A precoce aposentadoria de minhas trekking boots NIKE
AIR KARST (apenas 19 aninhos!) me leva a redigir esta lamurienta ode a minhas amadas
botas de caminhada.
Já cheguei a ter 10 pares destes calçados, estando
atualmente reduzido a apenas 5. Segue breve análise e opinião pessoal a
respeito.
NIKE AIR KARST
Fui aos EUA em março de 1996 para comprar as botas (e
outros equipamentos) com os quais faria o Caminho de Santiago naquele junho.
Passei horas e dias em um colossal galpão da SPORTS AUTHORITY experimentando
todos os tipos e tamanhos de botas – eu não tinha nenhum conhecimento técnico a
respeito (ainda não tenho, mas aprendi a fingir). Gostei tanto da Air Karst que
comprei DUAS, uma utilizada na Peregrinação e em trekkings seguintes, e sua
irmã gêmea que agora se aposenta. A NIKE não produz mais
calçados de caminhada (ou mesmo calçados em geral) que atendam a meu gosto,
grande perda. Adeus, Darling!
HI-TEC
A mais recente aquisição, adoro a marca, calçados muito bons, bonitos e baratos.
Não é produto de grife, mas para real trekkers. Tenho atualmente uma TOTAL
TERRAIN MID WP (WP signigicando “waterproof”) extremamente firme e aderente,
que recomendo principalmente para day-trips.
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Salomon Revo seamless GC |
SALOMON
Subi o Everest (bem, não exageremos: fui até o Kala
Patthar) com uma REVO 3DFIT Seamless Ground Control. O ápice da tecnologia
naquele 2008: totalmente soldada a laser, sem nenhuma costura; sola em duas
peças articuladas (contagrip), sendo o calcanhar de movimentação independente. Abraçava meu
pé até acima do tornozelo, eu costumava dizer que caso explodisse uma bomba
atômica perto de mim, meus pés sobrariam.
Tenho também uma Salomon QUEST preta excelente
para caminhadas em terrenos acidentados, envolve e protege muito bem o pé e o
calcanhar. Como curiosidade, não é uma boa bota para caminhar na cidade (eu a vinha
utilizando em dias de chuva, vou trocar pela Hi-Tec): a borracha dura da sola
escorrega em solo liso, o que é agravado pela grande quantidade de reentrâncias
que a tornam perfeita para terrenos acidentados porém inadequada para chão
liso; há pouca área de contato.
VASQUE
Ganhei uma Vasque BREEZE na Nova Zelândia. Linda,
segura, confortável e confiável. Boa para cidade e outdoor. Ao menos com base
nesta minha única experiência, highly recommended.
COLUMBIA
Tive duas, ambas elegantérrimas, ambas com aparência
sólida e bastante confortáveis. Mas... resistiram pouco tempo e as colas se soltaram. Ainda assim,
gosto e confio em seus produtos.
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Vasque Breeze |
Revestimento de GORE-TEX
Abomino. Dizem que evita a entrada de água (é verdade)
e que o pé respira (é mentira). O pé fica abafado, suado, xexelento. Eu
preferia as botas sem esta GORO-ROBA, mas ficou impossível comprar alguma sem
este tipo de tecnologia pretensiosa e incômoda.
OTHER
Algumas outras são “marcas-butique”, facilmente
encontráveis em lojas próprias ou de grife em Shoppings, ou também em pés sem
bolhas de dondocas no Guarujá e em Campos do Jordão. Preocupam-se mais com
estética do que com proteção. Outras ainda –
não vou mencionar as marcas – podem até ser esteticamente atraentes, ou com
aparência de “ferozes”, mas pecam por serem de pisadas muito duras. Talvez
algum dia venham a ser boas, ao menos são promissoras.
HOSPITAL DO TÊNIS
Na Fradique Coutinho, em São Paulo. Excelente para
recuperar botas, e também mochilas e malas. Sim, meus equipamentos (e meu
corpo) sofrem. Mas dá-se um jeito...
(SP, mar/2015)