Um dos muitos grandes privilégios que tive / tenho nesta
Existência é a contemporaneidade a Isaak Yudavich Azimov– ou melhor ainda, o
perfeito ‘timing’ entre o florescimento de minha paixão pela Leitura e sua
maturidade e ápice como Cientista, Escritor e Profeta.
Passados 38 anos de sua partida, graças a sua prolixidade
(mais de 500 Livros) aqui e ali encontro Tomos redigidos por ele sobre os mais
diversos assuntos; e lê-los é saborear uma Escrita embasada, racional, criativa,
iluminada e iluminante.
Na segunda metade de julho/2020 li “Civilizações Extraterrenas”
(1979), que comprei de um Mendigo na Praça Nossa Senhora da Paz (Ipanema, RJ) cerca
de 2 anos antes. Trata-se de uma avaliação puramente técnica e científica (e
bem-humorada e brilhante) da possibilidade de existir Vida contatável no
Universo. A análise passa por formação / definição de Inteligência, evolução
geológica do Universo, comunicação e deslocamento em distâncias absurdas,
conteúdos de Informação identificáveis por formas completamente diferentes de
raciocínio, e muitíssimo mais.
As pouquíssimas vezes na Vida (já não ocorre há décadas) em
que parei de ler por breve período – usualmente devido a cansaço provocado por
leituras excessivamente complicadas – Asimov sempre me pegou pela mão e me
conduziu entusiasmado de volta ao Mundo dos Livros. Tenho mais de 50 Livros
dele, tendo lido a maioria duas ou mais vezes.
Segue um par de passagens do “Civilizações”, ligeiramente
adaptadas para fazerem sentido neste pequeno espaço.
“(...) Em geral estes fatos baseiam-se na visão de alguma
coisa que os observadores não podem entender. Eles freqüentemente dizem: “Mas o
que mais poderia ser?”, como se sua própria ignorância fosse um argumento
decisivo. (...) Quando não conseguimos qualquer explicação plausível para um
fenômeno, devemos deixá-lo provisoriamente de lado; em geral, o observador sofisticado
aprende a conviver com a incerteza.”
“(...) A Humanidade (em seus melhores momentos) sempre
deu valor ao Conhecimento em si mesmo. Esta aptidão é uma das formas pelas
quais uma espécie mais inteligente se diferencia de uma menos inteligente, e
uma cultura avançada de uma decadente.”
O fecho do Livro:
“Em nosso próprio benefício, vamos abandonar nossas disputas
inúteis, intermináveis e suicidas e nos unirmos diante da tarefa real que temos
pela frente: sobreviver / aprender / desenvolver, para entrar em um novo nível
de Conhecimento. Vamos nos esforçar para herdar o Universo que está à nossa
espera; sozinhos, se for preciso, ou na companhia de outros, se eles existirem.”
(Lagoa, madrugada de 20200803 Quaren Times)