sábado, 24 de dezembro de 2011

Noite Feliz

Saiu na "Playboy" de dezembro/2011:






















Grato pela preferência!

(crédito: anúncio do Panda Motel com Nana Gouvêa)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Votos melanoleucas

Que a pequenez do dia-a-dia

não atrapalhe a visão

da imensidão de nossa existência.

Boas Festas, e Feliz 2012!


Aurora Boreal no Alasca (fonte: Wikipedia)


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Jumping into conclusions

Impressiona a capacidade de algumas pessoas – quase todas, na verdade – de achar que com 1% dos dados que outra tem, podem chegar a uma conclusão muito melhor.

Ouve-se uma história com uma ou duas informações, um único ponto de vista... e pronto! Já se parte para o julgamento e condenação. E a sentença é proferida na forma de uma linha de ação correta e impecável que deveria ter sido tomada pelo personagem da história, que obviamente é um autêntico boçal.

Onipotência é pouco!

Talvez este comportamento seja motivado por infantilidade, talvez por arrogância.

Provavelmente por ambos.


(dez/2011)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Sensualidade do Pupilão

Sai publicado em algum lugar que as lâmpadas – todas elas – serão substituídas em um futuro próximo por luz branca. É mais uma daquelas idéias geniais que em resumo significam sempre a mesma coisa: economia porca, oriunda de cabeças obtusas; o avanço da mediocridade.

Luz branca não existe na Natureza. Nossos olhos, pupilas e retinas não foram desenhados para esta luz, mas sim para a amarela.

O progresso já conduz a passarmos enorme parte de nossas existências sob luz artifical. Dentro de casas, escritórios, lojas, veículos, ou então acordados tarde da noite quando o Sol já se pôs há muito. Mesmo durante o dia, os janelões de grandes Escritórios ficam fechados, e as luzes artificiais acesas. Nossas pupilas passam suas existências expostas a luminosidades artificiais para as quais não foram projetadas. "Meus olhos não agüentam a luz do dia", dizem muitos. Sim, mas foram vocês mesmos os responsáveis por isto!

Para piorar, uma grande quantidade de pessoas (em parte por questões estéticas) coloca óculos escuros ao sair de casa – ou seja, nos parcos momentos em que seus olhos estão finalmente em contato com o brilho para o qual foram dimensionados, eles são “protegidos” dele – e a pupila volta a ficar dilatada, passando a quase totalidade de sua vida distendida, arreganhada, aberta e escancarada. Uso diferente do projeto.

Se nosso corpo fala, e se “os olhos são a janela da alma”, as pupilas são seu mais indiscreto porta-voz. Em uma conversa normal, através da dilatação das pupilas é possível avaliar sutilmente as intenções do interlocutor. Pupilas contraídas são sintoma de contração, tensão, apreensão, manejo de situação, falta de sinceridade, jogo. Por outro lado, pupilas dilatadas involuntariamente manifestam descontração, sinceridade, estar à vontade, interesse. Atração. Desejo.

Quando estiver em um ambiente claro, se durante uma conversa uma Mulher te fitar com as pupilas dilatadas...


(... agradeça a Augusto Xorxe, que encomendou - e nomeou - esta postagem!)


(dez/2011)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os Praticantes


AEA menciona uma genial definição apresentada no filme “Invictus”:

“O futebol é um esporte de nobres que é praticado por hooligans;

o rugby é um esporte de hooligans que é praticado por nobres.”

(dez/2011)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Lugar da Energia Parada

Tenho um ritual de final de ano que vai ficando mais exacerbado quanto mais vivido vou ficando.

Dezembro é uma época perfeita para deixar para trás coisas que não devem fazer parte do Novo Ano. Para ter um Feliz 2012, é necessário começar a prepará-lo desde já. Acabar com os shampoos que estão no finzinho, por exemplo – e ter o prazer de jogar a embalagem vazia no lixo. Usar aquele lindo sabonete importado ganho há tempos e guardado em uma gaveta e... nossa, está com cheiro de coisa velha! É deprimente  ter coisas amarelando em armários, sabonetes e cremes ressecando, comidas perdendo o gosto, itens de toilete perdendo a validade, acumulando mofo e ranço além de ocupar espaço.

Acabar com bebidas que estão abertas. Esvaziar a geladeira e a dispensa. Queimar as velas que estão pelo meio, e também aquelas vetustas varetas de incenso. Dar as roupas paradas há anos mas que "são tão boas, ah, um dia eu vou usar”... e nunca saem do armário, enquanto tem gente com frio, usando roupa velha e rasgada, passando necessidade, e que adorariam suas roupas paradas. Abrir espaço no armário, ter cabides sem nada pendurado, e lugar para sapatos novos. Energia estagnada é uma pesada âncora na caminhada; drena e empaca, e não faz parte do Futuro. Hebe Camargo participou de uma belíssima campanha em 2011: “Roupa Boa A Gente Doa”. Remexer tudo, reorganizar armários, gavetas e prateleiras, tirar pesos das costas e da vida. Começar o Novo Ano com leveza, disposição e espaço. Aproveitar este final de ano e se desfazer de peças inúteis que serão úteis para outros.

Para você o espaço vazio será muito mais útil do que a coisa inútil parada.

(Sim, este raciocínio se aplica também àquele relacionamento que você sabe que só está te empacando, e que não tem lugar em um futuro ensolarado...)

Limpar a vida. Ser leve. Fica mais fácil ir mais longe.


(dez/2011)

domingo, 11 de dezembro de 2011

A Lição de Edu Borges

Conheci Edu Borges em 2005, quando ele tinha 10 anos de idade.

Já então ele tinha um hábito que mantém até hoje, e creio que terá pelo resto da vida; e que foi uma bela lição que aprendi.

Trata-se de um ritual pessoal:
Se o Corinthians está em campo -> então Edu está vestido com a camisa do Corinthians!

Tão simples quanto isto, tão profundo quanto isto, tão nobre quanto isto, tão puro quanto isto. Tão belo quanto isto.

Edu foi em grande parte responsável por meu resgate pessoal do prazer em vestir a camisa de meu Time.

Passados 6 anos, quando ia fazer intercâmbio na Alemanha, Edu nos deu mais uma lição. Uma lição de extrema maturidade e coragem em um relacionamento emocional. Mas isto já é assunto para uma outra postagem...


(dez/2011)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Miriam Helena

Peixes é um signo de Água, e você tinha absoluta certeza quanto a isto ao abraçar Miriam Helena. Enlaçá-la significava ter contato com rios, cachoeiras, com a chuva que caía, com o gotejar das Florestas e a evaporação do solo. Era possível ouvir o murmúrio contínuo e sentir o movimento fluido: por dentro, Miriam era pura água manando com firmeza.

Batizada em homenagem a Madame Blavatsky, era extremamente independente: morava sozinha e viajava sem avisar ninguém, desaparecendo por longos períodos. Quando retornava era a mesma Mulher inteligente, desafiadora, decidida, difícil e completamente segura, e que sufragava pouquíssimos eleitos para respeitar as idéias – aos quais seguia com fidelidade idólatra.

Morava na Barra da Tijuca, no Rio. Durante um destes períodos de desaparecimento, sua vizinha de baixo notou uma infiltração vinda do andar de cima. Falou com o porteiro, que não conseguindo contatá-la entrou em contato com ZRen, um grande Amigo em comum. Ele tinha a chave do apartamento, e foi para lá.

Quando entraram no apartamento, a água invadia todos os aposentos e corria livre e descontrolada por toda a casa. Nunca foi possível descobrir ou sequer especular o que havia acontecido com ela: Miriam Helena já estava debaixo da água corrente do chuveiro havia mais de 10 dias. Tinha 39 anos; deixou um livro aberto na sala, em uma mesinha ao lado de uma poltrona, sob a luz acesa de um abajur de leitura.

Mas quem quer que a tenha abraçado com firmeza e atenção entendeu para onde ela havia retornado.


(dez/2011)