geral, se for no ponto de vista de Fulano, está muito bem. Ama muito tudo isto.

Mas se for em minha opinião... TÁ MAL PRA CARACA!!!

(Rio, fev/2015)