quarta-feira, 11 de março de 2020

O Namorado da Chata


(Disclaimer 1: Os gêneros (“gender”) deste texto podem ser alterados de acordo com a vontade ou interesse do freguês, ou da freguesa.)

O Cara conhece uma Mulher reconhecidamente Chata, e descobre nela encantos ocultos e atributos que ninguém mais enxerga.

- “Ela é muito melhor do que todo mundo sabe”, pensa o Cavaleiro Andante. “Vou resgatá-la!”

E se enfia em uma Cruzada interminável, na qual a defende ardorosamente das opiniões mais do que embasadas de Amigos & Amigas. Se sente um heróico Dom Quixote. Sua vida se torna uma sucessão de desculpas toscas de porquê ela não veio, porque chegaram tarde, porque precisam sair cedo, porque nem ele mesmo vai poder ir. Ela não esconde de ninguém que não gosta de nada daquilo – afinal, “para um Chato tudo é chato” – mas ele tem sempre uma explicação rebuscada, um  enfeite rococó para o comportamento desagradável de sua Musa incompreendida.

O que acontece é que não apenas ele não consegue convencer os demais daquilo que só ele mesmo enxerga, como também passa a ser objeto de escárnio dos demais! Fica sendo ridicularizado pelas costas, seu mané!

Portanto, meu Caro / minha Cara... Se Você namorar uma Chata / um Chato, não tente convencer os outros de que ela / ele “é legal”... PORQUE NÃO É! E todo mundo sabe disto, menos Você!

E mais, ela / ele está pouco se lixando para a opinião dos outros.

Preocupe-se exclusivamente em livrar a sua Cara!

(Disclaimer 2: Este texto é conceitual, e não se refere a Pessoas existentes. Se Você se identificou com ele... bem, é porque se identifica com ele!)

(Ipanema, 20200310)