segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Facebook na sopa


Não tenho a menor idéia de quais sejam os motivos que levam alguma Pessoa a querer fazer publicidade de sua vida pessoal -  ou da vida daqueles que o/a cercam - em redes sociais.

Pessoalmente sou do tempo em que se acreditava que "em boca fechada não entra mosca".

(Lagoa, 13/nov/2016)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Exclusivity Talk


Este texto só traz novidade para quem nasceu há mais de, digamos, 39 anos.

Minha pergunta favorita ao encontrar alguém que não vejo há muito tempo sempre foi:
- “Você está namorando?”

Com esta simples pergunta única consegue-se um máximo de informações úteis a respeito de uma Pessoa.

Sempre fui muito criticado pelas pessoas que porventura estejam à volta por fazer tal questionamento. Mas sempre tive respostas bastante completas – e satisfeitas – por parte dos inquiridos, o que me incentivou a continuar perguntando.

No entanto, de alguns anos para cá, as respostas mudaram. Ninguém diz mais que “estou namorando”, por mais comprometidos que sejam os relacionamentos! A Filha de 22 anos daquele belo casal carioca vai passar um período com seu (ooops, quase ia dizendo “Namorado”) “Amigo” austríaco, com quem vai cohabitar, sem ninguém mais morando na casa, certamente em cama de casal, na Áustria... mas Não!, não estamos namorando!

O que acontece atualmente é muitíssimo diferente do que era há, digamos, 39 anos. Todo mundo transa com todo mundo, ou pode transar, ficar à vontade, o que der na telha, o que seja, whatever, cada caso é um caso, não há regras ou padrões ou um roteiro a seguir. As Pessoas são livres. Se te parecer interessante, pode transar, ou não, sem melindres. O Mundo evoluiu. Muito.

MAS... de repente, suddenly, pode haver um interesse diferenciado. Uma vontade de algo mais... a dois. Somente a dois.

Acontece então o “Exclusivity Talk”!

Nesta conversa define-se (ou não) uma exclusividade. Tudo o que passou passou, não interessa, não vem ao caso, agora a história passa a ser outra, outras regras, ou simplesmente um única outra regra: começa a haver exclusividade. E pronto.

Mas ainda assim...
- “Não, não estamos namorando!”
- “Mas não tiveram o exclusivity talk?”
- “Sim, tivemos... mas não estamos namorando!”

Agora é assim.
É assim que funciona o Mundo hoje.

Isto é: se você não tiver nascido há mais de, digamos... 39 anos!


Nota 1:
Uma definição que li há algum tempo que ajuda a esclarecer a dúvida quanto a “Namoros”:
“Namoro é quando os dois se encontram de dia!”

Nota 2:
Tenho conhecimento que o corriqueiro seria “coabitar”, mas “cohabitar” me parece muitíssimo melhor.

Agradeço à bela e dinâmica Engenheira Americana Vascaína SdCR que me ensinou isto por whatsapp há muitos meses. Me fez compreender a atualidade, me modernizou,  me levou a entender o mundo ao longo estes muitos meses, me deixou preparado. Este 23 de agosto de 2016 marcou 15 anos de sua ida embora do Brasil; hoje ela ilumina o Mundo, primeiro London, depois Miami, atualmente San Francisco.
Isto, claro, depois do Rio.
E de São Paulo. 


(Itaim Bibi, 23 de agosto de 2001+15)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Bartleby Revisited



- "Quais problemas com Mulheres você prefere enfrentar?"

- "Eu preferiria não..."


(Uma pequena homenagem a FM-L. Itaim Bibi, 22/ago/2016)

terça-feira, 31 de maio de 2016

LLLLLLLL


Tenho alguns Amigos que têm consoantes duplicadas nos sobrenomes: Estrella, Martinelli, Villa, VASCO-ncellos, provavelmente outros.

Fico imaginando o que aconteceria a estes sobrenomes caso os Amigos recorressem àqueles Profissionais que resolvem as vidas dos outros simplesmente duplicando-lhes uma letra do sobrenome. O quê lhes passaria?
  • Cortariam uma letra: Martineli
  • Duplicariam outra consoante: Esttrella
  • Triplicariam a letra: Villla
  • Trocariam parte do nome: DAGAMA-ncellos
  • Teriam que tentar fazer alguma coisa além de maquiar o sobrenome para resolver a vida
  • Não tem jeito, your fate is doomed!

E quem se chama Garcia. Vira Garrcia? Garccia? Ou talvez Gharssya?

Hay que ser muy buen Profesional para se resolver la vida de quién tiene sobrenommes desttes tippos!


(Nota: a este respeito recomendo fortemente a história “Spell my Name with an ‘S’” de Isaac Asimov, em seu Livro das Revelações “Nine Tomorrows” de 1959.
Fortemente!)

(São Paulo, maio/2016)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Pico da Bandeira


(SPOILER – aviso que não vou contar o final da história; prossiga por sua conta e risco.)

Em junho de 1996 comemorei meu 40º aniversário trilhando o Caminho de Santiago na Espanha (850 km a pé da França a Finisterrae).

Ao fazer 50 anos, subi as Agulhas Negras e as Prateleiras (Itatiaia, RJ).

60 anos se aproximando, optei por cumprir um antigo sonho de RGG, que infelizmente partiu 15 dias antes de tal realização para um Exile on Antofagasta Beach (I miss you, Friend!): Pico da Bandeira, o terceiro pico mais alto do Brasil. Fica no Parque Nacional do Caparaó, divisa MG / ES. O início da subida se dá em Tronqueira, a 1.970m; o campo-base fica no Terreirão a 2.370m (desnível 400m); e o Pico está a 2.892 metros (desnível do ataque: mais 522m).

Início da trilha
Vai aqui uma confissão pessoal: durante as semanas de preparação da expedição, nunca achei que iria conseguir. Condições físicas se deteriorando rápida, forte e muito dolorosamente nos meses anteriores; preparo físico e exercícios Zero; meus únicos ativos sendo a Determinação e a grande experiência com este tipo de Aventura, reforçados por dispor de antemão dos equipamentos ideais.

Eu nunca pensei que iria conseguir... mas aqui vem o ponto: isto não era motivo para não tentar! Vai lá, mete as caras, se não der não deu, at least you tried, valeu a Aventura, e... vai que dá certo? Às vezes é possível, sim!

Terreirão (campo-base)
Quando alguém – normalmente donos de pousadas, palpiteiros de restaurantes, lojistas ou devaneadores – te disser “a subida do Pico da Bandeira leva 3 ou 3½ horas”, PODE XINGAR o indivíduo! Faça-o por mim, POR FAVOR! Todo mundo diz isto, mas na verdade a subida é PAVOROSA, muita pirambeira forte, muita pedra solta, muita pirambeira forte, muita pedra solta, muita pirambeira forte e muita pedra solta!

A respeito dos 800 metros finais, replico o comentário de uma Estudante (tinha um grupo de 150) na descida:
- “Aquilo não é de Deus...”

Algumas sugestões pessoais caso você planeje fazê-lo:
  1. Não cumprir tudo em 1 só dia. Subir na tarde anterior até o Terreirão (leva umas 3 horas, e é puxado) e acampar lá. O desnível total (líquido) de 900 metros equivale a subir e descer o Empire State Building três vezes em um só dia... além das subidas e descidas ao longo da trilha!
  2. Vá com um Guia. Ele conhece as manhas, aponta as coisas, dá as dicas, carrega muito peso, e não atrapalha; só ajuda.
  3. Na madrugada ou manhã seguinte (sua escolha), suba até o Pico: cerca de 4 horas, e é MUITO puxado. É a melhor forma de assegurar – ou ao menos aumentar a probabilidade – de tempo firme e visibilidade. Com o passar do dia, as nuvens vêm e vão, a névoa vem e vai, a visibilidade vem e vai. Às vezes, só vai. De manhã cedo é (um pouco) mais garantido.
  4. Comece a descida 5 horas antes do Pôr-do-Sol. SAIBA a hora do Pôr-do-Sol.
  5. A noite lá em cima é linda. As de Lua Cheia – como a que pegamos – são belíssimas, iluminação inacreditável. Mas são também – evidentemente – as mais concorridas; portanto,
  6. Vá em um dia de semana. Dizem que o período ideal é junho – julho; depois disto, começam as chuvas.

O pico a "apenas" 2km
(e desnível líquido de 300m)
Subi com instruções otimistas e erradas (otimismo é um erro, sorry pela redundância), e assim levei alimentação errada. Para fazer em apenas 1 (exaustivo) dia, você precisa muito mais de líquidos e muito menos de sólidos – o que não era o caso de meu farnel.

Leve LANTERNA, pois caso o trajeto demore mais tempo do que o estimado (o que é praticamente certo, sempre), nada é mais deprimente do que descer trilha na mata com iluminação da lanterna do celular. Levar lanterna para a Montanha é OBRIGATÓRIO. Sempre, mesmo que você só vá passar 1 hora. Como diria aquele Economista:
- “É A LANTERNA, ESTÚPIDO!”

La Luna llena
A descida é igualmente terrível, e aqui vai uma DICA PRECIOSA: antes de começar a descer, FIXE BEM suas botas de trekking. Amarre-a bem, firme seus pés. O motivo é simples: o peso de seu corpo reforçado pela acentuação da aceleração da gravidade na descida está todo jogado no atrito de seus pés contra o calçado. Se não estiver firme, o pé escorrega por dentro da bota e se apóia TODO nos dedinhos do pé. Todo o seu peso é concentrado nos desacostumados dedinhos, a cada passada, e com toda a força de seu peso. É bolha na certa!

Recomendação CRUCIAL: não consumir toda a energia na subida, lembrar que as descidas demandam muito; forçam os joelhos, principalmente se o piso não for bom - o que é o caso.

Recomendação pessoal: levar cajado. Tem gente que prefere sticks, tudo bem; sou da turma do cajado. Graças a isto, quando cruzei com uma Sem-Noção na descida, ela quis tirar uma foto minha: “Um idoso com cajado subindo o Pico! Qual é a sua idade?” Respondi “oitenta”, e para meu desespero ela e seu grupo ACREDITARAM!!! Morto de humilhação tive que corrigir dizendo que quando saí lá de baixo eu tinha 59, mas que agora me sentia com 80.

Se consegui ou não fazer o Pico? Só conto pessoalmente...


(Meu agradecimento especial a Ane por ser completamente Companheira nesta e em tantas – tantas! – outras Jornadas.)


(Sobre o equipamento: mochila Deuter Futura 32 litros AC (Caminho do Sol); bota SALOMON Revo 3D Fit Seamless (Everest); cajado com altura de 1,80m comprado em Alto Caparaó; relógio CASIO PROTEK triple-sensor com altímetro (fundamental), barômetro e bússola. Eu tinha casacos, corta-vento e fleece de Everest, Antártica e Pólo Norte, exagerados para uma expedição diurnal mas que teriam sido excelentes para dormir no Terreirão.)

(Em 21 de maio de 2016, Alto Caparaó, a 910 km de SPCity (via Miguel Pereira e Cataguases) em um Marea Weekend.)


domingo, 29 de maio de 2016

50% dos Tons de Cinza

 
Os fios brancos em meu cabelo se devem a:
  • 50% Genética;
  • 50% Stress; e
  • 50% Vasco da Gama!


(1956-2016)

terça-feira, 15 de março de 2016

O Arco e os Filhos


KGG estabeleceu há anos um interessante paralelo.

Segundo ele, os Pais estão para os Filhos assim como um Arco está para as Flechas:
- “Enquanto o Arco não disparou a Flecha, ele se empenha ao máximo para dar-lhe a melhor direção possível, o impulso adequado. Mas depois que a Flecha saiu, só resta ao Arco torcer muito, rezar muito, e esperar que a Flecha siga seu Caminho corretamente e encontre o seu Alvo.”

Alguns Amigos e Conhecidos têm Flechas se afastando do Arco, e acompanho-lhes o sofrimento na esperança de que seus Filhos sigam um Bom Caminho. E sempre me ocorre esta comparação.

Uma belíssima imagem.


(SP, mar/2016)

quinta-feira, 10 de março de 2016

Agora não é o momento


Tenho uma sugestão a dar, com base em mais de 21 mil dias de experiência.

Toda vez que você tiver alguma idéia do quê fazer com sua vida – se for uma idéia diferente do usual, do habitual, do comezinho, da segurança – irá ouvir dos Demais:
- “A idéia é ótima, mas... agora não é o momento!”

Segue-se uma ladainha de “crise” (pelo que entendo, o Mundo – ou ao menos o País – já está em crise ininterrupta há mais de 21 mil dias), de “momento profissional”, de uma “oportunidade” imperdível e única que você tem naquele exato momento, ou uma infinidade de outros motivos e coisas que você já deve ter escutado.

Note bem, não estou dizendo que qualquer idéia tresloucada que se tenha seja boa; a maioria não é. O que alerto é que sempre será necessário enfrentar os Acomodados, aqueles que colocam a Segurança acima da Felicidade, a Rotina como mais desejável do que o Desbravamento.

Já aprendi que o Mundo conspira sim a nosso favor; que aquilo que nos propomos e empenhamos a fazer, efetivamente acontece. Tudo depende então de uma boa escolha. Escolha racionalmente; escolha corajosamente; escolha certo.

E aí, soca a bota!

“Caminhos fáceis não levam longe”.
Ou:
“Os riscos que você decide correr determinam a pessoa que você é.”


(SP, mar/2016)

domingo, 6 de março de 2016

Para sua Comodidade


Considero o cartaz da foto anexa uma ode à Hipocrisia - sem contar o erro grosseiro de concordância e o péssimo uso de vírgulas:
“Senhores Clientes, para sua comodidade, queira por favor, retirar o seu carrinho no estacionamento”

“Para comodidade dos Senhores Clientes” (e também das Senhoras, não?) o carrinho de compras do hipermercado deveria estar no próprio piso da loja e não em estacionamentos nos andares abaixo, o que força Senhores e Senhoras Clientes ao “comodismo” de carregarem os carrinhos andares acima.

“Para nossa própria comodidade e economia” seria o texto honesto. Ou então que se deixe a falsa amabilidade de lado, escrevendo simplesmente: “Retirar o carrinho no Estacionamento”. Nem mesmo o termo “favor” se aplica, uma vez que o procedimento é compulsório.

A única réplica que resta aos/às castigados/as Clientes do Hipermercado é deixarem os carrinhos de compras do outro lado do pontilhão que atravessa a Avenida em frente, com uma mensagem igualmente afetuosa:
“Galera do Hipermercado, para sua comodidade favor recolherem os carrinhos aqui, nesta pqp!”


(SP, fev/2016)

sábado, 5 de março de 2016

A Subserviência da Torradeira


Uma das maiores provas da subserviência brasileira àquilo que vem já mastigado dos Estados Unidos são as torradeiras de pão.

Como era gostoso o meu francês
Nos EUA o pão que mais se consome nas residências é o pão de fôrma, em formato de torrada ‘quadradinha’. E assim as torradeiras americanas são dimensionadas “accordingly”; têm o tamanho certo para acomodar o pão de fôrma tão fácil e comodamente encontrado em supermercados, delicatessen, convenience stores e afins.

Já no Brasil, a preferência recai pelos pães artesanais (86%), notadamente o pão francês (52% do consumo); apenas 14% são pães industrializados (*). Justifica-se: aqui existem muitas Padarias, mão-de-obra abundante e de qualidade, pão fresquinho – e muito mais gostoso – a toda hora.

Moderna, linda e preguiçosamente inadequada
E qual o formato das torradeiras vendidas no País? Antigamente tínhamos aquelas adequadas a nossos pães, mas já há muitos anos somente se encontra torradeiras com dimensionamento... americano!

As torradeiras vendidas no Brasil não se destinam aos pães mais vendidos no Brasil.


(*) algumas fontes utilizadas: ABIP (“A importância do Pão do Dia (Tipo Francês) para o segmento da Panificação no Brasil” em http://www.abip.org.br/imagens/file/encarte6.pdf) e SEBRAE (http://www.padariamoderna.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=850)

(SP, mar/2016)

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Ano Bissexto

 
Um probleminha simples de Matemática, proposto por mim.

Um ANO é por definição o período em que a Terra completa uma volta em torno do Sol.

Um DIA é por definição o período em que a Terra dá uma volta em torno de seu próprio Eixo (recomendo ignorar a péssima definição de “day” na Wikipedia). A divisão de um Dia em 24 horas, cada uma com 60 minutos, cada um dos quais com 60 segundos é arbitrária.

Embora um Ano tenha aproximadamente 365 dias, isto não é exato. Leva cerca de ¼ de dia a mais para que a Terra complete um ciclo e retorne a uma mesma exata posição em relação ao Sol. Para contemplar isto, foram criados os anos bissextos a cada 4 anos.

Acontece que um ano não tem exatamente 365 dias e ¼, e assim ao longo do tempo vai se acumulando um outro erro de calendário que necessita ser corrigido – porém a intervalos maiores.

Desta forma, para aproximar-se ao máximo nossos controles de data da real posição da Terra em relação ao Sol, definiu-se que:
  • um ANO tem 365 dias
  • os anos múltiplos de 4 têm 366 dias
  • EXCETO os múltiplos de 100, que têm 365 dias (ano 1800, ano 1900, etc)
  • EXCETO os múltiplos de 1000, que são bissextos e têm 366 dias (daí o ano 2000 ter tido 366 dias).
Com base nestes dados, calcular quantos dias, horas, minutos e segundos tem um ano!


(SP, 29/fev/2016 - ano múltiplo de 4, porém não múltiplo de 100 ou 1000)

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A Resposta Veio do Céu


Não sou exatamente “religioso” – pelo contrário, acredito que a palavra “Fé” seja o antônimo de “Racionalidade” (um dos muitos antônimos). Mas cresci e fui educado na Religião Católica, de forma que minhas referências religiosas sempre estarão relacionadas a este Culto.

Em janeiro de 2011 escrevi um manifesto a respeito da principal oração católica, o Pai Nosso (em http://www.umpandaemsaturno.com/2011/01/minimo-esforco.html). Lá questionava o que considero um excessivo comodismo da oração, onde o Fiel pede que o Pai-Nosso-Que-Estais-No-Céu faça tudo por ele, enquanto O Bom Fiel fica só esperando que no colo lhe caiam o maná e o perdão. Apresentava então uma sugestão de Oração que implicaria uma promessa de esforço e dedicação do Fiel, que se comprometia em batalhar por ser uma Pessoa melhor, e que apenas pedia a ajuda do Pai Nosso para tal.

Enviei aquela proposta de Oração a algumas pessoas próximas (Familiares & Amigos) mais ligadas ao dia-a-dia religioso para saber-lhes a opinião. Emboras alguns mais carolas não tenham compreendido o conceito envolvido (cheguei a ser chamado de sacrílego e ameaçado com o fogo do Inferno, fiquei morrendo de medo!), outros entenderam a mensagem  até me apresentaram outras alternativas e diferentes enfoques. Thanks!

Uma das Pessoas a quem enviei o texto naquele janeiro de 2011 foi a muito querida Tia Mirian, extremamente religiosa. Ela faleceu em janeiro de 2015, a 1 mês de completar 83 anos. Meses depois sua filha Laura estava revisando seus papéis e encontrou uma carta endereçada a mim, e ma entregou.  Reproduzo-a a seguir, pois é a resposta de minha Tia àquela proposta, e também e principalmente uma belíssima análise da principal oração católica.

“Querido sobrinho Marcio,

só hoje chegou a minhas mãos “Um Panda Em Saturno: Mínimo Esforço”. Não quero combater sua imaginação sempre tão brilhante, quero apenas replicar da maneira que eu penso.

Vamos lá! O Céu não é longe, pelo contrário, ele cobre toda a humanidade. Por isso Ele, Deus, está presente junto, cobrindo, protegendo a todos. Acho que Cristo quis que para rezar baste olhar para o Céu e lá está Deus, onde você estiver.

“Venha a Nós o Vosso Reino”
É que o Reino de Deus é algo diferente do Reino da Terra, é um reinado onde há paz, amor, tudo enfim de bom. E aí? Cristo quis que nós tivéssemos isso mesmo aqui na Terra. É um pedido legal, você não acha?

Então o “Pão Nosso”... Esse sim, tem mil e uma interpretações. Ao se pedir o pão de cada dia, se está pedindo uma porção de coisas.

E quanto ao resto da oração, você diz: “é tudo pedido!” Mas foi justamente isto que os Apóstolos pediram a Jesus: uma oração para pedir ao Pai. Lembre-se que os Apóstolos eram homens rudes, pobres, ou melhor: pescadores.

O pedir não quer dizer que se fica sentado de braços cruzados. Você pode estar voltado com o coração para o Céu e trabalhar normalmente com os braços, com a mente, etc.

Bem, Marcio, não quero me estender. Você pode replicar a réplica, sou bastante aberta para ouví-lo.

E quero dizer que gostei também de sua maneira concreta de ver a vida.

Beijos da
Tia Mirian”

Muito obrigado pela resposta, Tia Mirian.
E parabéns pela forma que encontrou de enviá-la!


(20/fev/2016)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

The Worst Fears


Só tenho medo de 2 coisas.

Do Homem.

E de seu Melhor Amigo.


(1956 – 2016)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Sugestão a uma Nutriconista


Caso você seja Nutricionista, tenho uma sugestão a dar.

Mesmo se trabalhar em uma enorme Empresa e cuidar de um Restaurante daqueles que chegam a servir mais de 3 mil refeições por dia, e se ainda for responsável pela administração do Restaurante da Presidência & Diretoria, e ademais cuidar da Lanchonete, coquetéis, eventos, e muitos etcs.

Porque sou capaz de apostar que as pessoas te abordam como se você fosse um Consultório ambulante e disponível, com perguntas do tipo “simplesinha e rapidinha” sobre suas dietas, pesos, formas e hábitos. Ou então ficam com receio  de sua opinião ao comerem em Festas e Jantares; ou ainda a própria Anfitriã se preocupa com o que você pensa sobre a comida servida. Como se você as julgasse...

Assim, não me surpreenderia se você preferisse não ser apresentada como Nutricionista, principalmente em Eventos sociais.

Mas tenho uma sugestão, e ela se aplica principalmente para quem te procurar para definir um Programa de Alimentação. Baseia-se em uma cuidadosa, longa, criteriosa e diária observação do confiável Universo Amostral de que disponho: eu mesmo. Afinal, você certamente virá a ter um Consultório, pois suas observações pessoais são sempre sábias e preciosas.

Refiro-me à comida fora de hora, especialmente aquela antes de dormir.

Sempre tive fome (ou vontade de comer) tarde da noite. Sou de opinião que a dúvida que mais se repete ao longo de nossas existências – ao menos da minha – é: “comer com sono ou dormir com fome?” Esta questão me assombra desde a adolescência, portanto observo este comportamento há cerca de 15 mil dias.

Li certa vez que a vontade de comer antes de dormir – notadamente nas noites de domingo – seria derivada de Ansiedade. Insatisfeita com o que teve ao longo do final de semana que está acabando, a Pessoa quereria ainda um pouquinho mais, e a Comida serviria para mitigar tal sentimento. “Mais uma dose? É claro que eu ‘tou a fim...”

A este motivo (que me parece correto) acrescento que o fato de que dormir tarde certamente leva o Organismo a necessitar alimento, afinal já se terão passado muitas horas desde a última refeição.

Desta forma, Cara Nutricionista, minha sugestão é simples: recomende a quem te procura que durma cedo. Além de ser um hábito obviamente saudável, evita uma refeição (normalmente composta por porcarias salgadas ou porcarias doces, ou provavelmente ambos) desnecessária, que é causada por Ansiedade. Dormir cedo emagrece!

E meu muito obrigado por seus Conselhos sempre preciosos!


(SP, fev/2016)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

- "Você não entende!"

 
Não é que eu não entenda.

Entendo sim.

E acho completamente estúpido!


(fev/2016)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Prova de Inglês


Ela estava desesperada, e telefonou para o Amigo. Todo o seu Mestrado – cursado com brilhantismo – estava em risco. Uma última matéria a prendia, ela a cursava pela 3ª vez e aquela era sua última oportunidade: Inglês. Era a Prova Final (pela terceira vez!), e ela tinha certeza de que não iria passar. Será que ele, que sabia bastante Inglês, poderia ajudá-la?

No dia seguinte ele foi àquela Universidade onde jamais pisara, entrou no Salão de Provas, recebeu o Exame Final – a tradução de um longo texto – e preencheu as 4 faces de um papel almaço. Pediu uma segunda folha de almaço, a deixou em cima da carteira junto ao enunciado, sinalizou para ela e foi ao banheiro com sua versão do texto. Lá explicou-lhe que aqui e ali não saberia traduzir perfeitamente, pois tratava-se de termos técnicos, mas que ela certamente saberia complementar. E foi embora.

Hoje ela já cursou Pós-Doutorado, e é uma das mais proeminentes figuras em sua área de atuação profissional.

-x-x-x-x-x-x-x-x-

Nota:
Talvez alguém considere que há algo de errado nesta história. Raciocinemos:
  • o que Ela deveria ter feito, jogado fora 2 anos de vida e empenho, noites e trabalhos, uma Dissertação já defendida, e seu Sonho?
  • o que Ele deveria ter feito, abandonado a Amiga?
  • o que a Escola deveria ter feito, jubilado uma Aluna que se dedicou tanto, e que teve seu valor comprovado com os desempenhos Acadêmico e Profissional posteriores?

Sim, há algo de errado nesta história; mas não é a história...


(SP, fev/2016)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Vive(ndo) la Différence

 
A diferença entre Purgatório e Inferno é que no Purgatório a gente morre.

Enquanto estiver vivo/a, você não tem como dizer se está em Um ou em Outro!


(RJ, nov/2015)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A Parábola da CPMF


Naqueles tempos, um fariseu torrou todas as suas moedas com birita, festas, viagens, night, pagando coisas para os amigos, dando presentes mirabolantes e levando uma vida para a qual não estava financeiramente preparado. Tudo devido a sua falta de disciplina, pela comodidade de não dizer “não” a si próprio.

Depois foi a seus vizinhos pedir dinheiro emprestado com o nobre objetivo de pagar a escola dos filhinhos, pagar médicos ou hospitais, pagar o condomínio. E reclamava:
- "A vida está apertada!"

Coisa semelhante se passava com o Governo, que “precisava” aumentar os Impostos para cobrir despesas com a Saúde. Quão nobre!

Em sua tumba, J.P.Morgan se contorcia e bradava em vão: 
- “Todo gesto tem dois motivos: um nobre e outro verdadeiro!"


(SP, fev/2016)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Swordless

 
Desta vez Deus-Pai-Todo-Poderoso foi mais complacente, e me enviou sem a Espada de Fogo.

Pelo jeito, Ele está mais satisfeito do que Eu...


(1956 – 2016)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Show to the Money

 

Lido há algumas décadas, e nunca esquecido:

“Ao menos uma vez na Vida, mostre ao Dinheiro quem é que manda em você.”

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Desejo de Grávida


Uma Amiga que já engravidou um par de vezes – e que acompanhou muitas outras gravidezes – apresenta uma interessante teoria pessoal.

Segundo ela, o tradicional “desejo de grávida” é pura invenção. Não existe nada disto, ou melhor: é absolutamente igual a qualquer outro desejo ou vontade de comer qualquer outra coisa que qualquer outra pessoa tenha.

Você não tem vontade de comer alguma coisa diferente ou especial às vezes?, pergunta ela. A Mulher Grávida também tem, igualzinho! Só que no caso dela a coisa é tratada como sagrada, obrigatória, afinal ela está grávida! Está trazendo mais um serumano! E toca a mistificar, reverenciar e sacralizar O Desejo da Mulher Grávida, tão comum como o de qualquer mané. E ela, evidentemente, aproveita a incensada ocasião para tirar a barriga da miséria!

Nunca engravidei e nem pretendo, de forma que minhas informações a este respeito sempre serão de segunda mão; mas inegavelmente o argumento tem bastante lógica...


(Conceição do Rio Verde, Carnaval 2016)

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Dois Gumes

 
Ela passou a tarde inteira tirando selfies de biquini na beira da piscina.

Não dava para saber se era para ficar com inveja ou com pena do pobre-coitado que iria receber aquelas fotos...


(FRV, Carnaval 2016)

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Noção de Infinito

 
Um Filho jamais conseguirá expressar a contento o que sente por seus Pai & Mãe.

Ele pode apenas desejar que eles tenham um poderoso Raio-X, para atravessar sua couraça e vislumbrar seus infinitos Amor e Gratidão.


(Fazenda Rio Verde, 6ªf de Carnaval 2016)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Detroit Rock City


Ela estava na estrada à noite dirigindo e falando com ele ao celular, quando subitamente surgiu à sua frente uma colossal frente de caminhão, que vinha na contra-mão.

Ela teve somente o instinto de não assustá-lo; segurou o grito de horror que tentou explodir em sua garganta, e em um ato reflexo cobriu os olhos.

Ele ficou achando que a ligação tinha caído.


(BR-354, 05/fev/2016)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Esclarecimento sobre o Major Tom

Capa original (1969)

Diversas matérias publicadas após a morte de David Robert Jones Bowie são uma clara e triste ilustração da aridez cultural a que estamos submetidos neste Quarto Mundo.

É comuníssimo encontrarmos a heresia “o primeiro sucesso de David Bowie foi ‘Space Oddity’”, o que somente denota a indigência de quem escreveu tal artigo.

Quando o disco “David Bowie” de 1969 foi lançado, teve pouquíssimo êxito. O disco seguinte “The Man Who Sold The World” (1970) também não foi nenhuma maravilha de vendas, e Bowie só começo a fazer algum relativo pequeno sucesso com Ch-ch-ch-ch-“Changes” de “Hunky Dory” (1971), álbum que também trazia “Life on Mars”.

Fama e sucesso vieram mesmo com “Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, de 1972. No ano seguinte lançou  o disco que mais gosto (e a capa mais célebre) “A Lad Insane”, ficou mega-famosérrimo, mas aí já estamos escapando do foco deste manifesto.

Capa do relançamento,
pela qual o disco ficou conhecido
A partir da fama, a RCA relançou aquele disco de 1969 rebatizado com o título de sua primeira faixa, “Space Oddity”, que (para quem não sabe) vem a ser “a música do Major Tom”.

E o que acontece atualmente? Os “analistas”, críticos”, “jornalistas” ou sabe-se lá que outro rótulo assumam, pesquisam a vida de Bowie e procuram qual o sucesso mais antigo, e encontram “Space Oddity”, e a partir daí escrevem a asneira: “o primeiro sucesso de David Bowie foi ‘Space Oddity’”. Não foi, galera. É a música de sucesso escrita há mais tempo, mas não foi a primeira a fazer sucesso.

Quando ler tal falácia, tenha em mente que quem a escreve está concluindo erradamente a partir de uma pesquisa bem-intencionada porém bem enganada.

(fev/16)