domingo, 31 de agosto de 2014

A Única Superbanda Brasileira




RPM, último show da excursão “Elektra”
29 de agosto de 2014
Audio SP – Barra Funda, São Paulo City

Vou a shows desde o início dos anos 70, quando RGG me levou para debutar com um espetáculo de Raul Seixas, não lembro se no Teatro Ipanema ou no Tereza Rachel (aka. “Terezão”), não sei se turnê “Krig-ha, bandolo!” ou “Gita”.

Talvez eu tivesse 17 anos, e fiquei tão desbundado e estupefato (Frederiko on guitars!) que assisti a TRÊS shows em seguida, na sexta, sábado e domingo. E assim acabaram tanto aquela temporada do Raul que o estourou como sucesso como minha virgindade quanto a shows de Rock.

Devem existir uns vinte (talvez um pouco mais) shows ao longo de 40 anos de experiência que considero “um dos 5 melhores shows que eu vi na vida”. Entre eles está o RPM em São Paulo em 1986 ou por aí.

Na última sexta-feira do mês de agosto leio no jornal que o RPM vai tocar HOJE no AUDIO SP (Francisco Matarazzo, Barra Funda), e somente hoje. É o show final da turnê “Elektra” do ótimo disco que lançaram no ano passado, e que obviamente eu tenho. E obviamente eu vou.


Somos privilegiados por podermos conviver com uma Superbanda em nosso País. Schiavon é um tecladista progressivo, um GRANDE tecladista progressivo, e que sabe (muito bem) misturá-lo com o eletrônico e o dance, Tony Banks + Flake ou então Mark Kelly tocando Vive La Fête. Essencial ao som do RPM, como aliás são todos: é impossível imaginar a Banda sem um de seus Quatro Coiotes originais. Deluqui é um guitarrista elegante, elegantérrimo, a exemplo dos também elegantes Elliot Easton do THE CARS (infelizmente econômico – ou talvez humilde - um tiquinho além da conta) e obviamente David Gilmour. Pois Deluqui é elegante e desbundante, estrela rocker não espalhafatosa. Quanto ao P.A., bastar dizer que o cara toca ao vivo COM HEADPHONES!, ou sei lá como se chamam aqueles fones de ouvido de estúdio. Pois o batera usa ao vivo. E PRM é um compositor maravilhoso, baixista funkado, grande mestre de cerimônias, cheio das mais brilhantes e profundas referências musicais - que desfila ao longo de todo o fantástico show: tem Ruby Tuesday, tem Love in Vain, tem You Can’t Always Get What You Want, tem Exagerado, Wish You Were Here, Lionel Ritchie, camiseta do “The Slider” (tenho um poster GIGANTE em minha sala). Tem referências ao “Quatro Coiotes” (“nosso patinho feio”) (porque não o relançam, cacete, já procurei como o obsessivo que sou pelas Grandes Galerias e nada!), ao “Radio Pirata ao Vivo” (Caetano e Secos & Molhados), tem música nova e tem coisas do “Elektra”. A casa não está lotada, o que é perfeito em um show (para quem está na audiência, pelo menos): dá para chegar perto e/ou pertinho do palco, curtir em pessoa, dançar demais, it’s only rock’n’roll but i like it!

Um show sensacional, maravilhoso, delicioso, animadérrimo.

Recomendo adquirir o “Elektra”, o primeiro disco (“Revoluções por Minuto”) e o DVD “Radio Pirata - o Show” de 1986 e lançado em dvd em 2008. E você pode também me ajudar a encontrar o “Quatro Coiotes”.

Espero te ver no próximo show do RPM. Vai ser um dos 5 melhores da sua vida!

(São Paulo, 31 de agosto de 2014)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Não Apenas Um Rostinho Bonito


Perdi as primeiras 2 semanas de aula na Engenharia depois de passar no Vestibular. Com 17 anos de idade fui acometido de herpes zóster no canal auditivo, afetando parcialmente controles musculares e cerebrais do rosto. Fiquei por um longo período não apenas com metade da face paralizada como também isolado do Mundo, sendo aquelas duas semanas somente a reta final. Minha Mãe achava que eu iria morrer (não foi a única vez), e em seu Amor Materno se lamentava:
- “Se era para ele morrer, era melhor que tivesse tido a moto que tanto queria!”

Mas sarei, e com autorização médica e ainda com metade da face paralizada passei a freqüentar a Pontifícia Universidade e retornei às aulas de inglês no IBEU. Um aspecto positivo daquela quarentena foi que perdi o trote de calouros (uma das provas irrefutáveis da Imbecilidade da Raçumana), e não tive o pixaim raspado.

O reencontro com o Grande Amigo RGG nas escadarias do IBEU foi antológico: eu rindo dele careca, ele rindo de meu riso meia-face (literalmente meia-boca!). Ríamos tanto um do outro e daquela situação esdrúxula que tivemos que sentar no chão para não urinar nas calças.

Aprendi nesta vida que jamais nos recuperamos por completo dos percalços físicos que porventura tenhamos tido ao longo da existência. O tornozelo direito e o joelho esquerdo seriamente contundidos em inocentes jogos de futebol na praia e playground na infância e adolescência voltarão a inchar e inflamar quando você peregrinar a pé pelo Caminho de Santiago quase 25 anos após as contusões. O olho que levou uma bolada certeira terá crises esporádicas de ofuscação gratuita passados 40 anos do incidente. A urticária alérgica provocada pelo ataque simultâneo de 50 carrapatos quando você subiu a Serra das Araras voltará a te atormentar a cada biênio, religiosamente. A operação de hérnia inguinal se manifestará poderosa quando você fizer uma longa caminhada na China, um lustro após a intervenção cirúrgica.

E aquela herpes zóster que estava esquecida é descoberta 4 décadas depois em seu dia-a-dia, quando você olha suas fotos atuais. Ela aparece em todas em que você sorri, um lado do rosto fica menor, diminuído, algo atrofiado. Um olho mais fechado, um sorriso torto, uma face mais assimétrica do que o usual.

Você descobre que, definitivamente, não é apenas um rostinho bonito...

(SP, 27/ago/2014)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Eleições chegando

 
“Política é teatro.”

(João Cerqueira de Santana Filho (1953- ), citado por Dora Kramer n’O Estado de São Paulo em 22/ago/2014, página A6)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Baudrillard


“O comunismo, hoje desintegrado, tornou-se viral, capaz de contaminar o Mundo inteiro; não através da ideologia nem de seu modelo de funcionamento, mas através de seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação da vida social.”

(Jean Baudrillard (1929-2007), citado por Arnaldo Jabor n’O Estado de São Paulo em 19/ago/2014, página C8)

Outras frases do Sociólogo e Filósofo francês:
“O Sistema gira (...) sem fim e sem finalidade.”
“Nunca teria havido ciências humanas nem psicanálise se tivesse sido milagrosamente possível reduzir o homem a comportamentos racionais.”