terça-feira, 23 de março de 2010

Hipótese sobre o caso Isabella

Existe uma possibilidade no caso Isabella Nardoni que encaixa com todos os detalhes, e que nunca foi aventada talvez por ser ainda mais horripilante do que tudo o que temos lido e visto a respeito.

A hipótese é que o casal acusado esteja falando a verdade. Que eles não tenham atirado a Menina pela janela. Que tudo tenha passado como eles relataram e também como as provas demonstram. Porém...

O Pai realmente subiu levando a menina que pingava sangue, resultado da porradaria que levou dentro do carro. Isto explica os respingos de sangue com gotas que caíram de 1,25m de altura.

Isabella poderia ter sido deixada em um quarto em estado de total desespero. E para fugir à tortura buscou a janela do outro quarto, onde sabia já existir um rasgo na tela de proteção. Ela no entanto descobriu que tal rasgo não era suficiente para sua passagem, e usou então a tesoura ou faca para aumentá-lo. Isto explica por quê o rasgo foi feito em dois momentos diferentes, e com dois instrumentos diferentes.

Ela se colocou na janela. Pés primeiro, cintura depois, ficando então debruçada pelos cotovelos. Isto explica o modo da queda. É muito difícil imaginar que alguém que quisesse jogar outra pessoa por uma janela com tela passasse primeiro seus pés, e a ficasse segurando pelos pulsos como os rostos de frente, cara a cara. Além de excessivamente desumano (até para eles!), não seria prático. Não foi isto que aconteceu; Isabella caiu de pé porque ela mesmo, em desespero, se pendurou na janela. Se com intenção ou não de se atirar para fugir, não há como especular.

O que precisaria ser determinado é se os demais membros da Família estavam em casa neste momento, ou se o Pai realmente tinha descido para ajudar a Madrasta com as demais crianças. Mas isto não muda grande coisa.

Assim, ao não encontrar a Filha no quarto onde a deixara, o Pai efetivamente teria subido na cama do outro quarto para olhar pela janela. Deixou então a pegada no colchão, e também pegou os resíduos de tela na camisa.

Isto explica também por que a madrasta gritava -"Ela foi atirada". Se a menina realmente tivesse sido atirada, a madrasta cheia de culpa não gritaria a verdade. Seus gritos tentavam OCULTAR a verdade: que ela não foi atirada, mas sim que para fugir deles a menina desesperada buscou a janela.

Isto explica ainda por que na mesma noite a Madrasta dizia para a Mãe de Isabella: -"A culpa foi dela".

O casal acusado não seria, portanto, responsável por arremessar a menina pela janela. Muito pior: seriam responsáveis por ela ter buscado em uma janela a única saída para o tratamento desumano que vinha recebendo da Madrasta, sem que o Pai a defendesse - pelo contrário.

O casal réu não atirou a Menina pela janela. Mas a deixou em tal estado de solidão, desespero e agonia que a levaram a buscar na janela a única saída para a situação que vivia.

E isto é muito pior.

(mar/2010)

Gata de Botas

Ela media 1,58m (a mesma altura da SHAKIRA), e sempre o acompanhava a seu hobby predileto: shows de Rock em estádios e grandes e pequenas casas de espetáculos, aos quais ele comparecia com freqüência litúrgica praticamente uma vez a cada mês. Ele adorava ir na Pista, e como em sua esmagadora maioria eram shows de Rock pesado, a audiência era costumeiramente de headbangers galalaus pouco preocupados com o que ela estivesse vendo ou não – o que em geral era quase nada.

Ele chegou à conclusão que ela precisava daquelas botas de saltos enormes, as “seven-inch-leather-heels” mencionadas por PAUL STANLEY em “Do You Love Me?”, também conhecidas por “plataformas”. Após algumas buscas compraram um ótimo par na Avenida Paulista. Agora era apenas uma questão de estreá-las – e batizá-las.

Ele ficou indócil, e descobriu que dois dias depois o CAMISA DE VÊNUS iria tocar no SESC POMPÉIA, com a participação de LUIS SÉRGIO CARLINI. Perfeito!, uma excelente ocasião para a estréia.

No caminho para o show foram brainstorming como chamariam as botas. “Botas de Show”? “Botas de Rock”?

A apresentação era ao lado da Choperia do SESC, um ambiente perfeito. E quando MARCELO e o CAMISA subiram ao palco, a audiência começou a urrar:
- “BOTA PRA FUDER!... BOTA PRA FUDER!...”

Não havia mais o que questionar. As botas estavam batizadas.

(mar/2010)

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Dia em que eu fiquei Velho

DREAM THEATER, CREDICARD HALL (SP), 19/mar/2010

Sempre disse que se só tivesse mais duas horas de vida eu quereria assistir a um show do DREAM THEATER. Pois por pouco não passo tais últimas duas horas de vida engarrafado na Marginal Pinheiros indo para o show... Graças a uma greve de professores que fechou a Avenida Paulista (como se uma coisa desse direito à outra), o trânsito paulistano ao longo da sexta-feira foi ainda mais caótico do que o habitual. Show marcado para as 22hs (na vez anterior em SP, o DT entrara no palco meia hora ANTES do horário!), Ane & eu saímos de casa às 20h30m - para ficarmos PARADOS na Marginal por mais de 100 minutos, cada vez considero mais incompreensível que alguém possa efetivamente GOSTAR desta Cidade onde os engarrafamentos não podem parar.

Felizmente desta vez o DT foi compreensivo. Mesmo já passando de 22hs, a fila da Platéia no lado externo do Credicard Hall era descomunal, serpenteando pelo estacionamento. Cambistas abordavam: -"Ingresso sobrando, eu compro!". Minha 5ª vez defronte do DREAM THEATER. A primeira foi no início dos anos 90, quando fariam uma World Tour e vieram fazer um aquecimento, um "ensaio geral" no IMPERATOR, no Méier (RJ), pois eram quase desconhecidos no Brasil. Fui sózinho (é óbvio) e assisti a uma das maiores execuções de Progressive Metal de minha vida, eles tocaram descompromissados, soltos e se divertindo por mais de 3 horas.

A 2ª e 3ª vezes foram no Credicard Hall em dois dias seguidos em 10 e 11 de dezembro de 2005, quando fizeram o show que batizei de "Dream Theater em 4 atos": no sábado, hora e meia, intervalo, e mais hora e meia; e idem no domingo, hora e meia, intervalo e mais hora e meia, totalizando SEIS HORAS de um show absurdamente arrasador.

A 4ª performance foi no estacionamento do mesmo Credicard Hall em dezembro/2008, o tal show em que entraram meia hora mais cedo. Foi a primeira vez que Ane os viu, e embora normalmente reservada, ela ficou boquiaberta com a massa sonora, e não consegui evitar que escapassem comentários -"Caralho!!!" umas 20 vezes ao longo do espetáculo.

De forma que estava excitado com o evento, a ponto de comprar camarote para ver tudo - uma vez que show de Metal prima pela altura dos headbangers. Desta vez, como no Imperator, nenhum conhecido compareceu.

Início às 22h40m. Visão perfeita, inclusive da massa compacta na Pista, que mais parecia uma maremoto do inferno com os condenados urrando e brandindo os braços erguidos. O que não impediu o comentário de Ane: -"Lá em baixo é mais legal... apesar do perrengue...". É verdade, para quem está acostumado à Pista, a impressão do Camarote nâo deixa de ser algo como estar assistindo a um mega DVD em ultra-high-definition.

O teclado é curioso, apenas um único keyboard engastado em uma estrutura que gira, e assim Mr. Jordan Rudess fica rodando e pode ficar de frente para o que quiser ao longo do show. Ele porta uma enorme barbicha branca de bode, que Ane classificou de "nojenta".

Muitas músicas do último disco, poucas que eu conhecia, mas TODO MUNDO cantava junto, inclusive muitas Mulheres. Uma grande diferença em relação ao AEROSMITH, STONES, THE WHO ou KISS, que não podem tocar nada novo, são escravos do repertório antigo, escravos dos preguiçosos fãs antigos. Aqui não, a platéia é composta por fãs vivos de uma Banda viva.

Um dos pontos altos da Banda para mim é o excepcional baixista John Myung, o "japa". O volume do baixo - muitas vezes distorcido, eletrônico, pedalado ou tratado - faz estremecer as paredes do recinto. Foi ele o responsável pela maioria dos "caralhos" de Ane no show passado.

Mas da mesma forma que o AEROSMITH em sua última gig no Brasil, também o DT tocou muitas babas. Não adianta, este é o Destino, até o DREAM THEATER acaba em baba, babas progressivas, "if I die tomorrow / the spirit carries on", convenhamos, já tinham tocado isto da última vez, eu queria ver ESPORRO!...

Não gostei dos graphics projetados nos telões, muito fracos. O cenário também era pobre: alguns trapos de cortinas dependurados. Ou seja, visual bastante meia-boca... se bem que todos os demais gigs que vi do DT foram assim também.

Felizmente fui recompensado com uma rara execução de PULL ME UNDER. Jordan Rudess vem para a frente do palco portando um portable keyboard em formato de guitarra ("teclado de algibeira", segundo Andre VASCO'n'cellos), e começa um genial duelo com o guitarrista John Petrucci. John gosta de se ouvir: ele toca cercado por amplificadores valvulados que lhe redirecionam o próprio som. Seus solos não são memoráveis; os riffs sim, os solos não, prefiro-o fazendo barulho e levação de som. Um guitarrista pesado que acha que é progressivo.

Com 1h25m de show, o vocalista James Labrie (gorducho, cabelo louro e cavanhaque preto, continua parecido com a Madame Mim) anuncia um "goodnight Sao Paolo!". É claro que é fake, mas a platéia brasileira nunca aprendeu a pedir bis em show, e o silêncio que envolve o palco vazio é quase constrangedor. Como sempre o puta baterista Mike Portnoy volta com a camisa amarela da seleção brasileira, e toca de pé.

Às 00h27m termina o show, sob ovação. Os músicos parecem deslumbrados, Portnoy entrega algumas baquetas de mão em mão, saca o microfone e grita: -"OBREE-FUCKIN-GADO!", a platéia delira.


Mas... não sei. As muitas babas me cansaram. Já vi o DT 5 vezes; os STONES 4 vezes, o AERO 3 vezes, IGGY 4 vezes, KISS 3 vezes, JETHRO 5 vezes, Udois 3 vezes, até o rush eu já vi. Me recusei a ver QUEEN com Paulo Ricardo Rodgers, imaginei que passaria o show inteiro consultando o relógio e pensando "quanto tempo falta para acabar isto". A tendência é que tal feeling venha a acontecer cada vez mais, as Bandas vão se tornando covers de si próprias, os shows vão se enchendo de babas.

Ou então eu é que vou ficando Velho...


(Nota - na saída, a Marginal estava novamente engarrafada!, desta vez no sentido inverso, de retorno. A ponto de uma jamanta - aquelas cegonheiras que carregam carros novos - dar MARCHA A RÉ EM UMA AGULHA para sair da pista expressa para a local!!! E passamos mais uma horinha dentro do carro, apenas para fazer um trajeto de 8km na "Cidade que não pode parar"...)

(mar/2010)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Xixi na Pia

O Irmão mais novo ia se casar com uma suíça na Suíça, em um evento completamente formal e chique.

Os Pais e os 2 irmãos mais velhos viajaram para lá, e ficaram hospedados por alguns dias na casa da Mãe da Noiva: os Pais no quarto de Hóspedes, e os irmãos no Sótão da casa (os nubentes já moravam juntos).

Só quem já se hospedou em uma residência suíça pode compreender seus absolutos silêncio e asseio. Tudo forrado por grossos carpetes, com as madeiras, juntas, portas e janelas apresentando encaixes perfeitos, tudo estalando de novo e com limpeza impecável, mas acima de tudo um completo e total Silêncio...

Depois que todos vão dormir - o que acontece lá pela 22h30m - a casa fica em tamanho Silêncio que QUALQUER barulhinho que ecoa como em um sepulcro. De forma que, quando tiveram vontade de urinar antes de dormir, os irmãos alojados no Sótão ficaram completamente sem jeito de atravessar a casa, descer a escada de madeira, caminhar pelo corredor rumo às entranhas da impecável morada da Sogra do Irmão fazendo inevitáveis barulhos e estalos que, por menor que fossem. certamente acordariam a anfitriã. Além da descarga no final da operação, e o trajeto de volta!

Mas felizmente havia uma pia no Sótão! Satisfeitos, felizes e aliviados, os irmãos colocaram seus bratwürste pra fora, e descarregaram as cervejas quentes.

Passaram o dia seguinte despreocupados, fazendo turismo em Zürich.

Ao chegarem em casa à noite, surpresa! Encontraram junto à pia do Sótão um frasco de detergente deixado pela Dona da Casa...

(mar/2010)

Tesouros da Juventude

Desde criança sempe admirei os mais velhos. Mais experientes, mais vividos, mais sábios. A sabedoria e segurança que a vida parecia trazer me encantava. Não entendia porquê a Juventude era tão exaltada; esperei que o passar do Tempo me esclarecesse.

Mas o rolar dos anos só corroborou a impressão da criança. Talvez a Experiência possa, sim, implicar alguma amargura; mas o Conhecimento é delicioso.

Quando eu tinha 35 anos, o amigo Aldo me lançou um desafio:
- "Estou completando 25 anos, 10 a menos que você. O que você tem a dizer?"
Respondi:
- "Imagine que alguém de 15 anos chegasse para você e te dissesse: tenho 10 anos a menos que você. O que você tem a me dizer? Provavelmente você responderia: passa, moleque!"

Não conheço ninguém que desejasse ter 15, 10 ou 5 anos a menos. Nem 6 meses a menos. Ninguém que seja bem resolvido, evidentemente. Viver tudo de novo? Ter 10 anos a menos de experiência? Não imagino como se possa almejar tal desgraça. Jovens têm um orgulho tolinho por estarem vivendo coisas que os mais vividos já conhecem, já experimentaram e já passaram, estão além. Se der sorte, o Jovem alcança o mais vivido. Se der sorte, e se for Bom.

Por quê, então, a Juventude é tão reverenciada? Vislumbro 3 motivos:

1. Jovens são manipuláveis. Uma massa de manobra que pode ser dirigida por gente experiente e matreira. Podem ser levados a comprar coisas que não precisam. Podem ser convencidos que a Moda mudou. Podem ser convencidos a ficar em intermináveis filas de nightclubs, e achar chique. Podem ser convencidos que Ronaldinho Gaúcho é bom jogador de futebol, e compram camisas da Nike. São convencidos a gastar rios de dinheiro com festa de casamento e enxoval de filhos. A lista poderia ser interminável; são a massa de manobra que faz (boa parte d)a Economia girar.

2. Jovens são baratos. Se matam de trabalhar por um salário baixo. Aceitam inacreditáveis diretrizes corporativas em troca de promessas que mudarão de roupagem em um semestre. Afinal, ainda não têm experiência.

3. E, sim, a Juventude é bonita. Muito bonita.

Jovens são Manés que "se acham". Mas na verdade são estes os Tesouros da Juventude: manipulabilidade, baixo custo e beleza.

(mar/2010)

quinta-feira, 18 de março de 2010

A Última Resposta

A explicação foi encontrada em um papel deixado junto à janela aberta, com três linhas rabiscadas. Dizia:

Finalmente Ele se manifestou a mim. E me concedeu um desejo.

Pedi: -"Desejo saber quando vou morrer."

-"Isto depende de você", foi a resposta.

(set/2009)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Made in Japan

Retornando do Japão, FC informa que lá todo mundo desliga o motor de carros, ônibus, taxis, caminhões e motos quando o sinal de trânsito fecha.

O motivo não é fazer economia, mas sim evitar a poluição, aquecimento, etc.

Simples, óbvio e genial.

(mar/2010)

Me dê motivo!...

Visto que em NENHUM instante de minha vida eu me arrependi por não ter filhos, passei a perguntar às pessoas:
- "Você poderia me dar um motivo RACIONAL para se ter Filhos?..."
Ninguém tem uma resposta racional.
- "Unzinho só! Um basta!"
Nada.

Pois apresento a seguir as duas melhores respostas que recebi ao longo de décadas de indagações. Uma foi da Prima Psicóloga Lamafera:
-"Realmente não existe nenhum. Mas acontece que a decisão de ter Filhos não é Racional, mas sim Emocional; as coisas boas da vida, aquelas que você mais se lembra, não são as racionais - daí não ser um motivo racional o que te leva a ter Filhos."
Excelente!

Outra ótima resposta foi do ex-Chefe Jiovanini:
- "Porque através dos Filhos você cresce, aprende, se renova, se atualiza. Sem Filhos você tende a ficar parado na História; atolado na sua História."
Muito bom!

(Se bem que neste caso - e parafraseando a antiga piada - ter Sobrinhos resolve...)

(mar/2010)

terça-feira, 16 de março de 2010

Por quê eu jogo na Loteria

Pode causar estranheza que alguém com cérebro positrônico, formação Matemática, graduado em Engenharia e com dissertação de Mestrado em Estatística e Métodos Quantitativos, aposte na Loteria. Efetivamente, as probabilidades são ínfimas – e pior, o retorno financeiro não é proporcional ao risco assumido (neste aspecto, as roletas são o jogo de azar com melhor – ou menos pior – relação retorno x risco). Mesmo assim eu jogo há mais de 25 anos, e sempre os mesmos números (assim fica fácil conferir).

A explicação, no entanto, é bastante simples.

Não é possível afirmar que Deus (ou Deuses) exista(m) ou não; “there is no sufficient data for a meaningful answer”. E mesmo que exista, não podemos afirmar que interfira ou não em nossa pequerrucha existência.

É no entanto bastante possível que Deus efetivamente exista. E que sutilmente interfira em nossas existências.

Especulando portanto que Deus realmente exista, e que quisesse me fazer rico? Ele não teria como! Deus não tem meios de me fazer rico (ou milionário) nem que queira!

É por isto que eu jogo. Para dar a Deus uma chance de me fazer miliardário.

Se Ele quiser, é claro...

(mar/2010)

segunda-feira, 15 de março de 2010

A pedalada e o “futebol-moleque” dos moleques

A jogada mais incensada no atual Futebol brasileiro é também a mais ineficiente: a macaquice batizada de “pedalada”.

Para quem não sabe, trata-se de um movimento no qual o jogador que tem a posse da bola – usualmente um Atacante de frente para um Defensor – fica sassaricando pra cá e pra lá repetidamente, em um rebolado destinado a encher os olhos de uma platéia abobada – e só. A bola continua ali na frente, o Atacante não passa pelo Defensor, só vai e vem e vem e vai e não acontece nada, a não ser o delírio de uma torcida que faria melhor indo a um show de axé ou ao circo.

Acontece que no passado uma ou duas jogadas de pedalada deram certo, e tais jogadas são reprisadas à exaustão na televisão – e assim, toda vez que algum jogador pouco sério (romanticamente chamado de "jogador-moleque") começa a sambar parado sem passar pelo Defensor, a platéia fica iludida achando que vai ver aquele lance antigo se repetir – o que NUNCA acontece. O Atacante acaba tentando passar pelo meio do Defensor e evidentemente trombando com ele; ou então simplesmente termina passando a bola para quem vem de trás.

Tal apologia só poderia acontecer em um País de 3° Mundo, carente de ídolos e de exemplos, ávido por assunto e por algum fenômeno que fará vender camisas e jornais, e de temas para as mesas redondas na TV e para os cadernos e revistas de esportes.

O Torcedor é um Consumidor, e o Jornalista é um Profissional. Precisamos amadurecer, entre outras coisas deixando de elogiar esta coreografia inútil e patética. Coisa de moleques.

(mar/2010)

sexta-feira, 12 de março de 2010

To fart or not to fart, THAT is the question!

Shakespeare foi comedido quanto à grande questão da Humanidade. A verdadeira grande dúvida é se um Homem deve ou não ffffffffffffffffflatular diante de sua Ofélia.

Embora ouça muitas apologias à pretensa "intimidade" que um peido demonstraria em uma relação, pessoalmente acredito que aquele que expele gases diante de sua Musa tem a sofisticação mental de um bulldog. Afinal, não é necessário ter NENHUMA educação para soltar um traque na frente da Esposa; isto é uma coisa que a pessoa já nasce fazendo. A educação vem depois; como se diz, "não nascemos humanos, mas sim nos tornamos humanos".

Mais de uma vez ouvi Mulheres descasadas em festas praguejando que "depois de algum tempo ele começou a peidar na minha presença"; e o comentário não vinha acompanhado de nenhuma aparente saudade por tais momentos suaves de delicada intimidade... Pelo contrário, a conclusão é que "casamento estraga tudo, tira o respeito e o romantismo, casamento é uma merda!".

Acredito portanto que o Casamento (em todas as suas variantes) implique este rito de respeito e sacrifício ao Cavalheiro.

Com isto, a clássica questão relacionada ao casamento (versus bicicleta) passaria a ser: "Não sei se caso ou se peido". Porque ficar sem bicicleta é fácil!

(Nota - a recíproca não é necessária. Outro dito reza que "pessoas elegantes não têm ouvidos nem nariz". O mesmo se aplica ao Cavalheiro apaixonado, que não se importará - nem mesmo notará! - um pumzinho de sua Deusa. Agora, se seu Garotão chegar pra você e disser: - "Querida... que bufa!", isto é sinal que o Amor acabou.)

(mar/2010)

Abracurcix

Quanto mais o tempo passa, mais admiro a sabedoria dos irredutíveis gauleses:
- "A única coisa que devemos temer é que o céu caia sobre nossas cabeças!"

O resto a gente encara!

(mar/2010)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Prazo de Validade

A embalagem de um Produto perecível traz 3 tipos de informação.

A primeira é o NOME do Produto. O Consumidor vai utilizar esta informação SEMPRE, ao selecioná-lo na prateleira do supermercado ou da quitanda, etc.

A segunda é a sua COMPOSIÇÃO. Embora se trate de informação importante, o Consumidor vai utilizá-la apenas UMA VEZ, que é na primeira compra. Depois disto, vai olhar apenas o Nome do Produto antes de decidir se adquire ou não.

A terceira informação é o PRAZO DE VALIDADE. Esta informação é CRUCIAL, pois indica se o Comprador ainda pode – ou não! – consumir o bicho. Idealmente esta informação seria complementada pela Data de Fabricação, tornando possível saber o percentual de vida útil já esgotado e o que ainda resta.

No entanto, os Prazos de Validade vêm quase CAMUFLADOS nas embalagens! São escritos em caracteres liliputianos nas tampas, ou então gravados em relevo simples (sem tinta) sobre plástico transparente, ou ainda em tinta azul escuro sobre o plástico transparente que contém um líquido preto. Fora ficarem comumente ficarem escondidos no fundo ou nas emendas das embalagens, forçando o Consumidor mané (ou seja, VOCÊ) a ficar fazendo malabarismo para encontrá-los.

Dá a impressão que o Fabricante não está preocupado com seu Consumidor, mas somente em cumprir de forma mínima uma exigência legal... É bastante óbvio o objetivo de tão chinfrim estratégia de ocultação: é a ocultação.

Só acredito em Empresa bem intencionada e honesta quando vejo Data de Validade impressa em tipo negro tamanho 20 sobre fundo branco. Quando isto não acontece, acabo recolocando os Produtos nas prateleiras de forma a facilitar a visualização de sua Data de Validade - ou seja, com a bunda para a frente ou para cima. Menos estético, porém muito mais útil.

(mar/2010)

terça-feira, 9 de março de 2010

O Problema das Mulheres

Tenho o hábito de observar casais nas ruas, shoppings, festas, usw, e tentar intuir se algum dos dois está "acima" do outro; se um dos dois mereceria e poderia estar com alguém "melhor" do que está. Quase sempre chego à conclusão que a Mulher está mal acompanhada; que ela poderia, com um esforço mínimo, conseguir melhor companhia do que a que escorta naquele momento.

Comentei isto certa vez com minha Prima S, concluindo que as Mulheres não podem reclamar de seus Homens porque na verdade foram elas mesmas que os escolheram; por dificuldade em ficar sozinha, a Mulher acaba ficando com qualquer um, só pela companhia; que a culpa é de vocês pela baixa exigência e má escolha.

Mas a resposta me deixou sem tréplica:
- "Marcio, o problema das Mulheres não são as Escolhas... É a Oferta!"

(mar/2010)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Rodinha de Violão

Nada é mais insuportável do que as fatídicas Rodinhas de Violão.

Além de não conseguir conversar com os Amigos, você ainda fica obrigado a (como li certa vez) "ouvir músicas que não está a fim, e das quais conhece versões bem melhores"...

(mar/2010)

domingo, 7 de março de 2010

Toda vez que eu tomo banho

Penso nas amigas Cris Zazá e Milene toda vez que eu tomo banho.

Tudo começou no ano 2000, quando Cris e eu trabalhávamos em uma mesma sala no Financial Control de um Asset Management. Recebemos a visita de Milene do Marketing, e as duas começaram a comentar um e-mail que circulava na época, comparando os banhos de Homens e Mulheres. O banho feminino era aquela coisa longa, delicada, sensível, cheia de perfumes e odores, shampoos e sabonetes, cremes e toalhas felpudas, música para relaxar e velas; já o masculino se assemelhava a uma carnificina, com o Homem usando um só sabonete para o corpo e cabelo, deixando a toalha molhada jogada no chão, porta do box aberta, piso encharcado, etc.

Até que de repente uma delas comentou:
- "E o sabonete deles, que fica sempre cheio de pelos?"

As duas se escangalharam de rir, quase choravam descrevendo sabonetes peludos fruto de suas experiências pregressas, e eu fiquei com cara de tacho.

Desde então eu sempre me lembro disto a cada banho, e cuido para não deixar nenhum fiapo...
Lembre-se delas você também, em sua próxima carnificina!

(mar/2010)

A dúvida que mais se repete

Qual a dúvida que mais se repete em nossas vidas?

É comum se mencionar "não sei se caso ou se compro uma bicicleta"; mas esta é uma questão tola, pois não se tratam de atividades mutuamente excludentes. Fabio & Viviana apresentaram solução brilhante, enviando um convite de casamento cuja moldura era composta por dezenas de pequenos buquês e bicicletas alternados.

Em minha opinião, a dúvida que mais vezes se apresenta em nossas vidas é: "COMER COM SONO OU DORMIR COM FOME?". Quantas vezes já passamos por esta questão? Quantas vezes passaremos novamente? E rentabilidade passada não assegura rentabilidade futura: o histórico não ajuda a resolver a próxima ocorrência, pois a cada recaída a situação será um pouco diferente.

A Prima Lamafera, no entanto, assegura que esta é uma dúvida que não existe em sua vida: ela sempre come...

(mar/2010)