Existam diversas interpretações sobre o número de estados civis diferentes. Por exemplo, meu Professor de Español, o catalão MC2, diz existirem 2 estados: “Casado” ou “Feliz”. O segundo estado engloba todos os outros...
Pessoalmente também acredito que existam 2 estados: “Disponível” ou “Indisponível”. Existe gente casada que é disponível, da mesma forma que existe gente solteira indiponível (geralmente gatas) (um desperdício) (acredito que com uma aproximação adequada não estariam indisponíveis, mas enfim...).
“Disponível” e “Indisponível” são definições que contêm toda a informação necessária. Seria esta, portanto, a indagação correta a ser feita a alguém. O problema é que, por melhores que sejam suas intenções, se você chegar para uma Menina e perguntar:
- “Você é Disponível?”
vai levar uma bolacha!
(mai/2010)
segunda-feira, 31 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Comer, Dormir, Transar
Muita gente acha que “comer, dormir e fazer sexo” são as melhores coisas da vida. – “Se eu pudesse, passava a vida inteira só comendo, dormindo e transando!”
Ora, mas é exatamente isto – e exclusivamente isto – que os animais fazem! Não era necessário ter encarnado Ser Humano e se dar a tanto trabalho para conseguir estas coisas; era só ter nascido “irracional”...
... ou será que os irracionais somos nós?
“O Homem é o único animal que não sabe o que veio fazer neste Planeta”.
(mai/2010)
(Nota: não que eu não goste...)
Ora, mas é exatamente isto – e exclusivamente isto – que os animais fazem! Não era necessário ter encarnado Ser Humano e se dar a tanto trabalho para conseguir estas coisas; era só ter nascido “irracional”...
... ou será que os irracionais somos nós?
“O Homem é o único animal que não sabe o que veio fazer neste Planeta”.
(mai/2010)
(Nota: não que eu não goste...)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Previsão do Tempo
Todo ano é a mesma coisa.
No final de maio / início de junho, acontece uma semana de frio tremendo em São Paulo. Fica então todo mundo falando: "neste ano o Inverno veio cedo!", ou "ih, este ano o Inverno vai ser terrível!".
Passamos então dois meses em um inverno absolutamente normal.
No final de agosto / início de setembro vem mais uma semana de frio de rachar. Aí toca a aparecer reportagem nos jornais: “Neste ano o inverno veio tarde!”. E dá-lhe entrevista com lojas que já estavam com a coleção de inverno em liquidação, e com pessoas que já tinham guardado seus agasalhos na parte de cima dos armários.
No one ever learns?
(mai/2010)
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Os 4 Elementos
Poucas semanas antes de meu 26º aniversário, os Tios L&M faziam Bodas de Prata. Na época, as filmadoras domésticas estavam começando a aparecer, mas eram ainda uma novidade. Emocionantemente fui encarregado de documentar parte da Festa.
Aproveitei o escudo da câmera para perguntar ao Tio L:
-“Tio, qual o segredo para duas pessoas ficarem 25 anos juntas?”
Passados 28 anos, nunca esqueci a resposta que só vi pelo visor eletrônico:
- “O Amor é o resultado de uma composição de quatro elementos: Amizade, Admiração, Respeito e Confiança. Junte estes 4 elementos, e o Amor virá”.
Preste portanto atenção às pessoas que te cercam. Quem te provoca estes quatro sentimentos?
(mai/2010, com base em mai/1982)
Aproveitei o escudo da câmera para perguntar ao Tio L:
-“Tio, qual o segredo para duas pessoas ficarem 25 anos juntas?”
Passados 28 anos, nunca esqueci a resposta que só vi pelo visor eletrônico:
- “O Amor é o resultado de uma composição de quatro elementos: Amizade, Admiração, Respeito e Confiança. Junte estes 4 elementos, e o Amor virá”.
Preste portanto atenção às pessoas que te cercam. Quem te provoca estes quatro sentimentos?
(mai/2010, com base em mai/1982)
As Convocações para a Seleção Brasileira
Tendo nascido em 1956, a primeira Copa do Mundo da qual tenho perfeita lembrança é a de 1970. Já assisti, portanto, a onze convocações da Seleção Brasileira. E observo haver um padrão comum a quase todos os Técnicos.
Ao convocar a Seleção, seu Técnico faz questão de mostrar que “não se curva às pressões”. Se o País inteiro descobre um jogador antes que Ele (o Técnico) o tenha convocado, babau: Ele não se curvará às pressões. O Técnico prefere ser chamado de “Burro” do que “ceder às pressões”; ser “Macho”é mais importante do que ser Inteligente.
O primeiro exemplo foi o João Saldanha: ele não ia levar o Pelé para a Copa de1970! Tamanho foi o rebuliço, que o Saldanha rodou (felizmente) e entrou o Zagalo. (Posteriormente surgiram outras estórias sobre a saída – as versões posteriores são sempre mais românticas – mas à época o que se comentava era isto).
O Felipão teve a mesma situação com o Romário. Teimoso, corria o risco de ser (muito merecidamente) chamado de “Burro” caso o Brasil não ganhasse a Copa de 2002, por não ter levado o principal responsável (junto com o Bebeto) pela conquista de 1994. Mas Felipão mostrou que tem Sorte.
Telê Santana comprova a tese. É até hoje aclamado como “gênio” simplesmente por ter levado os jogadores que todo mundo queria. O caso do Telê é sintomático: só uma rematada toupeira conseguiria perder a Copa com um timaço daqueles. Ele conseguiu, por um erro crasso na escalação (mais detalhes a respeito no texto “Cagalhões Reverenciados do Futebol Brasileiro”, futuramente neste espaço); mas como levou aqueles que todo o País queria, não sobrou espaço para críticas, e Toupeira Santana é até hoje reverenciado como um dos maiores técnicos que esta República das Bananas já teve.
Agora o Dunga não leva o Paulo Henrique Ganso, contrariando torcedores, comentaristas, bom senso e todo o País. Teimoso e burro como o Felipão ele já mostrou que é. Resta saber se tem a mesma sorte.
(mai/2010)
Ao convocar a Seleção, seu Técnico faz questão de mostrar que “não se curva às pressões”. Se o País inteiro descobre um jogador antes que Ele (o Técnico) o tenha convocado, babau: Ele não se curvará às pressões. O Técnico prefere ser chamado de “Burro” do que “ceder às pressões”; ser “Macho”é mais importante do que ser Inteligente.
O primeiro exemplo foi o João Saldanha: ele não ia levar o Pelé para a Copa de1970! Tamanho foi o rebuliço, que o Saldanha rodou (felizmente) e entrou o Zagalo. (Posteriormente surgiram outras estórias sobre a saída – as versões posteriores são sempre mais românticas – mas à época o que se comentava era isto).
O Felipão teve a mesma situação com o Romário. Teimoso, corria o risco de ser (muito merecidamente) chamado de “Burro” caso o Brasil não ganhasse a Copa de 2002, por não ter levado o principal responsável (junto com o Bebeto) pela conquista de 1994. Mas Felipão mostrou que tem Sorte.
Telê Santana comprova a tese. É até hoje aclamado como “gênio” simplesmente por ter levado os jogadores que todo mundo queria. O caso do Telê é sintomático: só uma rematada toupeira conseguiria perder a Copa com um timaço daqueles. Ele conseguiu, por um erro crasso na escalação (mais detalhes a respeito no texto “Cagalhões Reverenciados do Futebol Brasileiro”, futuramente neste espaço); mas como levou aqueles que todo o País queria, não sobrou espaço para críticas, e Toupeira Santana é até hoje reverenciado como um dos maiores técnicos que esta República das Bananas já teve.
Agora o Dunga não leva o Paulo Henrique Ganso, contrariando torcedores, comentaristas, bom senso e todo o País. Teimoso e burro como o Felipão ele já mostrou que é. Resta saber se tem a mesma sorte.
(mai/2010)
Brutal Valentine
ALICE COOPER PSYCHO-DRAMA
CREDICARD HALL, 12 de junho de 2007
“This won’t hurt... much!”
Faltando 4 dias para meu 51º aniversário, sou brindado no Dia dos Namorados com uma apresentação de TIA ALICE COOPER no CREDICARD HALL, em São Paulo. A Srta. A e eu nos dirigimos ao local nos entupindo de champanhe no gargalo, e ouvindo KILLER de cabo a rabo em volume terminal no trajeto.
Tia Alice foi o primeiro “gig” internacional que assisti, em 1974. Na época ele estava em transição de banda, e excursionando com a “equipe” de Lou Reed além de seu time de estrelas. Assim, (pelo que me lembro) o show da época contou com nada menos do que QUATRO guitarristas: os originais Michael Bruce e Glen Buxton (que morreu em 1997), e mais o suporte luxuoso de Dick Wagner e Steve Hunter (someone please confirm). Assisti tanto ao show intimista no Canecão como ao "popular-lotadaço" no Maracanãzinho.
Passados 33 anos, o público era o melhor possível, com gente de todas as idades, lotação média, espaço para deslocamentos, dança e aproximação do palco, as poltronas liberadas para quem quisesse subir e ter visão panorâmica. Muitos rockers com a pintura clássica de Alice nos olhos e cantos da boca. Um metaleiro usava uma camiseta escrita “BRITNEY WANTS ME”. E nas costas: “... DEAD”. Fomos cumprimentá-lo e indagar se tinha mandado fazer, o que ele confirmou (Alice usou esta camiseta na excusão “Brutally Live” de 2000). E antes do início do show, um gaiato desfilava pela pista gritando:
- “TODO MUNDO QUE ESTÁ DE CAMISA PRETA É VIADO!!!”
Às 22h00m as luzes se apagam, e as luzes por trás de uma imensa tela que escondia o palco projeta o contorno do próprio, de cartola e bengala. A banda ataca de IT’S HOT TONIGHT, a platéia uiva, e um SEGUNDO contorno sombreado de Alice começa a brigar com o primeiro. A primeira sombra, que fora ovacionada, é derrotada. Tínhamos ovacionado a Alice errada... A segunda se ergue, sobe a tela-cortina, e começa o delírio. Alice brinca com a bengala como o legítimo mestre-de-cerimônias que é.
A formação é clássica e essencial: dois guitarristas, baixo e o melhor baterista que se possa imaginar: ERIC SINGER, que há tempos excursiona também com o KISS (quando eles deixam de lado a ganância e o makeup). Alice sempre soube escolher muitíssimo bem sua banda, e se atualmente não excursiona mais com os guitar players Ryan Roxie e Bob Marlette, encontrou substitutos à altura nos afiadíssimos Keri Keller e Jason Hook.
O set list é impecável – creio que não cheguem a existir 10 bandas que possam se servir de um repertório tão espetacular. A segunda música é NO MORE MR. NICE GUY o que conquista de vez a platéia. Eu já começo a chorar na terceira, UNDER MY WHEELS (do obrigatório KILLER de 1971). Emendam I’M EIGHTEEN e aí o choro já é convulsivo, telefono para Gloug, para Garcia, para Lolota e para Mamãe. Somos brindados com IS IT MY BODY? e em seguida a única música do show que não conheço, provavelmente do último disco DIRTY DIAMONDS que é um dos pouquíssimos que não tenho (tenho 15 álbuns da Titia). A banda assume a postura clássica de rock’n’roll no palco, os dois guitarristas e o baixista em linha jogando a cabeça para a frente e para tras, arrebentando nos riffs, e no meio deles Alice destroçando no vocal e mise-en-scène. Estou no banheiro urinando champanhe quando ouço os arrasadores acordes iniciais de LOST IN AMERICA, e enquanto pulo descontrolado (na pista, não no banheiro) telefono para Gustavo que me apresentou ao excelente THE LAST TEMPTATION, de 1994.
O set list é brutal, um fino deleite para quem conheça o trabalho de Vincent Damon Furnier: BE MY LOVER, que jamais pensei ouvir ou ver ao vivo; RAPED AND FREEZIN; LONG WAY TO GO (!!!); MUSCLE OF LOVE; PUBLIC ANIMAL #9; DESPERADO; a inacreditável HALO OF FLIES, talvez a melhor música de todos os tempos; ainda por cima executam uma versão de mais de 10 minutos, com uma seção rítmica com os dois guitarristas abandonando seus instrumentos e também tocando bateria sob luz estroboscópica, ou seja, TRÊS bateristas e mais o baixo, seguida pelo solo de bateria do monstro Eric Singer (ainda bem que a PORRA do Peter Criss foi embora do KISS, eu sempre achei que a bateria era suspensa no show deles para evitar que “O Gato” fosse apedrejado com bosta). Como li certa vez no site da CDNOW: mesmo que o KILLER não fosse o álbum magistral e irrepreensível que é (de minha parte, foi simplesmente o disco que me fez gostar de música), ele já seria obrigatório pela simples presença de HALO OF FLIES. Por mim o show já poderia terminar aí mesmo...
Mas não. Seguiram-se WELCOME TO MY NIGHTMARE (com teatro de seres sem face, inclusive uma noiva!), COLD ETHYL, e com 1 hora de show uma balada: ONLY WOMEN BLEED. Alice dança com uma boneca vestida de Enfermeira, bate nela, a joga nas escadarias do palco, de repente não é mais uma boneca mas sim uma loura linda e gostosa que dança balé pelo palco. Pois Alice continua a estapeá-la no rosto até que ela o interrompe segurando-lhe a mão no ar, no meio do gesto, para delírio da platéia. A música acaba e emenda com STEVEN e então DEAD BABIES, quando Alice empurra um carrinho preto de bebê. Ele tira o bebê do carrinho, o ergue nos braços, a platéia não consegue ser mais ensurdecedora do que já está sendo, Alice coloca o bebê de volta no carrinho, crava-lhe uma estaca no peito, dá marretadas, e finalmente ergue o bebê em triunfo, segurando-o pela estaca atravessada. Entram médicos de preto sem face e colocam uma camisa de força no vocalista enquanto a banda toca THE BALLAD OF DWIGHT FRY do também obrigatório LOVE IT TO DEATH, também de 1971. A versão é longa, pesada, espetacular! Emendam um extrato de DEVIL’S FOOD, Alice fugiu da camisa de força e do palco, os médicos o procuram. Começa KILLER e uma gigantesca forca com patíbulo adentra o palco. Alice foi capturado, e será enforcado, o que efetivamente acontece ao som ensurdecedor daquele ZZZZZZZZZZZZZZ de guitarras distorcidas ao final da música. A platéia está totalmente enlouquecida, um show inacreditável. A Srta A está emocionada e sorridente, descobriu que show de Rock pesado pode ser o máximo, como é bom se descobrir metaleira. Chegamos perto dos músicos, passamos o show passeando pela pista e chegando bem próximo ao palco, às vezes vamos para trás e subimos para a privilegiada vista das cadeiras que hoje estão liberadas, e de onde se vê tudo; depois descemos novamente para dançar, os seguranças estão particularmente carrancudos mas hay que enfrentá-los, it’s only rock’n’roll but we need it! O corpo enforcado de Alice é retirado do palco ao som de um extrato de I LOVE THE DEAD cantado pelo guitarrista. Alice reaparece de blaser branco, cartola branca e bengala, e põe a platéia para cantar e pular com SCHOOL’S OUT. Enormes bolas de borracha são jogadas para lá e para cá pela audiência, e quando chegam ao palco são espetacularmente furdadas por Alice que a esta altura maneja uma espada de pirata, causando explosões e chuva de confetes. É o fim do show, às 23h24m.
Mas é claro que tem encore: em BILLION DOLLAR BABIES Alice brande a espada cheia de dinheiro cravado, e joga as notas para a platéia (ele faz isto desde sempre, durante décadas eu guardei as notas que peguei naqueles shows de 1974). Segue-se POISON e a reação entusiasmanda da platéia me surpreende, pois é uma música de 1989 (disco TRASH) e não a imaginava tão conhecida. E o final antológico com ELECTED, estamos bem perto do palco enquanto Alice discursa:
- “I know we have problems in Curitiba; I know we have problems in Belo Horizonte; I know we have problems in Rio; but frankly... I DON’T CARE!”
, enquanto figurantes carregam cartazes escritos “He doesn’t care”, “Wild Party”, “School’s Out”, etc. Em campanha presidencial, Alice sacode a bandeira do Brasil, e chegamos ao final de 100 minutos eletrizantes de Rock’n’Roll.
Eu teria escolhido – ou melhor, acrescentado – algumas músicas mais recentes, pois os últimos discos da Titia – especialmente a trilogia BRUTAL PLANET / DRAGONTOWN / THE EYES – são fenomenais. Para quem perdeu o show resta perseguir o Homem mundo afora, ou então se deleitar com o dvd BRUTALLY LIVE.
Sempre marco encontro com a galera junto aos palcos, no final de qualquer show, pois é sempre fácil chegar lá. Mas neste caso não foi: a pista junto à boca do palco estava ENTUPIDA de gente mais de 10 minutos após o término. Um fã chegou a invadir o palco, pegar alguma coisa, fazer um stagediving e se perder no meio da massa enquanto os seguranças ficavam putos e apontando inutilmente de cima do palco... Fui lá para a frente para tentar pegar alguma nota do dinheiro, mas o pessoal se acotovelava em busca de souvenirs de... Eric Singer! Ouvi o seguinte diálogo entre dois pitbulls, um dos quais com uma baqueta na mão:
- “Pago QUALQUER COISA por esta baqueta!”
- “Não vendo por dinheiro NENHUM!”
- “Pôrra, eu sou fã do cara desde o BADLANDS!...”
- “ Eu TENHO uma música chamada Badlands!!!...”
O público era de todas as idades, mas qual seria a reação dos mais novos frente a tal avalanche sonora? Ainda na pista, entreouvi de um vintagenário:- “Puta que o pariu, QUE SHOWZAÇO!!!”Uma descrição que sumariza tudo o que vivemos neste Valentine.
Outra medida do sucesso da gig foi a enorme quantidade de gente que se aglomerava em frente ao stand de venda de camisetas na saída. É muito raro ver tanta gente comprando camiseta depois do show. Uma dica quanto às camisetas é a loja CONSULADO DO ROCK nas GRANDES GALERIAS (atualmente mais conhecidas como GALERIA DO ROCK). A CONSULADO produz as camisetas oficiais de muitos shows; tem ótima qualidade, belas estampas e bons preços – principalmente se você adquirir as peças diretamente nas GALERIAS.
O mundo pode ser dividido entre as pessoas que já viram Alice Cooper e Eric Singer ao vivo, e as que não viram.
(jun/2007)
CREDICARD HALL, 12 de junho de 2007
“This won’t hurt... much!”
Faltando 4 dias para meu 51º aniversário, sou brindado no Dia dos Namorados com uma apresentação de TIA ALICE COOPER no CREDICARD HALL, em São Paulo. A Srta. A e eu nos dirigimos ao local nos entupindo de champanhe no gargalo, e ouvindo KILLER de cabo a rabo em volume terminal no trajeto.
Tia Alice foi o primeiro “gig” internacional que assisti, em 1974. Na época ele estava em transição de banda, e excursionando com a “equipe” de Lou Reed além de seu time de estrelas. Assim, (pelo que me lembro) o show da época contou com nada menos do que QUATRO guitarristas: os originais Michael Bruce e Glen Buxton (que morreu em 1997), e mais o suporte luxuoso de Dick Wagner e Steve Hunter (someone please confirm). Assisti tanto ao show intimista no Canecão como ao "popular-lotadaço" no Maracanãzinho.
Passados 33 anos, o público era o melhor possível, com gente de todas as idades, lotação média, espaço para deslocamentos, dança e aproximação do palco, as poltronas liberadas para quem quisesse subir e ter visão panorâmica. Muitos rockers com a pintura clássica de Alice nos olhos e cantos da boca. Um metaleiro usava uma camiseta escrita “BRITNEY WANTS ME”. E nas costas: “... DEAD”. Fomos cumprimentá-lo e indagar se tinha mandado fazer, o que ele confirmou (Alice usou esta camiseta na excusão “Brutally Live” de 2000). E antes do início do show, um gaiato desfilava pela pista gritando:
- “TODO MUNDO QUE ESTÁ DE CAMISA PRETA É VIADO!!!”
Às 22h00m as luzes se apagam, e as luzes por trás de uma imensa tela que escondia o palco projeta o contorno do próprio, de cartola e bengala. A banda ataca de IT’S HOT TONIGHT, a platéia uiva, e um SEGUNDO contorno sombreado de Alice começa a brigar com o primeiro. A primeira sombra, que fora ovacionada, é derrotada. Tínhamos ovacionado a Alice errada... A segunda se ergue, sobe a tela-cortina, e começa o delírio. Alice brinca com a bengala como o legítimo mestre-de-cerimônias que é.
A formação é clássica e essencial: dois guitarristas, baixo e o melhor baterista que se possa imaginar: ERIC SINGER, que há tempos excursiona também com o KISS (quando eles deixam de lado a ganância e o makeup). Alice sempre soube escolher muitíssimo bem sua banda, e se atualmente não excursiona mais com os guitar players Ryan Roxie e Bob Marlette, encontrou substitutos à altura nos afiadíssimos Keri Keller e Jason Hook.
O set list é impecável – creio que não cheguem a existir 10 bandas que possam se servir de um repertório tão espetacular. A segunda música é NO MORE MR. NICE GUY o que conquista de vez a platéia. Eu já começo a chorar na terceira, UNDER MY WHEELS (do obrigatório KILLER de 1971). Emendam I’M EIGHTEEN e aí o choro já é convulsivo, telefono para Gloug, para Garcia, para Lolota e para Mamãe. Somos brindados com IS IT MY BODY? e em seguida a única música do show que não conheço, provavelmente do último disco DIRTY DIAMONDS que é um dos pouquíssimos que não tenho (tenho 15 álbuns da Titia). A banda assume a postura clássica de rock’n’roll no palco, os dois guitarristas e o baixista em linha jogando a cabeça para a frente e para tras, arrebentando nos riffs, e no meio deles Alice destroçando no vocal e mise-en-scène. Estou no banheiro urinando champanhe quando ouço os arrasadores acordes iniciais de LOST IN AMERICA, e enquanto pulo descontrolado (na pista, não no banheiro) telefono para Gustavo que me apresentou ao excelente THE LAST TEMPTATION, de 1994.
O set list é brutal, um fino deleite para quem conheça o trabalho de Vincent Damon Furnier: BE MY LOVER, que jamais pensei ouvir ou ver ao vivo; RAPED AND FREEZIN; LONG WAY TO GO (!!!); MUSCLE OF LOVE; PUBLIC ANIMAL #9; DESPERADO; a inacreditável HALO OF FLIES, talvez a melhor música de todos os tempos; ainda por cima executam uma versão de mais de 10 minutos, com uma seção rítmica com os dois guitarristas abandonando seus instrumentos e também tocando bateria sob luz estroboscópica, ou seja, TRÊS bateristas e mais o baixo, seguida pelo solo de bateria do monstro Eric Singer (ainda bem que a PORRA do Peter Criss foi embora do KISS, eu sempre achei que a bateria era suspensa no show deles para evitar que “O Gato” fosse apedrejado com bosta). Como li certa vez no site da CDNOW: mesmo que o KILLER não fosse o álbum magistral e irrepreensível que é (de minha parte, foi simplesmente o disco que me fez gostar de música), ele já seria obrigatório pela simples presença de HALO OF FLIES. Por mim o show já poderia terminar aí mesmo...
Mas não. Seguiram-se WELCOME TO MY NIGHTMARE (com teatro de seres sem face, inclusive uma noiva!), COLD ETHYL, e com 1 hora de show uma balada: ONLY WOMEN BLEED. Alice dança com uma boneca vestida de Enfermeira, bate nela, a joga nas escadarias do palco, de repente não é mais uma boneca mas sim uma loura linda e gostosa que dança balé pelo palco. Pois Alice continua a estapeá-la no rosto até que ela o interrompe segurando-lhe a mão no ar, no meio do gesto, para delírio da platéia. A música acaba e emenda com STEVEN e então DEAD BABIES, quando Alice empurra um carrinho preto de bebê. Ele tira o bebê do carrinho, o ergue nos braços, a platéia não consegue ser mais ensurdecedora do que já está sendo, Alice coloca o bebê de volta no carrinho, crava-lhe uma estaca no peito, dá marretadas, e finalmente ergue o bebê em triunfo, segurando-o pela estaca atravessada. Entram médicos de preto sem face e colocam uma camisa de força no vocalista enquanto a banda toca THE BALLAD OF DWIGHT FRY do também obrigatório LOVE IT TO DEATH, também de 1971. A versão é longa, pesada, espetacular! Emendam um extrato de DEVIL’S FOOD, Alice fugiu da camisa de força e do palco, os médicos o procuram. Começa KILLER e uma gigantesca forca com patíbulo adentra o palco. Alice foi capturado, e será enforcado, o que efetivamente acontece ao som ensurdecedor daquele ZZZZZZZZZZZZZZ de guitarras distorcidas ao final da música. A platéia está totalmente enlouquecida, um show inacreditável. A Srta A está emocionada e sorridente, descobriu que show de Rock pesado pode ser o máximo, como é bom se descobrir metaleira. Chegamos perto dos músicos, passamos o show passeando pela pista e chegando bem próximo ao palco, às vezes vamos para trás e subimos para a privilegiada vista das cadeiras que hoje estão liberadas, e de onde se vê tudo; depois descemos novamente para dançar, os seguranças estão particularmente carrancudos mas hay que enfrentá-los, it’s only rock’n’roll but we need it! O corpo enforcado de Alice é retirado do palco ao som de um extrato de I LOVE THE DEAD cantado pelo guitarrista. Alice reaparece de blaser branco, cartola branca e bengala, e põe a platéia para cantar e pular com SCHOOL’S OUT. Enormes bolas de borracha são jogadas para lá e para cá pela audiência, e quando chegam ao palco são espetacularmente furdadas por Alice que a esta altura maneja uma espada de pirata, causando explosões e chuva de confetes. É o fim do show, às 23h24m.
Mas é claro que tem encore: em BILLION DOLLAR BABIES Alice brande a espada cheia de dinheiro cravado, e joga as notas para a platéia (ele faz isto desde sempre, durante décadas eu guardei as notas que peguei naqueles shows de 1974). Segue-se POISON e a reação entusiasmanda da platéia me surpreende, pois é uma música de 1989 (disco TRASH) e não a imaginava tão conhecida. E o final antológico com ELECTED, estamos bem perto do palco enquanto Alice discursa:
- “I know we have problems in Curitiba; I know we have problems in Belo Horizonte; I know we have problems in Rio; but frankly... I DON’T CARE!”
, enquanto figurantes carregam cartazes escritos “He doesn’t care”, “Wild Party”, “School’s Out”, etc. Em campanha presidencial, Alice sacode a bandeira do Brasil, e chegamos ao final de 100 minutos eletrizantes de Rock’n’Roll.
Eu teria escolhido – ou melhor, acrescentado – algumas músicas mais recentes, pois os últimos discos da Titia – especialmente a trilogia BRUTAL PLANET / DRAGONTOWN / THE EYES – são fenomenais. Para quem perdeu o show resta perseguir o Homem mundo afora, ou então se deleitar com o dvd BRUTALLY LIVE.
Sempre marco encontro com a galera junto aos palcos, no final de qualquer show, pois é sempre fácil chegar lá. Mas neste caso não foi: a pista junto à boca do palco estava ENTUPIDA de gente mais de 10 minutos após o término. Um fã chegou a invadir o palco, pegar alguma coisa, fazer um stagediving e se perder no meio da massa enquanto os seguranças ficavam putos e apontando inutilmente de cima do palco... Fui lá para a frente para tentar pegar alguma nota do dinheiro, mas o pessoal se acotovelava em busca de souvenirs de... Eric Singer! Ouvi o seguinte diálogo entre dois pitbulls, um dos quais com uma baqueta na mão:
- “Pago QUALQUER COISA por esta baqueta!”
- “Não vendo por dinheiro NENHUM!”
- “Pôrra, eu sou fã do cara desde o BADLANDS!...”
- “ Eu TENHO uma música chamada Badlands!!!...”
O público era de todas as idades, mas qual seria a reação dos mais novos frente a tal avalanche sonora? Ainda na pista, entreouvi de um vintagenário:- “Puta que o pariu, QUE SHOWZAÇO!!!”Uma descrição que sumariza tudo o que vivemos neste Valentine.
Outra medida do sucesso da gig foi a enorme quantidade de gente que se aglomerava em frente ao stand de venda de camisetas na saída. É muito raro ver tanta gente comprando camiseta depois do show. Uma dica quanto às camisetas é a loja CONSULADO DO ROCK nas GRANDES GALERIAS (atualmente mais conhecidas como GALERIA DO ROCK). A CONSULADO produz as camisetas oficiais de muitos shows; tem ótima qualidade, belas estampas e bons preços – principalmente se você adquirir as peças diretamente nas GALERIAS.
O mundo pode ser dividido entre as pessoas que já viram Alice Cooper e Eric Singer ao vivo, e as que não viram.
(jun/2007)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Um Panda Em Saturno
Tenho valores diferentes da imensa maioria de meus semelhantes.
Vivo em uma Sociedade na qual a forma é mais importante do que o conteúdo. Onde o prazer individual se sobrepõe ao bem coletivo. Onde a posse se tornou mais importante do que a sabedoria.
Meu País tem um Presidente que declara que “não pode se limitar pelo que diz um Juiz”(ou seja, pela Lei). Ele quebra a Lei. Assumidamente, publicamente, orgulhosamente. E tem uma imensa aprovação, as pessoas o consideram “engraçado” e “bonachão”. Ele é na verdade um Infrator, um Delinqüente, um Criminoso. Tenho vergonha do Presidente do meu própro País.
Durante disputas, atacantes de futebol correndo junto a defensores deixam as pernas para trás e caem para a frente, “cavando” faltas. O importante é enganar o Juiz e conseguir o penalty. O importante é a vitória, e não a honestidade. Torcidas comemoram títulos obtidos através de roubalheira e falcatrua, e se orgulham de vencer com base em tais desonestidades. O valor maior é a Vitória, e não a Honestidade. (Responda sinceramente – não para mim – o que é mais importante para você?).
De tanto ver vitórias incorretas e injustas, de me irritar com gatunagens e teatrinhos, perdi o imenso prazer de ver futebol torcendo por meu time. Me tornei apático. Mas “perdi” não é o termo correto: este prazer de criança me foi decepado por meus semelhantes.
Honra, respeito e “face value”são para mim os valores mais importantes. Mas só para mim.
O motorista de um carro derruba propositadamente um motociclista para forçar a entrada em uma vaga na qual a moto tinha chegado bem antes, só porque tem “a Força”.
Nos sinais de trânsito no Rio fica um buzinaço enlouquecedor atrás de mim porque em um cruzamento que está lotado de carros do outro lado me recuso a avançar e ficar parado atravessado, bloqueando o trânsito transversal quando o sinal se inverter.
O asfalto é remendado de qualquer jeito, porque são os outros que vão arcar com os calombos da rua. Trabalhos são entregues mal feitos, porque o prazo é mais importante do que a correção.
Me chamam de ingênuo; ingenuamente, me acredito um Filósofo.
Um Panda é um animal em extinção, membro de uma espécie que – como tantas outras – minha espécie exterminou.
Saturno é um Planeta rodeado por anéis que o fazem diferente e único, ao mesmo tempo carregando um significado “estes são meus limites, please stay away”.
Carlos Drummond de Andrade escreveu: “vai, (meu Filho,) vai ser gauche na vida”.
Nada mais deslocado do que Um Panda Em Saturno.
(mai/2010)
(Nota: Este texto é comemorativo às 100 postagens deste Blog. Foi escrito atendendo àqueles que me pedem para explicar seu título. Minha imensa gratidão a Você que o visita e lê).
Vivo em uma Sociedade na qual a forma é mais importante do que o conteúdo. Onde o prazer individual se sobrepõe ao bem coletivo. Onde a posse se tornou mais importante do que a sabedoria.
Meu País tem um Presidente que declara que “não pode se limitar pelo que diz um Juiz”(ou seja, pela Lei). Ele quebra a Lei. Assumidamente, publicamente, orgulhosamente. E tem uma imensa aprovação, as pessoas o consideram “engraçado” e “bonachão”. Ele é na verdade um Infrator, um Delinqüente, um Criminoso. Tenho vergonha do Presidente do meu própro País.
Durante disputas, atacantes de futebol correndo junto a defensores deixam as pernas para trás e caem para a frente, “cavando” faltas. O importante é enganar o Juiz e conseguir o penalty. O importante é a vitória, e não a honestidade. Torcidas comemoram títulos obtidos através de roubalheira e falcatrua, e se orgulham de vencer com base em tais desonestidades. O valor maior é a Vitória, e não a Honestidade. (Responda sinceramente – não para mim – o que é mais importante para você?).
De tanto ver vitórias incorretas e injustas, de me irritar com gatunagens e teatrinhos, perdi o imenso prazer de ver futebol torcendo por meu time. Me tornei apático. Mas “perdi” não é o termo correto: este prazer de criança me foi decepado por meus semelhantes.
Honra, respeito e “face value”são para mim os valores mais importantes. Mas só para mim.
O motorista de um carro derruba propositadamente um motociclista para forçar a entrada em uma vaga na qual a moto tinha chegado bem antes, só porque tem “a Força”.
Nos sinais de trânsito no Rio fica um buzinaço enlouquecedor atrás de mim porque em um cruzamento que está lotado de carros do outro lado me recuso a avançar e ficar parado atravessado, bloqueando o trânsito transversal quando o sinal se inverter.
O asfalto é remendado de qualquer jeito, porque são os outros que vão arcar com os calombos da rua. Trabalhos são entregues mal feitos, porque o prazo é mais importante do que a correção.
Me chamam de ingênuo; ingenuamente, me acredito um Filósofo.
Um Panda é um animal em extinção, membro de uma espécie que – como tantas outras – minha espécie exterminou.
Saturno é um Planeta rodeado por anéis que o fazem diferente e único, ao mesmo tempo carregando um significado “estes são meus limites, please stay away”.
Carlos Drummond de Andrade escreveu: “vai, (meu Filho,) vai ser gauche na vida”.
Nada mais deslocado do que Um Panda Em Saturno.
(mai/2010)
(Nota: Este texto é comemorativo às 100 postagens deste Blog. Foi escrito atendendo àqueles que me pedem para explicar seu título. Minha imensa gratidão a Você que o visita e lê).
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domingo, 9 de maio de 2010
O Dia da Toalha
Ele trabalhava como Gerente em um Escritório, e tinha duas Secretárias. Certo dia recebia a visita do Presidente da Empresa, a quem se reportava diretamente, e enquanto conversavam em sua sala, estourou um tremendo quebra-pau entre as duas no salão imediatamente ao lado.
Ele era relativamente novo na Empresa, mas o Presidente já estava acostumado à ferocidade de uma delas (evidentemente a baranga) (não sendo isto um preconceito dele, apenas conhecimento estatístico acumulado ao longo da vida). E chamou as duas - uma de cada vez - à sala para extravasarem a tensão e contarem suas versões da história. A baranga, feroz, soltou seus cachorros. Quando chegou a vez da outra, ela começou a falar... e desatou no choro!
Em um gesto de extrema elegância que surpreendeu o Gerente, o Presidente sacou um lenço do bolso e o ofereceu à moça que pranteava. Finíssimo, educadíssimo, elegantérrimo, pensou o Gerente. E a partir daquele dia passou a sempre carregar um lenço no bolso.
As utilidades eram muitas. Às vezes, a falta de um guardanapo para limpar as mãos. Uma sujeira inesperada, um machucado, uma dama necessitada. Para secar a última gota de xixi na ponta do pau depois de uma mijada em um banheiro infecto sem papel disponível, para não sujar a cueca. Quando utilizado, o lenço era sempre posto para lavar imediatamente ao chegar em casa - ele jamais saía com um lenço sujo. E JAMAIS o utilizava para assoar o nariz, pois não é para isto que servem os lenços ("o que é que os mendigos jogam fora e os ricos guardam no bolso? É a MELECA, que fica no lenço após assoada!").
Um dia o arcanjo Gabriel lhe apresentou "O Guia Do Mochileiro Das Galáxias", e ele aprendeu que a coisa mais importante que um Mochileiro das Galáxias pode ter é sua Toalha. Sempre existem milhares de usos para uma Toalha em qualquer ponto da Galáxia, e Mochileiros que conseguirem manter as suas sempre à mão obterão respeito em todo o Universo.
Em uma viagem à Thai Land ele encontrou mini-toalhas medindo 20x20cm, que dobradas ocupavam o mesmo volume de um lenço no bolso de suas calças. Comprou diversas, e passou a enfrentar o Universo e as Galáxias com outra desenvoltura. Estava feliz com este conhecimento, porém por mais que tentasse explicar aos demais as vantagens de se portar uma toalhita (ou mesmo um lenço), ele jamais conseguia convencê-los. Mas isto não o surpreendeu, pois muito raramente conseguia arrancar raciocínios lógicos dos membros de sua Raça. Azar o deles...
Este texto é uma homenagem ao Arcanjo Gabriel, a Doug Adams e a seus seguidores que criaram o DIA DA TOLHA, celebrado em todas as Galáxias a cada 25 de Maio. Não deixe de portar a sua nesta data. Pode ser pequenininha; pode até ser um lenço. Mas cuidado: quando descobrir as vantagens de carregar uma toalhita consigo, você NUNCA MAIS conseguirá se livrar do hábito... Principalmente se tiver a gloriosa oportunidade de utilizá-la cavalheirescamente em auxílio a uma Dama necessitada.
(mai/2010)
Ele era relativamente novo na Empresa, mas o Presidente já estava acostumado à ferocidade de uma delas (evidentemente a baranga) (não sendo isto um preconceito dele, apenas conhecimento estatístico acumulado ao longo da vida). E chamou as duas - uma de cada vez - à sala para extravasarem a tensão e contarem suas versões da história. A baranga, feroz, soltou seus cachorros. Quando chegou a vez da outra, ela começou a falar... e desatou no choro!
Em um gesto de extrema elegância que surpreendeu o Gerente, o Presidente sacou um lenço do bolso e o ofereceu à moça que pranteava. Finíssimo, educadíssimo, elegantérrimo, pensou o Gerente. E a partir daquele dia passou a sempre carregar um lenço no bolso.
As utilidades eram muitas. Às vezes, a falta de um guardanapo para limpar as mãos. Uma sujeira inesperada, um machucado, uma dama necessitada. Para secar a última gota de xixi na ponta do pau depois de uma mijada em um banheiro infecto sem papel disponível, para não sujar a cueca. Quando utilizado, o lenço era sempre posto para lavar imediatamente ao chegar em casa - ele jamais saía com um lenço sujo. E JAMAIS o utilizava para assoar o nariz, pois não é para isto que servem os lenços ("o que é que os mendigos jogam fora e os ricos guardam no bolso? É a MELECA, que fica no lenço após assoada!").
Um dia o arcanjo Gabriel lhe apresentou "O Guia Do Mochileiro Das Galáxias", e ele aprendeu que a coisa mais importante que um Mochileiro das Galáxias pode ter é sua Toalha. Sempre existem milhares de usos para uma Toalha em qualquer ponto da Galáxia, e Mochileiros que conseguirem manter as suas sempre à mão obterão respeito em todo o Universo.
Em uma viagem à Thai Land ele encontrou mini-toalhas medindo 20x20cm, que dobradas ocupavam o mesmo volume de um lenço no bolso de suas calças. Comprou diversas, e passou a enfrentar o Universo e as Galáxias com outra desenvoltura. Estava feliz com este conhecimento, porém por mais que tentasse explicar aos demais as vantagens de se portar uma toalhita (ou mesmo um lenço), ele jamais conseguia convencê-los. Mas isto não o surpreendeu, pois muito raramente conseguia arrancar raciocínios lógicos dos membros de sua Raça. Azar o deles...
Este texto é uma homenagem ao Arcanjo Gabriel, a Doug Adams e a seus seguidores que criaram o DIA DA TOLHA, celebrado em todas as Galáxias a cada 25 de Maio. Não deixe de portar a sua nesta data. Pode ser pequenininha; pode até ser um lenço. Mas cuidado: quando descobrir as vantagens de carregar uma toalhita consigo, você NUNCA MAIS conseguirá se livrar do hábito... Principalmente se tiver a gloriosa oportunidade de utilizá-la cavalheirescamente em auxílio a uma Dama necessitada.
(mai/2010)
Planos para as Próximas 3 Encarnações
Desde criança eu sempre soube o que gostaria de ser nas próximas 3 encarnações. Algumas décadas se passaram, mas curiosamente continuo pensando a mesma coisa.
Na primeira, quero ser um Gato. Sempre gostei de andar por cima de muros, de escolher meus caminhos, mexer onde bem entenda. Ser independente, comer e dormir quando der na telha. Corpo forte e elástico, agilidade e maleabilidade, bigodes antenados e garras firmes, músculos fortes, andando pela noite e enxergando no escuro. Seguindo cheiros e ouvindo ruídos inaudíveis. Mas principalmente as GATAS! Manhosas, dengosas, miando e arranhando... e inquestionavelmente gatas! Uma vida de deleite...
Na encarnação seguinte serei uma Gaivota, ou algum pássaro que plane e dê rasantes sobre o Mar, as pedras, as Montanhas e os campos. Quase um cérebro com olhos e asas; quase um Espírito. Comendo peixe fresquíssimo, ou carne quentinha (vá lá, posso ser uma Águia). Vivendo no Ar, dormindo em Árvores e Ninhos, ou em reentrâncias dos Morros. Talvez isto se deva ao bestial desequilíbrio em meu Mapa Astral: tenho cinco Planetas em signos de Ar, e nenhum em Terra! Ou seja, já nesta existência estou muito mais no Ar do que aqui em baixo (daí ser Filósofo e viver no Mundo das Idéias).
Na terceira encarnação, uma Árvore. Um centenário carvalho, se não puder ser uma milenar Sequóia. Passar décadas e séculos pensando, filosofando, devagar, viscoso, ligando a Terra ao Céu, acolhendo e convivendo com animais e aves, me alimentando do solo e da chuva, curtindo a neblina e a Natureza. Com a paciência que só uma Árvore pode ter.
Observação: A hipótese de ser uma Tartaruga também sempre teve seu apelo. Um bicho reservado, que passa a vida viajando pelos Oceanos, conhece todo o Planeta e seu sistema de correntes marinhas que pode levá-lo a qualquer lugar, longevo e com um tremendo senso de localização. Mas o que não me atrai nas tartarugas é sua vulnerabilidade. É só acontecer de ficar de cabeça para baixo, e acabou-se! Um Biólogo em Fernando de Noronha me comentou que de cada 1000 tartarugas que nascem daqueles ovinhos, apenas entre uma e duas retorna(m) 25 anos depois para colocar seus próprios ovos na mesma praia onde nasceu. "A tartaruga é o feijão do Mar", disse ele. Assim, por mais que eu quisesse viajar como faz a Tartaruga, não me atrai a idéia de ser Feijão.
Ser Humano novamente? Deus me livre!!!
(mai/2010)
Na primeira, quero ser um Gato. Sempre gostei de andar por cima de muros, de escolher meus caminhos, mexer onde bem entenda. Ser independente, comer e dormir quando der na telha. Corpo forte e elástico, agilidade e maleabilidade, bigodes antenados e garras firmes, músculos fortes, andando pela noite e enxergando no escuro. Seguindo cheiros e ouvindo ruídos inaudíveis. Mas principalmente as GATAS! Manhosas, dengosas, miando e arranhando... e inquestionavelmente gatas! Uma vida de deleite...
Na encarnação seguinte serei uma Gaivota, ou algum pássaro que plane e dê rasantes sobre o Mar, as pedras, as Montanhas e os campos. Quase um cérebro com olhos e asas; quase um Espírito. Comendo peixe fresquíssimo, ou carne quentinha (vá lá, posso ser uma Águia). Vivendo no Ar, dormindo em Árvores e Ninhos, ou em reentrâncias dos Morros. Talvez isto se deva ao bestial desequilíbrio em meu Mapa Astral: tenho cinco Planetas em signos de Ar, e nenhum em Terra! Ou seja, já nesta existência estou muito mais no Ar do que aqui em baixo (daí ser Filósofo e viver no Mundo das Idéias).
Na terceira encarnação, uma Árvore. Um centenário carvalho, se não puder ser uma milenar Sequóia. Passar décadas e séculos pensando, filosofando, devagar, viscoso, ligando a Terra ao Céu, acolhendo e convivendo com animais e aves, me alimentando do solo e da chuva, curtindo a neblina e a Natureza. Com a paciência que só uma Árvore pode ter.
Observação: A hipótese de ser uma Tartaruga também sempre teve seu apelo. Um bicho reservado, que passa a vida viajando pelos Oceanos, conhece todo o Planeta e seu sistema de correntes marinhas que pode levá-lo a qualquer lugar, longevo e com um tremendo senso de localização. Mas o que não me atrai nas tartarugas é sua vulnerabilidade. É só acontecer de ficar de cabeça para baixo, e acabou-se! Um Biólogo em Fernando de Noronha me comentou que de cada 1000 tartarugas que nascem daqueles ovinhos, apenas entre uma e duas retorna(m) 25 anos depois para colocar seus próprios ovos na mesma praia onde nasceu. "A tartaruga é o feijão do Mar", disse ele. Assim, por mais que eu quisesse viajar como faz a Tartaruga, não me atrai a idéia de ser Feijão.
Ser Humano novamente? Deus me livre!!!
(mai/2010)
O Futuro dos Livros
Às vezes não é necessário ler a borra do café para saber o que vai acontecer...
Muita baboseira tem sido publicada sobre o que vai acontecer com os livros. A maioria dos argumentos vem de gente que olha para trás, e se põe a analisar o futuro com olhos de dinossauro.
Quem determina o futuro não somos nós, neandertais condicionados à tecnologia antiga, mas sim quem cresce convivendo com a tecnologia emergente. Por mais que nós cinqüentenários estejamos acostumado às inúmeras vantagens, facilidades, conforto e fetiche dos livros, o que interessa para o porvir é como pensa e se comporta quem está crescendo agora. E estas pessoas não têm o apego que nós temos a nossas bibliotecas. O livro digital tem inúmeras vantagens práticas, como escolha do formato e tamanho dos caracteres, a praticidade, ou então a possibilidade de carregar simultaneamente centenas de materiais distintos. E esta tecnologia ainda está evoluindo; estamos somente no começo, quaisquer senões contra seu desenvolvimento têm todo o tempo do mundo para serem contornados, desenvolvidos e aprimorados.
Livros não vão subsistir somente porque retrógrados babacas empedernidos e empalhados consideram que “o livro é insubstituível”, utilizando argumentos que faziam sentido no século passado mas são irrelevantes para o futuro. Basta olhar para o que resta de sua coleção de fitas K7, de discos de vinil, sua máquina fotográfica de 35mm (não há muito se dizia que a foto digital jamais iria substituir o filme analógico por causa da definição da imagem), seus filmes em VHS e proximamente suas coleções de CDs e DVDs. E sua bibliotequinha vai pelo mesmo caminho, sorry kid! Quando se for esta nossa geração que se acostumou a carregar livros em mochilas e expô-los em estantes, quando se for esta nossa geração acostumada à propriedade de uma enormidade de átomos, o livro irá embora junto. Em outras palavras, os Livros vão acabar junto conosco; irão acabar junto comigo!
Mas isto não é problema, pois também o Mundo e o Universo vão acabar quando eu me for...
(mai/2010)
Muita baboseira tem sido publicada sobre o que vai acontecer com os livros. A maioria dos argumentos vem de gente que olha para trás, e se põe a analisar o futuro com olhos de dinossauro.
Quem determina o futuro não somos nós, neandertais condicionados à tecnologia antiga, mas sim quem cresce convivendo com a tecnologia emergente. Por mais que nós cinqüentenários estejamos acostumado às inúmeras vantagens, facilidades, conforto e fetiche dos livros, o que interessa para o porvir é como pensa e se comporta quem está crescendo agora. E estas pessoas não têm o apego que nós temos a nossas bibliotecas. O livro digital tem inúmeras vantagens práticas, como escolha do formato e tamanho dos caracteres, a praticidade, ou então a possibilidade de carregar simultaneamente centenas de materiais distintos. E esta tecnologia ainda está evoluindo; estamos somente no começo, quaisquer senões contra seu desenvolvimento têm todo o tempo do mundo para serem contornados, desenvolvidos e aprimorados.
Livros não vão subsistir somente porque retrógrados babacas empedernidos e empalhados consideram que “o livro é insubstituível”, utilizando argumentos que faziam sentido no século passado mas são irrelevantes para o futuro. Basta olhar para o que resta de sua coleção de fitas K7, de discos de vinil, sua máquina fotográfica de 35mm (não há muito se dizia que a foto digital jamais iria substituir o filme analógico por causa da definição da imagem), seus filmes em VHS e proximamente suas coleções de CDs e DVDs. E sua bibliotequinha vai pelo mesmo caminho, sorry kid! Quando se for esta nossa geração que se acostumou a carregar livros em mochilas e expô-los em estantes, quando se for esta nossa geração acostumada à propriedade de uma enormidade de átomos, o livro irá embora junto. Em outras palavras, os Livros vão acabar junto conosco; irão acabar junto comigo!
Mas isto não é problema, pois também o Mundo e o Universo vão acabar quando eu me for...
(mai/2010)
Um Dia na Vida
De tudo que celebramos na vida, somente uma única data cai em um dia escolhido por nós.
Comemoramos nascimentos e aniversários, Natal, Páscoa, Dia das Mães e dos Pais, Carnaval, formatura, independência, santos e religiosos, Mortos, Tiradentes, Zulu e São Jorge, títulos de clubes de futebol... mas NADA ocorre em uma data que escolhemos.
Nada... exceto o Casamento! A data do Casamento, que será comemorada pelo resto da vida (ao menos assim se espera) é a ÚNICA data em nossas vidas que ocorre em um dia escolhido por nós.
Também o Campanheiro ou Companheira, que ficará ao lado "até que a Morte os separe", é uma escolha pessoal e única. Não escolhemos Pai, Mãe, Tios, Primos, familiares, professores, chefes, funcionários e colegas de trabalho. Não escolhemos como serão nossos Filhos. Mas a Companheira... esta é Eleita! Cuidadosamente selecionada entre bilhões de outras possibilidades! Uma ÚNICA pessoa em todo o Planeta, e escolhida por você! Tanto a Pessoa como a data da união.
Assim, um Casal é a célula central em torno da qual tudo gira. Um Sistema Solar, onde os filhos são meros planetas, satélites, cometas, planetóides gravitando à volta. Ninguém escolheu seus Filhos. E um dia - se tudo correr como deveria - eles irão embora de sua casa, para distante de sua vida. Mas não seu Companheiro. Este ficará a seu lado. Até o Fim.
Tudo isto para dizer que não entendo pessoas que colocam os Filhos acima do Companheiro. Que colocam os Planetas como mais importantes do que o Sol. Filhos você pode ter uma dúzia, e não vai escolher nenhum deles. Companheiro é um só. Filhos caem do Céu, são escolhidos pela Cegonha; seu Companheiro foi você quem elegeu.
Os Companheiros são mais importantes do que os Filhos. O tronco é mais importante do que os frutos. O Sol é mais importante do que as Luas. E quando vejo alguém se comportar de forma diferente disto, fico sinceramente com muita pena de seu Parceiro.
(♫"Talvez eu seja o último romântico..."♫)
(mai/2010)
Comemoramos nascimentos e aniversários, Natal, Páscoa, Dia das Mães e dos Pais, Carnaval, formatura, independência, santos e religiosos, Mortos, Tiradentes, Zulu e São Jorge, títulos de clubes de futebol... mas NADA ocorre em uma data que escolhemos.
Nada... exceto o Casamento! A data do Casamento, que será comemorada pelo resto da vida (ao menos assim se espera) é a ÚNICA data em nossas vidas que ocorre em um dia escolhido por nós.
Também o Campanheiro ou Companheira, que ficará ao lado "até que a Morte os separe", é uma escolha pessoal e única. Não escolhemos Pai, Mãe, Tios, Primos, familiares, professores, chefes, funcionários e colegas de trabalho. Não escolhemos como serão nossos Filhos. Mas a Companheira... esta é Eleita! Cuidadosamente selecionada entre bilhões de outras possibilidades! Uma ÚNICA pessoa em todo o Planeta, e escolhida por você! Tanto a Pessoa como a data da união.
Assim, um Casal é a célula central em torno da qual tudo gira. Um Sistema Solar, onde os filhos são meros planetas, satélites, cometas, planetóides gravitando à volta. Ninguém escolheu seus Filhos. E um dia - se tudo correr como deveria - eles irão embora de sua casa, para distante de sua vida. Mas não seu Companheiro. Este ficará a seu lado. Até o Fim.
Tudo isto para dizer que não entendo pessoas que colocam os Filhos acima do Companheiro. Que colocam os Planetas como mais importantes do que o Sol. Filhos você pode ter uma dúzia, e não vai escolher nenhum deles. Companheiro é um só. Filhos caem do Céu, são escolhidos pela Cegonha; seu Companheiro foi você quem elegeu.
Os Companheiros são mais importantes do que os Filhos. O tronco é mais importante do que os frutos. O Sol é mais importante do que as Luas. E quando vejo alguém se comportar de forma diferente disto, fico sinceramente com muita pena de seu Parceiro.
(♫"Talvez eu seja o último romântico..."♫)
(mai/2010)
sábado, 8 de maio de 2010
Joe Contra o Vulcão
Se é possível dizer que algum filme mudou nossa vida, para mim "Joe Contra o Vulcão" é tal filme. Em 15 anos eu o assisti - sem exagero - 30 vezes (embora possa parecer um exagero...). É o filme que mais me emociona: mágico, filosófico, inteligente, divertido, romântico, poético, profundo, encantado. A história que conquistou minha alma. Para mim, The Best; ever.
Este foi o primeiro filme que assisti duas vezes em seguida, emendando uma segunda sessão tão logo acabou a primeira. Considero este um requisito essencial para usufruí-lo: deve seja assistido pelo menos duas vezes. Ao longo da primeira ele poderá parecer arrastado, longo, chato. No entanto, todas as referências e citações serão repetidas e reapresentadas ao longo dos 102 minutos, e só ao revê-lo é possível entender porque isto e aquilo apareciam ali e aqui.
O elenco é primoroso. Meg Ryan faz 3 papéis, e certa vez a vi comentá-los no Inside Actors Studio. A pergunta era "qual o papel mais difícil que você já fez?". Ela respondeu (não exatamente com estas palavras) que "no obscuro 'Joe Contra o Vulcão' eu fiz 3 papéis, representando 3 diferentes fases da vida da Mulher: adolescência, juventude e plenitude. E para este terceiro papel eu não tinha nenhuma referência, e tive que ser eu mesma. E este é o papel mais difícil para um ator: ser ele mesmo".
É exatamente neste terceiro papel, Patricia Graynamore, que Ms. Ryan pronuncia uma das mais memoráveis falas da história do Cinema. In exact words:
- "My Father says the whole world is asleep, everybody you know, everybody you see, everybody you talk to. He says that only a few people are awake - and those live in a state of constant total amazement."
O Pai dela, o ensandecido bilionário Graynamore, é vivido por Lloyd "Mike Nelson" Bridges. Sua atuação ao enviar Joe para pular no Vulcão enquanto solta fumaça pelo cachimbo é antológica.
Li certa vez que Tom Hanks não fala a respeito de 'Joe'; é claro que quando encontrá-lo já tenho algo a lhe perguntar: porquê não? Afinal, o personagem principal tem praticamente seu próprio nome! 'Joe Banks' é mais do que coincidência...
Adoro o personagem do vendedor de malas que vende a Joe os baús que virão a ser seus companheiros inseparáveis. Um profissional totalmente absorto e apaixonado por seu Trabalho. Joe lhe descreve a viagem que fará, e seus olhos brilham:
- "A real journey!..."
E completa, levantando as sobrancelhas e o indicador:
- "Regarding your luggage problem... I believe I have just THE thing!".
Então, em uma tomada que remete a algo sacro, as portas internas da loja se abrem com a música-tema de Joe executada de forma quase religiosa, e o baú aparece. E a ironia suprema: quando Joe, que tem menos de 6 meses de vida pela frente, lhe encomenda 4 baús, ele abençoa:
- "May you live to be a thousand years old, Sir!"
A música-tema de Joe toca somente em momentos especiais e muito bem escolhidos. Toda a trilha sonora é primorosa, e jamais foi lançada comercialmente. "Mas Que Nada", de Jorge Ben performada por Sergio Mendes & Brazil 66 só veio a fazer sucesso muito tempo depois; "The Cowboy Song" é executada pelo próprio Hanks/Banks; a marcha triunfal dos índios aparece de vez em quando em alguns comerciais; a música do abajur de Joe foi composta por Anjos para ninar crianças sonhadoras...
O filme é de 1990, com roteiro e direção de John Patrick Shanley. Ele ficou famoso - e até ganhou um Oscar - com seu filme anterior "Moonstruck" (Feitiço da Lua) com Nicolas Cage e Cher.
Eu poderia me estender muito sobre o filme - sobre como todas as vezes que o símbolo do raio aparece é indicando o caminho do mal e da destruição, por exemplo; ou sobre o ritual a que Joe e Patricia são submetidos pelos índios, que é um ritual primitivo de preparação para um casamento (força e energia para ele, delicadeza e sensibilidade para ela) - mas não vou me alongar mais. Menciono apenas uma fala memorável do intocável Robert Stack no filme:
- "You have some time left, Mr. Banks; you have some life left. My advice to you is: live it well".
We all have some time left, we all have some life left. We all should live it well.
- "TAKE ME… TO… THE VOLCANO!".
Chorei 30 vezes ao ver a cena de Patricia e Joe na boca do vulcão. Como também chorei 30 vezes ao ver o agradecimento de Joe a Deus por sua vida, diante da Lua, no Mar (esta cena é a imagem de boas-vindas deste Blog, que você viu lá em cima ao entrar).
"Joe Versus The Volcano" é um filme sobre Coragem. Conta a história de como podemos construir nossa jornada do Inferno ao Céu.
É o filme que me levou "away from the things of Man".
(mai/2010)
Este foi o primeiro filme que assisti duas vezes em seguida, emendando uma segunda sessão tão logo acabou a primeira. Considero este um requisito essencial para usufruí-lo: deve seja assistido pelo menos duas vezes. Ao longo da primeira ele poderá parecer arrastado, longo, chato. No entanto, todas as referências e citações serão repetidas e reapresentadas ao longo dos 102 minutos, e só ao revê-lo é possível entender porque isto e aquilo apareciam ali e aqui.
O elenco é primoroso. Meg Ryan faz 3 papéis, e certa vez a vi comentá-los no Inside Actors Studio. A pergunta era "qual o papel mais difícil que você já fez?". Ela respondeu (não exatamente com estas palavras) que "no obscuro 'Joe Contra o Vulcão' eu fiz 3 papéis, representando 3 diferentes fases da vida da Mulher: adolescência, juventude e plenitude. E para este terceiro papel eu não tinha nenhuma referência, e tive que ser eu mesma. E este é o papel mais difícil para um ator: ser ele mesmo".
É exatamente neste terceiro papel, Patricia Graynamore, que Ms. Ryan pronuncia uma das mais memoráveis falas da história do Cinema. In exact words:
- "My Father says the whole world is asleep, everybody you know, everybody you see, everybody you talk to. He says that only a few people are awake - and those live in a state of constant total amazement."
O Pai dela, o ensandecido bilionário Graynamore, é vivido por Lloyd "Mike Nelson" Bridges. Sua atuação ao enviar Joe para pular no Vulcão enquanto solta fumaça pelo cachimbo é antológica.
Li certa vez que Tom Hanks não fala a respeito de 'Joe'; é claro que quando encontrá-lo já tenho algo a lhe perguntar: porquê não? Afinal, o personagem principal tem praticamente seu próprio nome! 'Joe Banks' é mais do que coincidência...
Adoro o personagem do vendedor de malas que vende a Joe os baús que virão a ser seus companheiros inseparáveis. Um profissional totalmente absorto e apaixonado por seu Trabalho. Joe lhe descreve a viagem que fará, e seus olhos brilham:
- "A real journey!..."
E completa, levantando as sobrancelhas e o indicador:
- "Regarding your luggage problem... I believe I have just THE thing!".
Então, em uma tomada que remete a algo sacro, as portas internas da loja se abrem com a música-tema de Joe executada de forma quase religiosa, e o baú aparece. E a ironia suprema: quando Joe, que tem menos de 6 meses de vida pela frente, lhe encomenda 4 baús, ele abençoa:
- "May you live to be a thousand years old, Sir!"
A música-tema de Joe toca somente em momentos especiais e muito bem escolhidos. Toda a trilha sonora é primorosa, e jamais foi lançada comercialmente. "Mas Que Nada", de Jorge Ben performada por Sergio Mendes & Brazil 66 só veio a fazer sucesso muito tempo depois; "The Cowboy Song" é executada pelo próprio Hanks/Banks; a marcha triunfal dos índios aparece de vez em quando em alguns comerciais; a música do abajur de Joe foi composta por Anjos para ninar crianças sonhadoras...
O filme é de 1990, com roteiro e direção de John Patrick Shanley. Ele ficou famoso - e até ganhou um Oscar - com seu filme anterior "Moonstruck" (Feitiço da Lua) com Nicolas Cage e Cher.
Eu poderia me estender muito sobre o filme - sobre como todas as vezes que o símbolo do raio aparece é indicando o caminho do mal e da destruição, por exemplo; ou sobre o ritual a que Joe e Patricia são submetidos pelos índios, que é um ritual primitivo de preparação para um casamento (força e energia para ele, delicadeza e sensibilidade para ela) - mas não vou me alongar mais. Menciono apenas uma fala memorável do intocável Robert Stack no filme:
- "You have some time left, Mr. Banks; you have some life left. My advice to you is: live it well".
We all have some time left, we all have some life left. We all should live it well.
- "TAKE ME… TO… THE VOLCANO!".
Chorei 30 vezes ao ver a cena de Patricia e Joe na boca do vulcão. Como também chorei 30 vezes ao ver o agradecimento de Joe a Deus por sua vida, diante da Lua, no Mar (esta cena é a imagem de boas-vindas deste Blog, que você viu lá em cima ao entrar).
"Joe Versus The Volcano" é um filme sobre Coragem. Conta a história de como podemos construir nossa jornada do Inferno ao Céu.
É o filme que me levou "away from the things of Man".
(mai/2010)
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Fator de Equilíbrio
(Este artigo não se apega a nenhum preceito moral, e muito menos exibe preferências pessoais, meramente apresentando uma análise utilitária de disponibilidades e usos.)
Interessante passear por Copacabana às 3 da tarde em um nublado 25 de dezembro.
O que mais se encontra – ao menos, o que mais observo – são mendigos e prostitutas.
Minha atenção se foca nas putinhas. Jovencitas, quase teenagers, alegres e sorridentes, cheias de energia, voluptosas e sem soutien. E conseqüentemente bonitinhas, atraentes, algumas bastante gostosas.
Fico pensando que o Mundo é injusto com as Mulheres. Afinal, para os machos disporem de uma jovencita gostosinha, basta ir à calle (ou baixar um book, ou freqüentar casas noturnas que variam do imundo ao sofisticadérrimo) e escolher. Já as Mulheres não têm esta paleta à disposição.
Mas... será que não?
Mulheres têm muito mais facilidade em conseguir parceiros: basta ir à balada, ao boteco, ao shopping ou à night e disparar uma série de olhares e de “sim”s. Basta dar mole, e quase certamente conseguirão companhia.
(Pode-se questionar a qualidade desta companhia, da mesma forma que se questione a companhia de uma prostituta. Mas aqui a referência é às “companhias temporárias”.)
Mulheres têm facilidade em conseguir “companhia temporária”, e Homens não. E assim, para isto eles precisam recorrer ao comércio.
As Putas são o Fator de Equilíbrio.
(set/2009)
Interessante passear por Copacabana às 3 da tarde em um nublado 25 de dezembro.
O que mais se encontra – ao menos, o que mais observo – são mendigos e prostitutas.
Minha atenção se foca nas putinhas. Jovencitas, quase teenagers, alegres e sorridentes, cheias de energia, voluptosas e sem soutien. E conseqüentemente bonitinhas, atraentes, algumas bastante gostosas.
Fico pensando que o Mundo é injusto com as Mulheres. Afinal, para os machos disporem de uma jovencita gostosinha, basta ir à calle (ou baixar um book, ou freqüentar casas noturnas que variam do imundo ao sofisticadérrimo) e escolher. Já as Mulheres não têm esta paleta à disposição.
Mas... será que não?
Mulheres têm muito mais facilidade em conseguir parceiros: basta ir à balada, ao boteco, ao shopping ou à night e disparar uma série de olhares e de “sim”s. Basta dar mole, e quase certamente conseguirão companhia.
(Pode-se questionar a qualidade desta companhia, da mesma forma que se questione a companhia de uma prostituta. Mas aqui a referência é às “companhias temporárias”.)
Mulheres têm facilidade em conseguir “companhia temporária”, e Homens não. E assim, para isto eles precisam recorrer ao comércio.
As Putas são o Fator de Equilíbrio.
(set/2009)
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