quarta-feira, 30 de junho de 2010

ウィー

Imagino que aqueles que consideram que "jogar Wii é a mesma coisa que jogar o jogo verdadeiro" também achem que transar com uma boneca de plástico é "a mesma coisa" que transar com uma Mulher de verdade...

(Nota: ウィー é Wii em japonês)

(jun/2010)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um Lugar para as Pessoas Felizes

Não existe lugar em nossa Sociedade para Pessoas Felizes.

Quem tiver a infelicidade de estar feliz, será tachado de “acomodado”; pessoas satisfeitas são pessoas “com falta de ambição”.

Por outro lado, quem está insatisfeito “é um batalhador”; o infeliz é classificado como um incansável, alguém dinâmico, quase um herói. Estar infeliz e insatisfeito é honroso; a frigidez é icônica!

Não se prega aqui a imobilidade ou a inércia (mesmo porque “a única coisa permanente é a impermanência”); mas não se deve recriminar ou discriminar alguém simplesmente por estar feliz e satisfeito. O dinamismo não está na superfície, na agitação frenética, no atrito gratuito; quem acha que aquele que vive mudando de casa, de emprego, de esposa e de carro é um “desbravador inquieto”, só analisa de forma rasteira.

O mesmo tipo de análise que, por não enxergar ondas na superfície, vai julgar que o oceano está seguro.

“A longo prazo estaremos todos mortos”: visão realmente de longo prazo é tentar enxergar o que vamos levar para além desta existencinha...

(jun/2010)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

HP19BII

Fiquei entusiasmado quando a Hewlett-Packard lançou a calculadora 19BII, na segunda metade dos anos 70. Programável e com avançadíssimas funções estatísticas e de cálculos temporais e financeiros, a calculadora era tudo que um graduando em Engenharia apaixonado por lógica poderia desejar.

O Tio LF viajava bastante ao exterior, e tive a cara dura de lhe fazer uma encomenda, que ele aceitou com prazer. Compartilhando o entusiasmo, ele chegou até mesmo a me telefonar da Europa para dizer que tinha comprado o acepipe, e que o estava trazendo para o Brasil.

Mas a calculadora nunca chegou. Ele colocou o pesado Manual na mala que seria despachada, e a preciosa 19BII na maleta de mão - que foi roubada no Aeroporto de Zürich. Assim, quando o Tio LF chegou ao Brasil às vesperas de um Carnaval no qual eu ia viajar para sua Fazenda, a única coisa que ele pode me entregar foi o Manual.

Levei o Manual para a Fazenda, e sentado à beira da piscina comecei a ler. "Se você é como a imensa maioria das pessoas e não gosta de ler manuais, sugerimos que leia ao menos o Capítulo 1 com as noções básicas e gerais, e que consulte o restanto deste manual à medida que houver necessidade ou quando surgirem dúvidas. Mas se você é um daqueles que gostam de ler manuais, regozije-se: este livro foi feito para você!". Seguia-se a leitura do mais espetacular Manual que já li em toda a minha vida, com verdadeiras aulas teóricas e práticas de Estatística, Programação, Finanças, Matemática e montagem de gráficos (simples). Passei todo aquele Carnaval lendo o benfazejo Manual sentado à beira da piscina, sem a calculadora, e nunca esquecerei o conhecimento adquirido e nem o quanto gostei daqueles dias.

Mas isto não é o principal desta história. Na viagem seguinte o Tio LF trouxe uma outra peça, e pude finalmente colocar em prática tudo o que tinha lido. Perguntei então a ele quanto lhe devia (na época a calculadora devia custar uns US$280). A resposta foi primorosa:
- "Existem dois lados quando alguém faz alguma encomenda em uma viagem. Um é o lado chato, que é procurar, comprar, trazer. E há também um lado agradável, que é dar o presente. Ao querer pagar a calculadora, você está querendo me tirar o lado agradável, e só deixar o lado chato!"

Genial, Tio. Lição para toda a vida.

E muito obrigado pela calculadora (e o Manual)!

(jun/2010)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quem são os Piratas?

Durante a Copa do Mundo de 2010, as camisas oficiais da Seleção Brasileira fabricadas pela Nike estão sendo vendidas por um preço tabelado de R$ 189. Ao mesmo tempo, as camisas oficiais da Seleção Brasileira da Copa de 2006 da mesma Nike estão sendo vendidas por R$ 69.

Uma vez que certamente as camisas vendidas por R$ 69 geram lucro (para o fabricante e para as lojas que as vendem), TODA a diferença de preço da camisa atual (R$ 120 a mais) é puramente lucro adicional.

Enquanto isto, nos camelódromos é possível encontrar "réplicas" praticamente idênticas por R$ 30. Para quem compra a varejo no camelódromo, o preço unitário é R$ 15. Pode-se especular a partir daí qual seja o custo de fabricação das camisas oficiais. E sua margem de lucro. O que demonstra que as camisas oficiais poderiam ser vendidas a preço muitíssimo inferior ao praticado.

É perfeitamente compreensível que por maior que seja o sentimento de alguém pelo "scratch" de seu País, sua correção de comportamento e apego às leis, este alguém não concorde em pagar uma margem de lucro de 90% para um monopolista de camisas. Os fabricantes de produtos oficiais acusam os paralelos de pirataria, mas convenhamos: margem de lucro de 90% não é business; é abuso. É roubo.

Quem são os piratas?

(jun/2010)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os Abutres

Qualquer um que já tenha visto as perguntas feitas pela imprensa esportiva a jogadores e técnicos sabe como a coisa acontece.

Uma parcela dos jornalistas esportivos é composta por abutres que ficam bicando suas presas, tentando criar notícias, inventar fofocas, gerar clima desagradável, pois afinal é isto que vai ser notícia, vender jornal, justificar sua existência. Para egocentricos chinfrins que querem aparecer, o único meio de terem visibilidade pessoal é gatunando parte da visibilidade dos jogadores e técnicos.

Ainda por cima se trata de uma raça covarde, pois se vale de uma arma da qual o oponente não dispõe: o espaço na mídia, que está fartamente disponível ao jornalista.

E mais: apresentam somente suas próprias versões das histórias, nas quais são coitadinhos bonzinhos e os demais são os vilões cruéis e mau-humorados.

''Toda história tem duas versões, uma nobre e a outra verdadeira", parafraseando J.P.Morgan. A Imprensa Esportiva só divulga suas próprias versões nobres. Fica faltando a outra...

A Rede Globo se indispôs agora com o Técnico da Seleção Brasileira. Um repórter esportivo seu ficou recriminando o Técnico durante uma entrevista, balançando negativamente a cabeça em desaprovação ao que ele dizia, e após a justificada reação do Técnico passou a dizer: "mas eu não fiz nada...". É um coitadinho!

É deprimente ver a falta de culhões de pessoas que não assumem seus atos. Assim, muda-se a história para uma versão mais palatável, na qual "eu não fiz nada". Quem conta uma estória diferente do que aconteceu, e adoçando as próprias atitudes, está implicitando que tem consciência que está errado. Mas opta por uma versão falsa na qual saia por cima. A opinião dos outros é o mais importante; o sujeito não se importa em no íntimo saber que é um Mentiroso.

Já em outras cocasiões a Rede Globo manipulou as massas. Inventou a torcida do Flamengo e destruiu Leonel Brizola, por exemplo. O coitado do Dunga vai seguir o mesmo caminho. E até mesmo eu, se algum dia descobrirem que eu existo.

"Papagaie as 'verdades' que divulgamos em nossa telinha, você que é massa de manobra".

(jun/2010)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Eficiência da Pílula

Engana-se (ou ilude) quem afirma que a pílula é 99,9% eficiente, ou coisa que o valha.

A eficiência deste método anticoncepcional é na verdade o produto de dois fatores:
a eficiência da pílula vezes a eficiência da Mulher que a toma.

É o resultado deste produto que dá 99,9%.

A pílula é 100% eficiente. Ela não falha.

Mas para o método não falhar, é necessário que a pílula seja tomada religiosamente todos os dias. No mesmo horário. Imaculadamente. Infalivelmente.

Só que de vez em quando a Mulher esquece. Ou pode não tomar de propósito, em alguns casos.

E aí é muito mais fácil dizer: “oh, a pílula falhou!” do que: “ih, fiz merda!”.

E, é claro, nenhum Laboratório vai dizer que sua Cliente fez merda. É muito mais fácil arcar com o ônus dos 0,1%.

A pílula é 100% eficiente. O método é 99,9%.

(jun/2010)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Presentes Exauríveis

Estamos cada vez mais soterrados por átomos. As casas estão entupidas de coisas paradas: roupas, livros, discos, vídeos, baixelas, lembranças.

“Quando possuímos alguma coisa, esta coisa nos possui. Se eu compro um fogão, o fogão me compra.”

A cada mudança, toca a encaixotar, desencaixotar e arrumar a tralha. E a guardar coisas que ficarão por muito tempo sem uso.

“What’s in your backpack?”

O pior é que continuamos a comprar coisas inúteis e desnecessárias, só para afastar a ansiedade. Para nos sentirmos atualizados. Para encontrar fora um significado que falta dentro.

Chega de ter tantas coisas! Nada de dar presentes que fiquem, que permaneçam; pelo contrário, só regalar coisa que se desvaneça e acabe, só coisa que queime ou se exaura: sabonete, shampoo, hidratante, vela, incenso, birita. Ou similares.

Ou então coisas usadas. Coisas que você gostou e achou útil. Um livro que você leu, um disco que gosta mas já comprou a versão remasterizada com bonus tracks (mas não do Rush, por favor!). Ou mesmo um disco que você detestou, mas que acredita que em função do gosto "diferente” do Amigo, ele talvez goste.

Chega de ter tantos átomos. E de continuar empilhando-os. Isto dificulta o desapego e a mobilidade.

E ainda vai transtornar a vida dos outros quando você morrer.

(jun/2010)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

É Fantástico!

Um ótimo exemplo das diferenças entre Homens e Mulheres está estampada nos apresentadores de um programa de televisão nas noites de domingo.

Ele é um Zé, um quase-gordo inchado, apertado dentro de um blazer deselegante dento do qual mal cabe. Gesticula atabalhoado, freneticamente, desnecessariamente, inutilmente. Um desengonçado. Só falta farfalhar: "hô-hô-hô!".

Ela é uma Poetisa, finíssima, elegantérrima, clássica. Tem um gestual comedido e educado. Uma Dama.

Pobres Mulheres que precisam suportar a nós, Trogloditas...

(jun/2010)

sábado, 19 de junho de 2010

A Busca da Perfeição

Existem duas formas de se fazer qualquer coisa: a perfeita e a que pode ser melhorada.

Como (dizem que) disse Juscelino Kubitschek, "não tenho nenhum problema em mudar de idéia; não tenho nenhum compromisso com o erro".

Eu comungo.

Elogios podem ser deliciosos para o Ego, mas não embutem oportunidade para crescimento. Críticas são mais úteis - avaliamos e podemos ou não aceitar.

Mesmo que se discorde de uma crítica, ela no mínimo traz uma uma excelente demonstração da forma como os demais raciocinam (ou ao menos tentam).

A busca do aprimoramento passa por dar atenção a idéias diferentes. Quem não ouve críticas ou não as aceita, não aprende e não evolui. Nem precisava ter encarnado.

(jun/2010)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aviso à direita

Carro.
Motorista.
Pessoa sentada à direita do motorista (no banco de "carona").

De cada MIL vezes que uma pessoa sentada no banco da direita dá um aviso a quem está dirigindo, em uma média otimista apenas UM destes avisos será útil. As demais 999 vezes tratarão de obviedades irritantes que só servem para expor o estupor reinante (ok, eventualmente um temor justificado) na cabeça da pessoa sentada à direita.

Porquê não dar um chilique a cada intervenção inútil destas?

Não por educação; simplesmente para não inibir os 0,1% de possibilidade do aviso ser útil e evitar um arranhão ou acidente. E assim se ouve mil vezes mais avisos do que o necessário. É alto o preço de não ser infalível...


Nota 1: Extremo cuidado - possivelmente imerecido - foi tomado para que este comentário não contivesse qualquer inferência quanto ao 'gender' das pessoas que usualmente emitem tais comentários.

Nota 2: Recentemente meu Pai (que quase nunca me dá "warnings" quando dirijo) me deu um aviso útil enquanto eu dirigia, o que significa uma perspectiva de 999 obviedades desconcentrantes pela frente até que eu venha a receber um novo aviso útil!


(jun/2010)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Carro Zero

Muito se fala sobre a compra de um veículo zero km ser um mau investimento. Afinal, "o carro desvaloriza 15% só por sair da Concessionária", é o argumento.

Tenho visão diametralmente oposta. Para aquele que compra o carro novo, ele será um "carro zero" durante todo o tempo em que for de posse deste primeiro proprietário. Se tenho um carro comprado novo há 5 anos, há cinco anos tenho um carro zero!

Quem considera que comprar carro zero seja mau negócio, ignora o que seja prazer de viver. Não compramos coisas ou fazemos negócios somente porque sejam bons investimentos financeiros, mas sim porque tais coisas ou negócios nos fazem bem. Apartamentos também costumam ser ditos como maus investimentos, desprezando-se que "a casa é uma extensão do Eu". Para quem coloca o Return Over Investment como critério único de apreciação, para quem tem disponibilidade mas coloca a rentabilidade acima do prazer pessoal e da diversão, lembremos:
"Caixão não tem gaveta"...

(jun/2010)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

José Saramago

"Não sou Pessimista; o Mundo é que é péssimo."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Relação Custo x Benefício dos Afazeres Domésticos

Uma das melhores relações custo x benefício que existem é arrumar a cama pela manhã.

Por maior que seja a zona residual, quando um quarto de dormir está com a cama feita, passa uma boa impressão de arrumação.

Por outro lado, por mais arrumadinho que esteja o aposento, se a cama estiver desfeita a impressão será de bagunça e descaso; uma zona, mesmo.

E ainda por cima fazer a cama é muito fácil.

Outro afazer doméstico de ótima relação custo x benefício é lavar os pratos.

Note que não me refiro a panelas, copos ou talheres, mas pratos. São grandes e lisos, ocupam bastante espaço, e são fáceis de lavar. E quando estão limpos desobstruem uma grande área na pia, dando a impressão de que boa parte do serviço já foi feito. Esta impressão é falsa, mas se você estiver preocupado/a apenas com a boa impressão... basta lavar os pratos.

Ao se sair de casa deve-se deixá-la sempre apresentável, seja para uma chegada acompanhada por um conviva inesperado, para uma súbita aparição da Companheira ou de algum potencial, como cortesia e respeito àqueles com quem você convive, ou simplesmente (e principalmente) para você mesmo/a. Ou ainda para quem subitamente precisar apanhar coisas para te levar no Hospital, ou até mesmo aqueles que farão seu inventário - esta última impressão é a que realmente ficará!

(jun/2010)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lugar Marcado

1. Lugar Marcado em Teatros e Cinemas é um procedimento bastante civilizado.

2. Chegar atrasado atrapalhando sessões é um procedimento bastante incivilizado.

3. Não faz sentido alguns bons lugares ficarem vazios após o início dos espetáculos, ocupados por fantasmas à espera de mal-educados.

4. O pior é quando pessoas chegam atrasadas e ainda começam a criar tumulto durante uma sessão devido aos lugares-fantasma terem sido ocupados.

Proposta “Lugar Marcado tem Hora Marcada”:

O lugar marcado fica reservado somente até o horário marcado para a sessão. Chegado tal horário, soa uma sirene e/ou piscam luzes vermelhas, e as reservas de assento caem. Quem quiser, tem o direito de ocupar os lugares vagos.

Com isto não teríamos mais gente chegando atrasada. Ou então tumultos após o início da sessão. Ou ainda bons lugares ficando vazios após o início dos espetáculos.

O que não pode é o bonitão e a bonitona chegarem incivilizadamente e exigirem civilidade.

Lugar marcado tem hora marcada.


NOTA: Este procedimento pode gerar um problema: a pessoa desacompanhada que se levantar para ir à Doceria ou Banheiro poderia perder o lugar para o bonitão esperto. Diversas são as soluções possíveis: por exemplo, quem entra na Sala no horario correto tem seu ingresso carimbado assegurando a civilidade.

(mai/2010)

domingo, 13 de junho de 2010

Where no Man has gone Before

Nada - nada - NADA - do que vocês fazem é mais importante do que a Exploração Espacial.

Vocês estão em um subúrbio do Universo, em um cantinho até mesmo de sua própria Galáxia marginal. Se ficarem presos a este mundinho de merda, estarão condenados à pequenez e à mediocridade.

Somente superando argumentações míopes e piegas do tipo "melhor investir no Hoje do que no Amanhã" vocês conseguirão se expandir e crescer pela Vastidão. Seus antepassados tiveram esta visão; mas vocês a perderam.

Não existe compaixão no Unverso. Como diz seu ditado, "não é por você ser vegetariano que um touro deixará de atacá-lo". Existem bilhões de unidades de carbono que não farão a menor falta ou diferença no futuro do (ainda diminuto) Organismo composto por trilhões de unidades chamado Humanidade. É necessário o sacrifício de poucos para o bem de muitos.

Mas é preciso pensar grande. Pensar no Todo e no Futuro. E não ser piegas.

Tememos por Vocês.

(jun/2010)

sábado, 12 de junho de 2010

O Planeta das Mulheres

É muito fácil observar quando você sai na night: o Planeta está sendo tomado pelas Mulheres.

Em um passeio pela Visconde de Pirajá em Ipanema às 11 da noite, ou na fila de uma Danceteria em São Paulo; em qualquer Happy Hour em Wall Street, ou no Opera Bar em Sydney: há sempre uma imensa maioria de Mulheres desacompanhadas. Sozinhas, em duplas, em três ou em quatro. Arrumadíssimas, lindas, cada vez mais "sexies" e gostosas (isto é assunto para um outro texto, que eu nunca vou escrever), as Damas ocupam as ruas, as mesas, as pistas de dança, o panorama. Finalmente a Natureza entendeu - e não vai aqui nenhum machismo ou feminismo, apenas mera biologia - que para uma desenfreada proliferação da espécie é necessária apenas uma proporção de 1 homem para cada 10 mulheres; e a Natureza está agindo em consonância com isto.

A prima carioca DF e a colega paulista de trabalho LL, ambas em idades - e forma física - propícias ao abate, ficaram solteiras há cerca de 3 anos. Acompanhei-lhes à distância as trajetórias de solteirice, as decepções, a opção por ficarem sozinhas. Os desabafos são que não existem mais Homens interessantes disponíveis: os (pouquíssimos) que valem a pena são gays ou então casados. E não é que se tratem de Lebres chegadas exclusivamente ao aconchego doméstico e que não conhecem ninguém; muito pelo contrário, adoram sair na night para dançar, sambar, curtir, beber, se divertirem. Mas - sinto informar - não é neste tipo de programa que vão encontrar seus "long-time companions": quando mulheres saem para sambar ou dançar, o fazem por simplesmente gostarem disto, para se divertem; já o homem que vai para este tipo de programa, está a fim é de putaria!

Mas ainda assim, por maior que seja a "seca", nenhuma mulher olha para homens grisalhos na rua por mais do que 1/8 de segundo...

(jun/2010)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Meu encontro com os Klingon

Aconteceu no ano 2000. Eu estava tomando brunch com a Srta. SF no Las Vegas Hilton (iríamos ao STAR TREK EXPERIENCE em seguida) quando entraram dois Klingons no Restaurante. Altos, enormes, paravam belicosamente em cada mesa, examinavam ostensivamente todo mundo. Todos os clientes em silêncio - quem é que ia rir ou encarar aqueles imensos galalaus assustadores?

Quando chegaram a nossa mesa, levantei-me, ergui a mão direita com o gesto da saudação vulcana (dois dedos para um lado e três para o outro, formando um "V"), e orgulhosamente proferi:
- "Tai kasha no karosha!" ("vida longa e próspera" em vulcano).

Os Klingons me olharam estupefactos, fizeram gestos de desdém, e um deles falou:
- "This is Vulcan stuff!... Do you wanna speak Klingon?"
- "Yes", respondi (até por falta de opção: uma pergunta de um Klingon não é uma pergunta, mas uma ordem).
- "K'PLA!" gritou ele, socando a mão direita no coração.
-"K'PLA!" gritei eu, batendo com a mão direita no coração.
- "Pffffffzzz!", ridicularizaram os Klingons fazendo outro gesto de desdém. E o cara mandou de novo:
- "K'PLA!", com nova porrada da mão direita sobre o coração.
-"K'PLA!" gritei eu mais alto, batendo de novo com a mão direita em meu coração.
Eles fizeram um muxôxo:
- "You speak like a female..."
E viraram as costas, e foram saindo.

Fiquei completamente PUTO! Subi na cadeira, dei um murro em meu próprio peito que quase me derrubou para trás, e urrei:
- "K'PLA!!!!"
Eles olharam para trás, condescendentes, e falaram:
- "It's gettin' better... continue training."

E foram embora.


Nota: sobre a pronúncia, veja o que diz o KLINGON DICTIONARY
(em http://www.angelfire.com/md/startrekkie1701/klindic.html):
QAPLA': success (n) [From Star Trek III: The Search for Spock, "Sins of the Father," "The Mind's Eye," "Redemption," "Firstborn" (TNG), "Blood Oath", "House of Quark," and "Soldiers of the Empire" (DS9). Used as a salute in greeting and farewell. According to the scripts, Qapla' is pronounced "k-PLAH." However, the first letter should be much more harsh, and the syllable boundary is different, giving us a pronunciation closer to "kkhap-LA."]

(A imagem que ilustra este texto não é do acontecimento, mas apenas uma ilustração para quem não conhece os Klingon.)


(jun/2010)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Uma Vez por Ano

Embora eu tenha o hábito de dizer que em São Paulo eu NUNCA pego gripe (no verão do Rio ficamos expostos ao entra-e-sai de ambientes gelados para a rua infernal, e não há organismo que resista), isto não é verdadeiro. Descobri que fico gripado uma vez por ano, religiosamente.

Isto acontece quando as pessoas da Empresa onde trabalho tomam sua dose anual de vacina contra a gripe. A reação à vacina é ficarem TODOS os vacinados gripados; o ar da empresa se torna uma nuvem concentrada de bacilos, vírus, germes, enzimas ou whatever, e acabam sucumbindo à praga até mesmo aqueles mais forrados de vitamina C.

Não consigo entender o raciocínio de quem toma esta bendita vacina. Deixo meu corpo reagir às potenciais invasões de vírus, e com isto ele se fortalece e fica mais bem preparado para as próximas agressões. Quem toma a vacina está tornando seu sistema imunológico desnecessário, e conseqüentemente mais preguiçoso e atrofiado, além de passar por uma gripe de adaptação orgânica à porrada que lhe injetaram. Ou seja, quem toma a vacina:
- está pagando para ficar gripado
- está pagando para reduzir a capacidade de defesa e reação de seu organismo
- está me deixando gripado.

Não dá para entender.

(abr/2000)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Erro De Direito

No final de maio aconteceu em uma das semi-finais da Copa do Brasil um lance que expõe a ignorância a que estamos todos sujeitos.

Existem dois tipos de erros na arbitragem do Futebol: erros De Fato e erros De Direito.

Um Erro De Fato acontece quando o Juiz não vê algo que tenha acontecido: um gol com a mão, um impedimento não notado, uma falta com visão encoberta. É um Erro De Fato: o fato ocorreu de forma diferente para o Juiz, daí ele não tê-lo assinalado. Mas, dentro de sua interpretação, ele estava cumprindo a regra. Este tipo de erro não leva o Juiz a qualquer penalização, ou a qualquer alteração no resultado que foi registrado na súmula.

Já um Erro De Direito, raríssimo, acontece quando o Juiz vê alguma coisa, reconhece que viu, e aplica a regra de uma forma diferente do que o que a própria regra diz. Constatado um erro de direito, um jogo pode ser anulado.

Tivemos um claríssimo Erro De Direito no jogo Vasco da Gama 3 x 1 Vitória.

No primeiro tempo um jogador do Vitória seguia na direção do gol do Vasco tendo apenas o goleiro adversário entre ele e a meta. Um beque atrapalhou-se ao tentar tirar a bola por trás, e o jogador do Vitória se projetou no ar e caiu, tudo isto dentro da área. Não interessa se houve ou não intenção, se houve ou não dramatização do atacante: o Juiz viu falta, e marcou o pênalty. E mais, como o defensor do Vasco era o último homem (além do goleiro), ele ainda foi expulso. Como diz a regra.

No segundo tempo, a situação se inverteu. Um jogador do Vasco seguia na direção do gol adversário tendo apenas o goleiro do Vitória entre ele e a meta. O atacante passou pelo goleiro, e foi então derrubado por ele. A situação era portanto ainda pior do que a do 1º tempo, pois depois do goleiro não havia mais ninguém! O Juiz novamente deu o pênalty. Ou seja, ele viu a falta. Mas deu apenas um cartão amarelo para o goleiro do Vitória! Ele contrariou a regra!, a mesmíssima regra que ele conhece e que aplicou no primeiro tempo, e que determina que deve ser expulso um jogador que seja o último homem e que cometa falta em adversário segue na direção do gol com a bola dominada e com reais chances de gol. O Juiz não pode sequer alegar que não viu a falta, pois marcou o pênalty e ainda deu um cartão amarelo!

O Juiz cometeu portanto um Erro De Direito. O Vasco foi prejudicado (pois necessitava vencer por 3 gols de diferença); mas nenhum comentarista esportivo notou, nenhum membro da Comissão de Arbitragem notou, nenhum dirigente do Clube prejudicado botou a boca no trombone (se bem que este Clube já foi pesadamente prejudicado em outras escaramuças arbitrais vergonhosas no ano passado, daí um possível receio em levantar o escândalo contra a comissão de arbitragem).

É nas mãos destes profissionais - que demonstram não conhecerem a fundo as regras do esporte que são pagos para comentar, administrar ou conduzir - que nós, torcedores e consumidores, estamos.

(jun/2010)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Disputa de 3º Lugar

A disputa do 3º lugar na Copa do Mundo deveria ocorrer DEPOIS da Grande Final.

Da forma que é atualmente, um jogo na véspera, NINGUÉM tem o menor interesse ou dá a menor atenção a tal disputa. O que é uma pena, pois certamente são seleções quase excepcionais. Mas não adianta: sendo véspera da Final, todo mundo estará com a cabeça no amanhã.

E o que acontece após a Finalíssima? Um grande vazio! Depois de 1 mês de futebol emocionante, com grandes jogos quase todos os dias e que vieram em um crescendum, vem um enorme buraco negro. Quando está todo mundo viciado, antenado, fissurado por ver um joguinho, qualquer que seja... acabou-se tudo!

Se a disputa do 3º lugar fosse DEPOIS da Finalíssima, haveria muito maior afluência e interesse. Seria uma espécie de despedida ou saideira. O que não acontece na Final, quando ninguém está em clima de despedida ou saideira - mas sim em clima de Grande Final.

Observe-se que esta teoria já foi colocada em prática em Campeonatos de Futebol de Botão que organizo, e posso assegurar que funciona. Quando a disputa de 3º lugar ocorre antes da Final, ninguém dá a menor atenção: ficam todos conversando, bebendo cerveja e esperando a decisão. Mas quando a medalha de bronze entra em jogo depois da Final, ficam todos igualmente conversando e bebendo cerveja, porém assistindo com total interesse ao jogo-saideira!

(jun/2010)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Jogadores de Futebol do Passado

Comentários do tio "Fulaninho (algum dos gigantes do passado) não conseguiria jogar no futebol de hoje" denotam completa falta de perspectiva histórica por parte de quem os profere.

É o mesmo que dizer (por exemplo) que "o Messi não vale nada porque seu futebol não vai funcionar no futebol praticado daqui a 40 anos".

É necessário avaliar e julgar qualquer coisa dentro de seu contexto temporal. Um recordista mundial do passado não deixa de sê-lo somente porque seu recorde foi superado; ele sempre será um puta atleta; um Recordista Mundial.

Alguém desmerece Mark Spitz e suas sete medalhas de ouro na Olimpíada de 1972 pelo fato de que seus tempos hoje seriam superados por grande parte dos atletas de ponta? É como dizer: - "Se competisse hoje, o Mark Spitz não ganharia nenhuma medalha"!

O único jogador atemporal, e que escapa a esta análise, é Ronaldinho Gaúcho. Trata-se de um presepeiro pífio, um Cagalhão em qualquer que seja a época de atuação considerada.

(jun/2010)

domingo, 6 de junho de 2010

Polícia

Ao analisarmos qualquer Profissão, devemos nos ater à filosofia nela embutida; a seus aspectos conceituais, não nos prendendo àquilo que eventualmente tenha acabado por ocorrer com alguns dos profissionais que a exerçam.

Quando se generaliza que "banqueiros são fdp", ou "políticos", ou "sindicalistas", ou o que seja, na verdade estamos nos referindo a Brasileiros que são fdp, e que estão naquele papel, exercendo aquela profissão, da mesma forma que seriam igualmente fêdêpês se exercessem qualquer outra. Não são portanto políticos nem sindicalistas nem bancários que são fdp; são Brasileiros. São Seres Humanos. Nossos semelhantes.

Há uma profissão que me enche de respeito: é a de Policial. Uma atuação que expõe seu profissional a risco de vida simplesmente por envergar-lhe a roupa! Uma profissão que a pessoa exerce para proteger seu semelhante, para proteger a mim, a você e àqueles que nos são queridos, contra pessoas que transformam o que poderia ser uma belíssima existência neste Planeta em algo inseguro e assustador. A Polícia - por definição - faz o correto, protege, se arrisca pelas Pessoas do Bem. A Polícia é do Bem.

Tem gente que se compraz em reclamar da Polícia. Mas o que não falta é gente que reclama de tudo. "O freguês tem sempre reclamação".

Meus respeitos à Polícia e aos policiais, e minha gratidão.

(jun/2010)

sábado, 5 de junho de 2010

Nextel

Nextel é como cocô, só deveria sair do casulo em banheiros.

Artigo 1º –
Ficam autorizadas cusparadas, espirrar ketchup, derramar vinho ou sopa, dar porrada ou um tiro em quem utilizar aparelhos tipo Nextel em locais públicos como restaurantes, cinemas e teatros, ônibus (principalmente em trajetos noturnos), aviões, etc.

§ Único –
Todos os beneficiários da ação ficam instados a interferir pró-ativamente caso o benfeitor venha a ter sua integridade física ameaçada pelo boçal usuário do aparelho em público.

Revogam-se as disposições em contrário.

(mai/2010)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Paixão faz mal

Tenho visto diversos jogos de futebol excelentes. Por exemplo as grandes finais do Barcelona, alguns jogos da Espanha, ou minha querida Holanda (terra do GOLDEN EARRING), a Alemanha, Argentina, Itália, alguns grandes jogos do Campeonato Brasileiro... tudo puta jogão!

Mas são jogos que só assisto com prazer quando meu Time do coração não está envolvido. Porque quando está, tudo muda de figura: deixo de apreciar a beleza das jogadas para passar a me preocupar com a precisão dos chutes e com o acerto dos passes, a enlouquecer com os erros dos juízes, a me irritar terrivelmente com a malandragem desonesta dos adversários, a consultar nervosamente o relógio a cada ataque, seja de que lado for. É uma agonia que não tem fim!

Ver jogos de Futebol com Paixão envolvida tira o prazer, e o transforma em angústia. E é pior ainda ver com meu Pai! Além de sofrer com o time, adversários e juiz, ainda fico a ouví-lo reclamar o tempo todo! E mais, com toda a razão!!!

Sempre digo que o Futebol é o responsável por 50% de meus cabelos brancos (ficando 50% para o Trabalho, além de 50% para a Genética).

Buda disse:
- "A fonte de todo o Sofrimento é o Apego. Livre-se do Apego, e se livrará do Sofrimento."

Buda era portanto um apreciador de futebol. E provavelmente torcedor do meu Time!

(mai/2010)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

We Are The Losers, My Friend

Vivemos uma cultura "We Are The Champions" totalmente inadequada à realidade estatística do Mundo.

Para cada campeão existem dez, vinte ou trinta que não o foram. Para cada selecionado existem quarenta ou cinqüenta que não foram. Para cada banda de sucesso são mil que não saem da garagem. Você namora 20 para casar com 1.

Nossa cultura que só privilegia a vitória - ou a mega-vitória - vai gerando uma Humanidade de frustrados. Se você não for top model, atleta estrelado, ator premiado, cantor que movimenta multidões ou CEO capa das "Capricho" empresariais, então você não é nada, my friend.

Eu gostaria de ver uma torcida cantar "Eu / sou (torcedor de tal time) / com muito orgulho / com muito amor!" quando o time perde. Cadê o Amor? Cantar que tem Amor na vitória é muito fácil. Difícil é sentir tal orgulho in the dark side of the moon.

De uma maneira geral, estatística, todos nós habitantes deste Planeta somos usualmente Perdedores. De vez em quando, sim, Campeões - e então com muito orgulho. Mas por favor, sem uma desmesurada exaltação pelas vitórias. Sem uma busca desenfreada que coloque o triunfo acima da Honestidade, da Lealdade e da Honra.

We are all Fugazi... my Friend!

(set /2009)

terça-feira, 1 de junho de 2010

No Bolso de todas as minhas Calças

(Iggy tem uma música chamada "Cock in my pocket". Além disto...)

No ano 2000 fiz uma invenção genial (em minha humilde opinião). Uma “alça-argola-ganchinho” de tecido costurada na parte superior interna do bolso dianteiro direito de minhas calças. Com isto, e utilizando um “mosquetinho” (mini-mosquetão) como chaveiro, passei a carregar as chaves de casa penduradas nesta alcinha costurada na parte superior interna do bolso dianteiro direito de minhas calças. São 3 as vantagens, sem nenhuma desvantagem (fora o trabalho de encontrar uma Costureira que entenda e faça, ou então costurar você mesmo):
- as chaves ficam elegantemente penduradas, não formando um “bolo” visível no fundo do bolso;
- as chaves não furam o fundo do seu bolso; e
- as chaves não caem do bolso, e você NUNCA as perde (nem em longuíssimas viagens de ônibus!).

Na época, entusiasmado com a praticidade do invento, fiz também uma previsão: que em uma década esta alça-argola-ganchinho de tecido seria costurada na parte superior interna do bolso dianteiro direito de TODAS as calças masculinas.

Bem, os 10 anos se passaram, e atualmente uso a praticíssima alça nos dois bolsos dianteiros de minhas calças, sendo a segunda (bolso esquerdo) para chaves de veículos, ou de casas onde esteja hospedado, mini-lanterna, canivete, etc. Mas ninguém além de mim veio a usar a invenção, e portanto:
- ou tal invento era uma Bosta;
- ou então sou um péssimo vendedor e divulgador de Boas Idéias.

Como estou dez-anos-convencido de se tratar de uma invenção genial e prática, e há meio século convivendo com a terrível incapacidade de convencer meus semelhantes de qualquer coisa, fico com a Segunda opção.

Mas deixo aqui uma foto do invento, e uma recomendação: faça isto na parte superior interna dos bolsos dianteiros de suas calças, ou das de seu Namorado. Você (ou ele) vai adorar.

E quem sabe daqui a 20 anos a gente convence o Mundo!

(mai/2010)