Li certa vez que pessoas que morressem atropeladas a menos de 200 metros de uma passarela de pedestres teriam um registro de “suicídio” em seus Boletins de Ocorrência. Não posso afirmar que isto seja válido para todos os estados do Brasil, ou até mesmo que tal Lei ainda seja válida em algum lugar do Brasil. Mas fiquei impressionado e temeroso, e todas as vezes que atravesso a rua próximo a alguma passarela fico com um receio exagerado de ser atropelado. Nada tenho contra o suicídio – acho que cada um é dono de sua vida e de seu destino, que a decisão é exclusivamente pessoal, que a vida é para ser curtida e não carregada como uma cruz, mas que todo mundo vai morrer mesmo de forma que apressar a coisa é perder um monte de experiências em troca de algo que se vai ter de qualquer maneira – mas não gostaria de ser classificado post-mortem por algo que não fiz.
Cheguei a comentar com uma Amiga Advogada que para garantir eu iria carregar no bolso uma nota “Não foi suicídio!” para caso algum dia acontecesse algo parecido, mas ela me alertou (com razão mais do que evidente) que não conhecia tal Lei, e que eu fosse atropelado e encontrassem uma nota assim, aí mesmo é que todo mundo ia achar que foi suicídio!
Fiquei sem saída, a não ser perder um enorme tempo para atravessar as ruas pelas tão mal projetadas passarelas. (É curioso que não coloquem certos sinais de trânsito, só com o objetivo de que a travessia dos pedestres não atrapalhe os carros, ou seja: o carro é mais importante do que as pessoas.)
Mas se algum dia eu for atropelado perto de uma passarela (outro dia um motociclista em ziguezague avançou um sinal e quase me catou), fica desde já o registro: não foi suicídio!
(jan/2011)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Mínimo Esforço
Tendo crescido ouvindo e repetindo o mantra do Pai Nosso, tendemos a repetir sem refletir palavras que poderiam ser razoavelmente aprimoradas.
- “Pai Nosso que estais no Céu”: não está. Se estiver, está em toda parte.
- “Venha a nós o Vosso Reino”: “venha a nós”?!? Você fica sentado na cadeira e o reino vem a você?!? That’s very easy!
- “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, “perdoai nossas ofensas”, “não nos deixeis cair em tentação”, “livrai-nos do Mal”... É tudo pedido! Não tem esforço pessoal nenhum, não tem busca, não tem sacrifício; é um “faça tudo por mim” vergonhoso. Isto não é reza, é mendigação. Deus – ou o Pai Nosso – faz tudo, e o Fiel fica só esperando o maná e o perdão caírem no colo!...
Uma oração mais madura – com a mesma estrutura do Pai Nosso, porém assumindo responsabilidades – seria algo como:
“Pai Nosso que estáis em nós e à nossa volta,
(...) que façamos por merecer o Vosso Reino
(...) O Pão Nosso de cada dia consigamos conquistar
Perdoai as ofensas que não conseguirmos evitar
(...) Nos ajude a lutar contra as tentações
e a evitar o Mal que temos dentro de nós (...)”
Algo mais ou menos assim seria uma Oração de alguém que está a fim de se esforçar; isto sim é um pedido de ajuda, mas com participação e cooperação do suplicante. A própria Bíblia diz: precisamos aprender a pescar, e não ficarmos pedindo os peixes...
(jan/2011)
- “Pai Nosso que estais no Céu”: não está. Se estiver, está em toda parte.
- “Venha a nós o Vosso Reino”: “venha a nós”?!? Você fica sentado na cadeira e o reino vem a você?!? That’s very easy!
- “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, “perdoai nossas ofensas”, “não nos deixeis cair em tentação”, “livrai-nos do Mal”... É tudo pedido! Não tem esforço pessoal nenhum, não tem busca, não tem sacrifício; é um “faça tudo por mim” vergonhoso. Isto não é reza, é mendigação. Deus – ou o Pai Nosso – faz tudo, e o Fiel fica só esperando o maná e o perdão caírem no colo!...
Uma oração mais madura – com a mesma estrutura do Pai Nosso, porém assumindo responsabilidades – seria algo como:
“Pai Nosso que estáis em nós e à nossa volta,
(...) que façamos por merecer o Vosso Reino
(...) O Pão Nosso de cada dia consigamos conquistar
Perdoai as ofensas que não conseguirmos evitar
(...) Nos ajude a lutar contra as tentações
e a evitar o Mal que temos dentro de nós (...)”
Algo mais ou menos assim seria uma Oração de alguém que está a fim de se esforçar; isto sim é um pedido de ajuda, mas com participação e cooperação do suplicante. A própria Bíblia diz: precisamos aprender a pescar, e não ficarmos pedindo os peixes...
(jan/2011)
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
O Casamento eleva a Auto-Estima!
Um efeito colateral positivo do Casamento é o aumento na auto-estima do cabra.
Quando está casado, ele olha as Mulheres nas Festas, botecos, happy hours e eventos e acha que todas estão dando mole:
- “Se não fosse casado... eu pegava todo mundo!”
Mas quando está solteiro, ele cai na real:
- “Eu não pego ninguém... eu sou um merda!”
(É um comportamento idêntico ao do cachorro, que quando está preso late furiosamente e fica tentando avançar em todo mundo; e quando está solto, fica pianinho...
Homem e Cachorro são muito parecidos, não à toa são tão amigos.)
(jan/2011)
Quando está casado, ele olha as Mulheres nas Festas, botecos, happy hours e eventos e acha que todas estão dando mole:
- “Se não fosse casado... eu pegava todo mundo!”
Mas quando está solteiro, ele cai na real:
- “Eu não pego ninguém... eu sou um merda!”
(É um comportamento idêntico ao do cachorro, que quando está preso late furiosamente e fica tentando avançar em todo mundo; e quando está solto, fica pianinho...
Homem e Cachorro são muito parecidos, não à toa são tão amigos.)
(jan/2011)
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Multitask
Na Copa do Escritório aperto com o indicador direito o botão para encher o copo de água, e ao mesmo tempo aperto com o esquerdo o botão da cafeteira elétrica para preparar um expresso. Fico orgulhoso:
- “Eu sou multi-tarefa!!!”
Alguns minutos mais tarde, já sentado na mesa, procuro inutilmente o copo de água: eu o deixei na Copa!
- “A visita do velho alemão!”
(Para quem não conhece a expressão, “velho alemão” é o Alzheimer!)
(jan/2011)
- “Eu sou multi-tarefa!!!”
Alguns minutos mais tarde, já sentado na mesa, procuro inutilmente o copo de água: eu o deixei na Copa!
- “A visita do velho alemão!”
(Para quem não conhece a expressão, “velho alemão” é o Alzheimer!)
(jan/2011)
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
O Critério Americano
Eu morava em São Paulo no início dos anos 80, e recebi a visita do Tio LCF. Íamos almoçar, e a sugestão foi a Churrascaria Rodeio na Rua Haddock Lobo.
Na época, “churrascaria” se referia essencialmente a rodízios de carne, ou então a pedir enormes pedaços no espeto de algum determinado tipo de carne. A Churrascaria Rodeio despontava como um lugar muito diferente, uma conceituada “churrascaria chique”, um restaurante educado e elegante para se comer excelentes carnes extremamente saborosas, ricas e muito bem preparadas.
Chegamos lá e o cardápio desfilava uma enormidade de opções suculentas. Ele estudou o menu, virou as páginas, olhou mais um pouco... e disse:
- “Vou escolher pelo critério americano.”
Minha expressão deve ter refletido minha palermice, pois o Tio comentou logo em seguida:
- “Não sabe o que é o critério americano? É simples: o prato mais caro!”
Me lembro que eu passei bem neste almoço; mas ele foi tratado como um Rei!
(jan/2011)
Na época, “churrascaria” se referia essencialmente a rodízios de carne, ou então a pedir enormes pedaços no espeto de algum determinado tipo de carne. A Churrascaria Rodeio despontava como um lugar muito diferente, uma conceituada “churrascaria chique”, um restaurante educado e elegante para se comer excelentes carnes extremamente saborosas, ricas e muito bem preparadas.
Chegamos lá e o cardápio desfilava uma enormidade de opções suculentas. Ele estudou o menu, virou as páginas, olhou mais um pouco... e disse:
- “Vou escolher pelo critério americano.”
Minha expressão deve ter refletido minha palermice, pois o Tio comentou logo em seguida:
- “Não sabe o que é o critério americano? É simples: o prato mais caro!”
Me lembro que eu passei bem neste almoço; mas ele foi tratado como um Rei!
(jan/2011)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Maioridade
Somadas minhas 3 encarnações nesta cidade, estou completando 21 anos em São Paulo.
Saí da casa de meus Pais para viver na “cidade cinza” aos 25 anos de idade. Morei em bairros diferentes, tive namoros em outros. Com isto conheci toda a metrópole – à exceção do Morumbi, pois nunca me interessei pelo “outro lado da ponte”, que para mim é o Paraná. Sempre me orientando por enormes mapas, acabei por desenvolver a teoria de que a pessoa de outra origem conhece mais uma cidade do que a originária dela - pois por conhecer “tudo” desde criança, esta raramente consulta um mapa.
-“Como é que sendo do Rio você pode gostar de morar aqui?”, perguntam com espantosa sinceridade os paulistas. A resposta não é curta, mas é fácil...
O primeiro motivo é o mais óbvio: é aqui que está o trabalho. Esta é a resposta-padrão da maioria dos “estrangeiros”, é uma grande verdade, e não é necessário se alongar a respeito.
Mas acima de tudo o que mais me fascina é o comércio. A qualidade dos serviços, a facilidade de acesso a tudo. Nenhuma outra cidade DO MUNDO tem a quantidade de hipermercados que temos aqui, a cada esquina. Você encontra de tudo, 24 horas por dia. A cidade é dinâmica, non-stop, fervilhante.
Já escrevi sobre as Grandes Galerias (ou “Galeria do Rock”): não existe lugar no Planeta que chegue aos pés desta maravilha para os amantes de Rock & Variantes. Digo isto com conhecimento de causa, pois sou fuçador compulsivo de lojas de Música & Afins pelo Globo inteiro.
O que dizer das “ruas de especialidades”? A Consolação para luminárias, Santa Ifigênia para eletrônicos, Florêncio de Abreu para ferramentas, José Paulino para roupas, a “Rua das Noivas”... New York, London, Berlin e Tokyo bem que queriam... mas não chegam aos pés!
O Museu do Futebol é bastante posterior a meu estabelecimento em SPCity. Mas é tão espetacular que por si só justifica uma vinda. É sério: viaje a São Paulo nem que seja apenas para visitá-lo!
Sampa City é incomparável em matéria de shows de Rock. Quanta gente passou por aqui e não foi ao Balneá-Rio nem para ver o Mar? Metallica, AC/DC, Aero, Rammstein, isto só para citar os mais recentes (e pesados, pois não tenho ouvido outra coisa).
Já houve épocas em que todos os meus amigos do Rio estavam casados, e todos os de Sampa (inclusive eu) estavam solteiros. Sim, o Rio tem a cabeça mais aberta, SP é bem careta – mas paulistas se separam mais que cariocas, não ficam presos a relacionamentos acabados, partem “welcome back to the circus” na noite que tem gente de todos os lugares do Brasil, sem muitos melindres ou preocupação. E encontram novos – e bons – relacionamentos. Admiro gente que tem coragem de acabar relacionamentos falidos, e neste ponto os paulistas são bem mais evoluídos do que cariocas.
Detesto o tão-amado Parque do Ibirapuera. God-inho, que coisa fake! Parece uma jaula de zoológico, um ambiente postiço, “venham pessoas, este é seu habitat natural”! Pavoroso.
Descer para a praia de carro também não faz o menor sentido para quem sempre morou a 50 metros de distância das praias de Copacabana ou Ipanema e sempre foi à praia à pé e descalço. As engarrafadérrimas voltas de carro subindo a serra, então, nem se fala.
Algumas coisas são sem dúvida ridículas: que expressão é esta, “de ponta-cabeça”?!? A fórmula paulista para “de cabeça para baixo” – que faz sentido – não tem O MENOR SENTIDO!!! Quando você ouvir alguém falar “de ponta cabeça”, esforce-se bastante para se manter sério: é educado e polido.
Idem para “carta de motorista”.
Paulista gosta de música caipira, o que está de acordo: afinal, estamos no Interior. Acho curioso quando falam “neste final de semana eu vou para o Interior”, se esquecendo que já estão a quilômetros de distância do Litoral!
O ponto realmente baixo da cidade é o trânsito: realmente inacreditável, e o pior é que a esmagadora maioria dos carros só tem uma única pessoa dentro... Praticamente deixei de andar de carro, e há mais de 1 ano só ando (por ordem de utilização) a pé, de ônibus, de moto ou de táxi. Meu carro está imundo na garagem, coberto por poeira causada pela inércia. Ele vai durar para sempre, ao menos a casca.
Muito curiosas são as referências a meu sotaque. Metade das pessoas diz: “é, depois de 20 anos aqui você já não tem nenhum sotaque!”, enquanto a outra metade considera que “mesmo com 20 anos aqui você ainda fala com sotaque”! Pessoalmente sou de opinião que alguns cariocas exageram de forma absolutamente ridícula as caricaturas vocais do Rio, forçando chchchiados e arrrraxtados. E quando você fala norrmalmentxe – que é meu caso – os paulixtas nem notam tanto.
Paulista recebe carioca muito bem, realmente gostam de nós. Já o carioca não retribui esta postura, mas sacaneia...
Talvez a maior vantagem de SP sobre o Rio seja NÃO TER a torcida de um certo time de futebol!...
Eu já poderia ter ido embora de Sampa há alguns anos, mas me sinto bem nesta cidade que tão bem me recebe e trata, e que tudo me oferece (exceto Natureza).
A maioria de meus Amigos cariocas já foi embora, mas eu teimosamente fico. Feliz por me identificar com a cidade cinza, feliz por ser um Carioca morando em Sampa, e poder dispor do “best of both worlds”; afinal, “ninguém é profeta em sua própria terra”...
(25/jan/2011)
Saí da casa de meus Pais para viver na “cidade cinza” aos 25 anos de idade. Morei em bairros diferentes, tive namoros em outros. Com isto conheci toda a metrópole – à exceção do Morumbi, pois nunca me interessei pelo “outro lado da ponte”, que para mim é o Paraná. Sempre me orientando por enormes mapas, acabei por desenvolver a teoria de que a pessoa de outra origem conhece mais uma cidade do que a originária dela - pois por conhecer “tudo” desde criança, esta raramente consulta um mapa.
-“Como é que sendo do Rio você pode gostar de morar aqui?”, perguntam com espantosa sinceridade os paulistas. A resposta não é curta, mas é fácil...
O primeiro motivo é o mais óbvio: é aqui que está o trabalho. Esta é a resposta-padrão da maioria dos “estrangeiros”, é uma grande verdade, e não é necessário se alongar a respeito.
Mas acima de tudo o que mais me fascina é o comércio. A qualidade dos serviços, a facilidade de acesso a tudo. Nenhuma outra cidade DO MUNDO tem a quantidade de hipermercados que temos aqui, a cada esquina. Você encontra de tudo, 24 horas por dia. A cidade é dinâmica, non-stop, fervilhante.
Já escrevi sobre as Grandes Galerias (ou “Galeria do Rock”): não existe lugar no Planeta que chegue aos pés desta maravilha para os amantes de Rock & Variantes. Digo isto com conhecimento de causa, pois sou fuçador compulsivo de lojas de Música & Afins pelo Globo inteiro.
O que dizer das “ruas de especialidades”? A Consolação para luminárias, Santa Ifigênia para eletrônicos, Florêncio de Abreu para ferramentas, José Paulino para roupas, a “Rua das Noivas”... New York, London, Berlin e Tokyo bem que queriam... mas não chegam aos pés!
O Museu do Futebol é bastante posterior a meu estabelecimento em SPCity. Mas é tão espetacular que por si só justifica uma vinda. É sério: viaje a São Paulo nem que seja apenas para visitá-lo!
Sampa City é incomparável em matéria de shows de Rock. Quanta gente passou por aqui e não foi ao Balneá-Rio nem para ver o Mar? Metallica, AC/DC, Aero, Rammstein, isto só para citar os mais recentes (e pesados, pois não tenho ouvido outra coisa).
Já houve épocas em que todos os meus amigos do Rio estavam casados, e todos os de Sampa (inclusive eu) estavam solteiros. Sim, o Rio tem a cabeça mais aberta, SP é bem careta – mas paulistas se separam mais que cariocas, não ficam presos a relacionamentos acabados, partem “welcome back to the circus” na noite que tem gente de todos os lugares do Brasil, sem muitos melindres ou preocupação. E encontram novos – e bons – relacionamentos. Admiro gente que tem coragem de acabar relacionamentos falidos, e neste ponto os paulistas são bem mais evoluídos do que cariocas.
Detesto o tão-amado Parque do Ibirapuera. God-inho, que coisa fake! Parece uma jaula de zoológico, um ambiente postiço, “venham pessoas, este é seu habitat natural”! Pavoroso.
Descer para a praia de carro também não faz o menor sentido para quem sempre morou a 50 metros de distância das praias de Copacabana ou Ipanema e sempre foi à praia à pé e descalço. As engarrafadérrimas voltas de carro subindo a serra, então, nem se fala.
Algumas coisas são sem dúvida ridículas: que expressão é esta, “de ponta-cabeça”?!? A fórmula paulista para “de cabeça para baixo” – que faz sentido – não tem O MENOR SENTIDO!!! Quando você ouvir alguém falar “de ponta cabeça”, esforce-se bastante para se manter sério: é educado e polido.
Idem para “carta de motorista”.
Paulista gosta de música caipira, o que está de acordo: afinal, estamos no Interior. Acho curioso quando falam “neste final de semana eu vou para o Interior”, se esquecendo que já estão a quilômetros de distância do Litoral!
O ponto realmente baixo da cidade é o trânsito: realmente inacreditável, e o pior é que a esmagadora maioria dos carros só tem uma única pessoa dentro... Praticamente deixei de andar de carro, e há mais de 1 ano só ando (por ordem de utilização) a pé, de ônibus, de moto ou de táxi. Meu carro está imundo na garagem, coberto por poeira causada pela inércia. Ele vai durar para sempre, ao menos a casca.
Muito curiosas são as referências a meu sotaque. Metade das pessoas diz: “é, depois de 20 anos aqui você já não tem nenhum sotaque!”, enquanto a outra metade considera que “mesmo com 20 anos aqui você ainda fala com sotaque”! Pessoalmente sou de opinião que alguns cariocas exageram de forma absolutamente ridícula as caricaturas vocais do Rio, forçando chchchiados e arrrraxtados. E quando você fala norrmalmentxe – que é meu caso – os paulixtas nem notam tanto.
Paulista recebe carioca muito bem, realmente gostam de nós. Já o carioca não retribui esta postura, mas sacaneia...
Talvez a maior vantagem de SP sobre o Rio seja NÃO TER a torcida de um certo time de futebol!...
Eu já poderia ter ido embora de Sampa há alguns anos, mas me sinto bem nesta cidade que tão bem me recebe e trata, e que tudo me oferece (exceto Natureza).
A maioria de meus Amigos cariocas já foi embora, mas eu teimosamente fico. Feliz por me identificar com a cidade cinza, feliz por ser um Carioca morando em Sampa, e poder dispor do “best of both worlds”; afinal, “ninguém é profeta em sua própria terra”...
(25/jan/2011)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
O Bode
Acredito que existam diversos bons motivos para se usar barba, mas para mim o melhor de todos é que quando estou de barba eu posso me olhar no espelho e saber:
- "Dá para eu ficar melhor do que isto..."
Já quando estou sem barba, eu me olho no espelho e penso:
- "Pqp! Isto é o melhor que eu posso ficar!?!...
(jan/2011)
- "Dá para eu ficar melhor do que isto..."
Já quando estou sem barba, eu me olho no espelho e penso:
- "Pqp! Isto é o melhor que eu posso ficar!?!...
(jan/2011)
domingo, 23 de janeiro de 2011
Repepetições
Não tenho como evitar que alguma coisa aconteça uma vez em minha vida; mas sou eu o responsável se alguma coisa acontecer de novo.
Procuro agir em conformidade com esta idéia. É claro que isto leva a repetitivas lenga-lengas de "2ª chance", "agora vai ser diferente", "coitadinhos", etc.
Mas, como me dizia o Vovô Gustavo há mais de 40 anos, “quando trinca uma taça de cristal, não há cola que dê jeito”!
E não dá outra: quando você fraqueja e se deixa levar pelo emocional, acaba levando a mesmíssima porrada de novo!...
No outro lado da moeda está algo que li certa vez: "o que aconteceu uma vez não obrigatoriamente se repetirá; mas o que ocorrer duas vezes, certamente vai acontecer uma terceira"...
Ou seja: qualquer que seja seu motivo, é bom caprichar na primeira!
(jan/2011)
Procuro agir em conformidade com esta idéia. É claro que isto leva a repetitivas lenga-lengas de "2ª chance", "agora vai ser diferente", "coitadinhos", etc.
Mas, como me dizia o Vovô Gustavo há mais de 40 anos, “quando trinca uma taça de cristal, não há cola que dê jeito”!
E não dá outra: quando você fraqueja e se deixa levar pelo emocional, acaba levando a mesmíssima porrada de novo!...
No outro lado da moeda está algo que li certa vez: "o que aconteceu uma vez não obrigatoriamente se repetirá; mas o que ocorrer duas vezes, certamente vai acontecer uma terceira"...
Ou seja: qualquer que seja seu motivo, é bom caprichar na primeira!
(jan/2011)
sábado, 22 de janeiro de 2011
Desafio à Não-Interferência
Deus existe? Ou: Deuses existem?
(Para simplificar, seguimos apenas com a 3ª pessoa do plural.)
São 3 as alternativas de resposta a esta pergunta:
- não existem;
- existem, mas não interferem em nossa existência;
- existem, e interferem em nossa existência.
A primeira e a segunda opções têm o mesmo efeito prático em nossas vidas, e portanto é possível reduzir as respostas a somente duas:
- existe interferência divina em nossas existências; ou
- não existe interferência divina em nossas existências.
Upesa sentia cansaço e desgosto com a convivência com os demais lobos de sua própria espécie, e não tinha maiores interesses em prolongar a experiência caso não recebesse uma manifestação positiva da existência de Algo muito além do mundano.
É claro que tal manifestação jamais seria física, explosiva, espetacular ou milagrosa, mas sim extremamente sutil, de delicadíssima percepção. No entanto, o desafio proposto teria que ser muito grande para chegar a chamar a atenção e causar a movimentação de algo tão colossal como uma Divindade.
Upesa conjecturou longamente, e encontrou o projeto adequado. Lentamente o colocou em prática. Foram muitos anos de um delicadíssimo confronto; afinal, a não-interferência – qualquer que fosse a causa – traria conseqüências desastrosas. Mas uma vez que seu foco era somente aquele esclarecimento, não fazendo diferença um eventual desastre caso ele fosse negativo, teimosa e insistentemente Upesa seguiu em frente.
E assim finalmente conseguiu a resposta que todos procuravam.
(jan/2011)
(Para simplificar, seguimos apenas com a 3ª pessoa do plural.)
São 3 as alternativas de resposta a esta pergunta:
- não existem;
- existem, mas não interferem em nossa existência;
- existem, e interferem em nossa existência.
A primeira e a segunda opções têm o mesmo efeito prático em nossas vidas, e portanto é possível reduzir as respostas a somente duas:
- existe interferência divina em nossas existências; ou
- não existe interferência divina em nossas existências.
Upesa sentia cansaço e desgosto com a convivência com os demais lobos de sua própria espécie, e não tinha maiores interesses em prolongar a experiência caso não recebesse uma manifestação positiva da existência de Algo muito além do mundano.
É claro que tal manifestação jamais seria física, explosiva, espetacular ou milagrosa, mas sim extremamente sutil, de delicadíssima percepção. No entanto, o desafio proposto teria que ser muito grande para chegar a chamar a atenção e causar a movimentação de algo tão colossal como uma Divindade.
Upesa conjecturou longamente, e encontrou o projeto adequado. Lentamente o colocou em prática. Foram muitos anos de um delicadíssimo confronto; afinal, a não-interferência – qualquer que fosse a causa – traria conseqüências desastrosas. Mas uma vez que seu foco era somente aquele esclarecimento, não fazendo diferença um eventual desastre caso ele fosse negativo, teimosa e insistentemente Upesa seguiu em frente.
E assim finalmente conseguiu a resposta que todos procuravam.
(jan/2011)
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Look at Yourself
A passagem do tempo traz algumas grandes e inesperadas decepções.
Por exemplo, de repente te caem às mãos fotos antigas tuas que você DETESTAVA. Você as olha, e conclui tristemente:
- “Até que eu estava bem naquela época!...”
Outra desagradabilíssima surpresa ocorre em Shopping Centers. Você está caminhando e subitamente vê um Velho Decrépito alguns metros adiante. Mas... não! É apenas você mesmo, refletido em um enorme e inesperado espelho...
(jan/2011)
(jan/2011)
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
A Bananeira Moral
Papai gosta de dizer que:
“Em sua infinita sabedoria, Deus ordenou nossos corpos colocando a cabeça em cima, o coração no meio, o estômago em seguida e finalmente o sexo lá em baixo.
Mas o Homem tem mania de ignorar os desígnios divinos, e optou por plantar uma "bananeira moral": coloca o sexo acima de tudo, então dá atenção ao estômago, depois vem o coração, e só então se preocupa com a cabeça...”
(Ele ainda acrescenta: "e quando quer alimentar a cabeça, o Homem dá uma "Playboy" para ela!...")
(jan/2011)
“Em sua infinita sabedoria, Deus ordenou nossos corpos colocando a cabeça em cima, o coração no meio, o estômago em seguida e finalmente o sexo lá em baixo.
Mas o Homem tem mania de ignorar os desígnios divinos, e optou por plantar uma "bananeira moral": coloca o sexo acima de tudo, então dá atenção ao estômago, depois vem o coração, e só então se preocupa com a cabeça...”
(Ele ainda acrescenta: "e quando quer alimentar a cabeça, o Homem dá uma "Playboy" para ela!...")
(jan/2011)
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
O Método Marluce
Noite de 24 de dezembro de um ano qualquer. Casa iluminada e cheia de convidados, com muita comida, bebida, alegria, presentes... e crianças correndo e urrando.
Conversávamos no sofá da sala, com as constantes interrupções de um menino de seus 7 ou 8 anos que vinha correndo berrando e se atirava com estardalhaço em um dos sofás, onde estava a Tia Marluce. E ali ficava frenético e bufante por alguns segundos, até sair correndo novamente.
Após os solavancos da terceira aterrisagem e decolagem, a Tia Marluce falou:
- "Quer ver eu acabar com isto?"
Na vez seguinte que o azougue se arremessou no sofá, Marluce o pegou e puxou, agarrando-o pelo pescoço e dando um abraço apertado e prolongado enquanto dizia ardorosa e entusiasmada:
- "Fica aqui comigo, meu querido, eu adoro tanto você, você é tão fôfo, me dá um abraço apertado...", etc, etc.
O garoto lutou sôfrego para se libertar daquele tamanduá, e quando conseguiu saiu chispando...
... e não voltou mais!
As visitas puderam continuar conversando na sala.
(jan/2011)
Conversávamos no sofá da sala, com as constantes interrupções de um menino de seus 7 ou 8 anos que vinha correndo berrando e se atirava com estardalhaço em um dos sofás, onde estava a Tia Marluce. E ali ficava frenético e bufante por alguns segundos, até sair correndo novamente.
Após os solavancos da terceira aterrisagem e decolagem, a Tia Marluce falou:
- "Quer ver eu acabar com isto?"
Na vez seguinte que o azougue se arremessou no sofá, Marluce o pegou e puxou, agarrando-o pelo pescoço e dando um abraço apertado e prolongado enquanto dizia ardorosa e entusiasmada:
- "Fica aqui comigo, meu querido, eu adoro tanto você, você é tão fôfo, me dá um abraço apertado...", etc, etc.
O garoto lutou sôfrego para se libertar daquele tamanduá, e quando conseguiu saiu chispando...
... e não voltou mais!
As visitas puderam continuar conversando na sala.
(jan/2011)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
A Esposa Na Porta Ao Lado (The Wife Next Door)
O modelo tradicional de casamento já expirou há bastante tempo; no entanto, ainda não foi encontrado um novo desenho para substituí-lo. Apresento a seguir uma humilde (e definitiva) sugestão.
Na Sociedade antiga, tanto o Homem como a Mulher tinham muito a ganhar com o casamento.
O papel reservado para o Homem não envolvia cuidar da casa, cozinha, roupas lavadas, crianças, compras, empregadas e tudo que se referisse às prendas domésticas. O casamento representava então um porto seguro e tranqüilo, onde o Homem encontrava pouso, rango e salvaguarda social sem muito esforço ou compromisso além de levar dinheiro e o próprio corpo para casa.
A Mulher também tinha seus motivos práticos para o matrimônio: afastada do trabalho e incapaz de assegurar sua subsistência fora das asas da casa paterna, restava a ela conquistar um mantenedor que lhe assegurasse a estabilidade financeira e o status de desencalhada. Em troca ela organizava toda a infra-estrutura do Maridão (que não era pouca).
O bônus para o Homem era a certeza (ou quase) da fidelidade feminina. A Mulher não necessita a fidelidade: por mais parceiros que usufrua, ela sempre tem a certeza óbvia de que os filhos são dela, independentemente de quem seja o pai. Já o Homem só terá tal certeza se a Mulher tiver sido semeada exclusivamente por ele. Em outras palavras, a fidelidade só é essencial para o Homem; é uma invenção que só ao Homem interessa. As Mulheres deveriam se libertar deste grilhão, e acabar com o conceito de Fidelidade; mas não é este o foco desta matéria.
Embora tenha imperado por milênios, este modelo de relação motivada pela dependência não tem mais espaço na Sociedade atual, onde cessaram as dependências financeira e operacional. Mulheres e Homens trabalham igualmente, e qualquer um pode comprar comida pronta, congelada ou encomendar um delivery em casa; todo mundo tem micro-ondas e máquina de lavar roupa, carro e faxineira, e a capacidade de operar um controle remoto; ninguém depende mais de um parceiro full-time para prover mais nada.
E isto é muito melhor, pois a função do Companheiro de Jornada não é – ou não deveria ser – prática ou operacional, mas sim de complementação pessoal.
Desta forma, quem se libertar do convencional e da opressão social por ter filhos não vai mais ter motivos para uma convivência forçada full-time com o parceiro. Como li certa vez, "as pessoas confundem Amor com Convivência". Morar junto acaba com o Romantismo: as pessoas deixam de se arrumarem para se encontrarem com seus Parceiros, e passam a se arrumar quando vão encontrar outras pessoas! O cheiro do companheiro deixa de ser uma delicatesse e se torna uma commodity do dia-a-dia (ou do noite-a-noite), esteja a pessoa a fim ou não de dormir acompanhada. O compartilhamento de travesseiros se torna uma rotina (ou uma obrigação, pois só há 1 cama), e não uma opção prazeirosa; o caviar vira feijão. O que dizer então dos flatos? Ou a pessoa os expele na presença do parceiro e empesteia deselegante e desrespeitosamente o ambiente, ou os retém e fica inchado com dores abdominais. (Quem acha que isto não é importante deveria comparecer a uma festa com maioria de Mulheres descasadas falando de seus ex-Maridos).
Estarei então defendendo que não se tenha parceiros? De jeito nenhum! Advogo somente que não exista a obrigatoriedade da convivência ininterrupta. Além de não ser saudável, isto também não é mais necessário.
E qual a solução proposta? Morar próximos, muito próximos, sugiro que no mesmo prédio – mas cada qual com sua casa. Cada qual com seu espaço, com lugar para abrigar eventuais Filhos que não sejam comuns a ambos, ouvir a música que desejarem na altura que desejarem na hora que desejarem, deixar bagunça espalhada quando for o caso, dormir e acordar em horários diferentes – ao mesmo tempo que estão próximos o suficiente para se apoiarem, se ajudarem, jantar juntos e dormir juntos quando adequado. Assim os dois se preparam, se arrumam e se perfumam para se encontrarem; o Romantismo é preservado; a troca de olhares não é uma obrigação, mas uma escolha de cada momento.
Como disse o Vovô, "como duas madeiras em uma fogueira: próximos o suficiente para se aquecerem mutuamente, mas afastados o suficiente para que ambos respirem".
Ainda por cima, muito pouca gente usa as escadas do prédio, de forma que no meio da noite vocês poderão até mesmo subir e descer de pijamas os degraus que os separam, com todo o conforto e discrição.
E se o meu depoimento pessoal servir para alguma coisa, posso atestar que é ótimo!
(jan/2011)
Na Sociedade antiga, tanto o Homem como a Mulher tinham muito a ganhar com o casamento.
O papel reservado para o Homem não envolvia cuidar da casa, cozinha, roupas lavadas, crianças, compras, empregadas e tudo que se referisse às prendas domésticas. O casamento representava então um porto seguro e tranqüilo, onde o Homem encontrava pouso, rango e salvaguarda social sem muito esforço ou compromisso além de levar dinheiro e o próprio corpo para casa.
A Mulher também tinha seus motivos práticos para o matrimônio: afastada do trabalho e incapaz de assegurar sua subsistência fora das asas da casa paterna, restava a ela conquistar um mantenedor que lhe assegurasse a estabilidade financeira e o status de desencalhada. Em troca ela organizava toda a infra-estrutura do Maridão (que não era pouca).
O bônus para o Homem era a certeza (ou quase) da fidelidade feminina. A Mulher não necessita a fidelidade: por mais parceiros que usufrua, ela sempre tem a certeza óbvia de que os filhos são dela, independentemente de quem seja o pai. Já o Homem só terá tal certeza se a Mulher tiver sido semeada exclusivamente por ele. Em outras palavras, a fidelidade só é essencial para o Homem; é uma invenção que só ao Homem interessa. As Mulheres deveriam se libertar deste grilhão, e acabar com o conceito de Fidelidade; mas não é este o foco desta matéria.
Embora tenha imperado por milênios, este modelo de relação motivada pela dependência não tem mais espaço na Sociedade atual, onde cessaram as dependências financeira e operacional. Mulheres e Homens trabalham igualmente, e qualquer um pode comprar comida pronta, congelada ou encomendar um delivery em casa; todo mundo tem micro-ondas e máquina de lavar roupa, carro e faxineira, e a capacidade de operar um controle remoto; ninguém depende mais de um parceiro full-time para prover mais nada.
E isto é muito melhor, pois a função do Companheiro de Jornada não é – ou não deveria ser – prática ou operacional, mas sim de complementação pessoal.
Desta forma, quem se libertar do convencional e da opressão social por ter filhos não vai mais ter motivos para uma convivência forçada full-time com o parceiro. Como li certa vez, "as pessoas confundem Amor com Convivência". Morar junto acaba com o Romantismo: as pessoas deixam de se arrumarem para se encontrarem com seus Parceiros, e passam a se arrumar quando vão encontrar outras pessoas! O cheiro do companheiro deixa de ser uma delicatesse e se torna uma commodity do dia-a-dia (ou do noite-a-noite), esteja a pessoa a fim ou não de dormir acompanhada. O compartilhamento de travesseiros se torna uma rotina (ou uma obrigação, pois só há 1 cama), e não uma opção prazeirosa; o caviar vira feijão. O que dizer então dos flatos? Ou a pessoa os expele na presença do parceiro e empesteia deselegante e desrespeitosamente o ambiente, ou os retém e fica inchado com dores abdominais. (Quem acha que isto não é importante deveria comparecer a uma festa com maioria de Mulheres descasadas falando de seus ex-Maridos).
Estarei então defendendo que não se tenha parceiros? De jeito nenhum! Advogo somente que não exista a obrigatoriedade da convivência ininterrupta. Além de não ser saudável, isto também não é mais necessário.
E qual a solução proposta? Morar próximos, muito próximos, sugiro que no mesmo prédio – mas cada qual com sua casa. Cada qual com seu espaço, com lugar para abrigar eventuais Filhos que não sejam comuns a ambos, ouvir a música que desejarem na altura que desejarem na hora que desejarem, deixar bagunça espalhada quando for o caso, dormir e acordar em horários diferentes – ao mesmo tempo que estão próximos o suficiente para se apoiarem, se ajudarem, jantar juntos e dormir juntos quando adequado. Assim os dois se preparam, se arrumam e se perfumam para se encontrarem; o Romantismo é preservado; a troca de olhares não é uma obrigação, mas uma escolha de cada momento.
Como disse o Vovô, "como duas madeiras em uma fogueira: próximos o suficiente para se aquecerem mutuamente, mas afastados o suficiente para que ambos respirem".
Ainda por cima, muito pouca gente usa as escadas do prédio, de forma que no meio da noite vocês poderão até mesmo subir e descer de pijamas os degraus que os separam, com todo o conforto e discrição.
E se o meu depoimento pessoal servir para alguma coisa, posso atestar que é ótimo!
(jan/2011)
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Pegando Todos
Aconteceu em um banheiro no 24º andar de um prédio comercial no Centro do Rio de Janeiro.
Eu estava urinando em paralelo a um Membro (sem trocadilho) do Conselho de uma giga-corporação financeira. A troco de nada, ele soltou o seguinte comentário:
- "Sempre que aperto a descarga destes mictórios eu fico com a sensação de estar tocando no pau de todos os homens deste andar..."
Eu jamais havia pensado nisto, e na hora não soube interpretar se era um desabafo, um aviso amistoso ou um xaveco.
As demais pessoas daquele andar com quem comentei esta história não tinham uma opinião muito alvissareira quanto ao Membro em questão...
Mas ficou a lição: desde então eu só dou descarga em banheiros públicos utilizando um pedaço de papel como preservação!
(jan/2011)
Eu estava urinando em paralelo a um Membro (sem trocadilho) do Conselho de uma giga-corporação financeira. A troco de nada, ele soltou o seguinte comentário:
- "Sempre que aperto a descarga destes mictórios eu fico com a sensação de estar tocando no pau de todos os homens deste andar..."
Eu jamais havia pensado nisto, e na hora não soube interpretar se era um desabafo, um aviso amistoso ou um xaveco.
As demais pessoas daquele andar com quem comentei esta história não tinham uma opinião muito alvissareira quanto ao Membro em questão...
Mas ficou a lição: desde então eu só dou descarga em banheiros públicos utilizando um pedaço de papel como preservação!
(jan/2011)
domingo, 16 de janeiro de 2011
Namaste
Como já aconteceu – ou ainda vai acontecer – com a maioria das pessoas, já estive “do lado de cá” de um falecimento. O processo durou várias semanas, ao longo das quais eu acompanhava – principalmente durante as madrugadas – meu Avô que se ia.
Foi uma transição serena, que me deixou uma marca profunda: eu tinha a nítida sensação (diria mesmo ‘percepção’, ‘compreensão’, até ‘certeza’) de que estava “do outro lado” ou "do lado de cá" de um nascimento. Era claro e evidente que a centelha de vida dentro dele se preparava para se libertar daquele invólucro, daquela casca, e “nascer” em alguma outra forma de compreensão que algum dia todos atingiremos.
Então eu finalmente percebi que efetivamente existe uma alma, anima, espírito ou qualquer nome que demos a esta centelha interior de vida que está além de nosso corpo físico, e que apenas habita transitoriamente esta casca, aproveitando a experiência para aprender, se divertir, evoluir, alavancar, auxiliar, ou tudo junto. E que não faz sentido recorrermos a “deuses” ou esperar qualquer coisa deles: “Deus” está dentro de nós, somos uma célula Dele, uma parte de um Todo. Estamos aqui para realizar, não para pedir. Não peça nada a um Deus ou Deuses, não se coloque nas mãos Dele(s), de algo exterior a você; Ele não é externo a você, não está “fora”, está dentro, é você mesmo/a. Depende de nós, depende de você; você é Deus, para si mesmo(a) e para os outros.
Cumpra bem o seu papel.
(jan/2011)
Foi uma transição serena, que me deixou uma marca profunda: eu tinha a nítida sensação (diria mesmo ‘percepção’, ‘compreensão’, até ‘certeza’) de que estava “do outro lado” ou "do lado de cá" de um nascimento. Era claro e evidente que a centelha de vida dentro dele se preparava para se libertar daquele invólucro, daquela casca, e “nascer” em alguma outra forma de compreensão que algum dia todos atingiremos.
Então eu finalmente percebi que efetivamente existe uma alma, anima, espírito ou qualquer nome que demos a esta centelha interior de vida que está além de nosso corpo físico, e que apenas habita transitoriamente esta casca, aproveitando a experiência para aprender, se divertir, evoluir, alavancar, auxiliar, ou tudo junto. E que não faz sentido recorrermos a “deuses” ou esperar qualquer coisa deles: “Deus” está dentro de nós, somos uma célula Dele, uma parte de um Todo. Estamos aqui para realizar, não para pedir. Não peça nada a um Deus ou Deuses, não se coloque nas mãos Dele(s), de algo exterior a você; Ele não é externo a você, não está “fora”, está dentro, é você mesmo/a. Depende de nós, depende de você; você é Deus, para si mesmo(a) e para os outros.
Cumpra bem o seu papel.
(jan/2011)
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Fique Tranqüilo!
NADA me deixa mais preocupado, ansioso, inquieto, estressado ou exasperado do que quando alguém me fala:
- "Fique tranqüilo!..."
O fato de ter alguém me arremessando estas palavras significa que a situação não está em minhas mãos, e sim nas do mané tranqüilizador. É claro que aí é que eu não relaxo mesmo!
NENHUMA situação é tranqüila ou relaxante, e se alguém acha que possa ser – e ainda me recomenda o sossego – isto é sinal de que estou em péssimos lençóis.
Alguns amigos adoram me encolerizar dizendo com vozinha bem baixa, calma, lenta, suave, devagar e relaxante:
- "F i q u e t r a n q ü i l o . . ."
Uma variante do "fique tranqüilo" é uma outra expressão que também significa o exato oposto do que exprimem suas palavras:
- "Com certeza!"
Vem normalmente acompanhada de um inconvincente sorriso de exultação. "Com certeza" é uma forma abreviada de dizer "ambos sabemos que isto é muito improvável de acontecer, mas fique tranqüilo porque eu com certeza estou imbuído da vontade de ter intenção de procurar um tempinho para tentar me empenhar (mas é claro que não vai rolar!)".
Sempre que alguém diz –"Com certeza!", eu fico tranqüilo de que com certeza a coisa não vai acontecer.
(jan/2011)
- "Fique tranqüilo!..."
O fato de ter alguém me arremessando estas palavras significa que a situação não está em minhas mãos, e sim nas do mané tranqüilizador. É claro que aí é que eu não relaxo mesmo!
NENHUMA situação é tranqüila ou relaxante, e se alguém acha que possa ser – e ainda me recomenda o sossego – isto é sinal de que estou em péssimos lençóis.
Alguns amigos adoram me encolerizar dizendo com vozinha bem baixa, calma, lenta, suave, devagar e relaxante:
- "F i q u e t r a n q ü i l o . . ."
Uma variante do "fique tranqüilo" é uma outra expressão que também significa o exato oposto do que exprimem suas palavras:
- "Com certeza!"
Vem normalmente acompanhada de um inconvincente sorriso de exultação. "Com certeza" é uma forma abreviada de dizer "ambos sabemos que isto é muito improvável de acontecer, mas fique tranqüilo porque eu com certeza estou imbuído da vontade de ter intenção de procurar um tempinho para tentar me empenhar (mas é claro que não vai rolar!)".
Sempre que alguém diz –"Com certeza!", eu fico tranqüilo de que com certeza a coisa não vai acontecer.
(jan/2011)
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Lolinha
Sua Avó paterna era uma gaúcha ítalo-francesa, e se chamava Aurora; o Marido paraibano a chamava pelo carinhoso apelido de ‘Lola’, ou às vezes ‘Lolinha’.
Pelo lado da Mãe, os dois Avós eram mineiros. Esta Avó, descendente de espanhóis, se chamava Maria Laura; e por ser a Neta mais velha neste lado da Família, seu nome foi uma homenagem a esta Avó, e ela foi batizada Laura Maria.
O tempo passou, e eventualmente os Avós paternos não atingiram a longevidade mais do que centenária da Avó materna que lhe deu o nome.
Quando a Avó Aurora se foi, um Primo que tinha a mesma ascendência propôs uma homenagem aos Avós em comum:
- “Nosso Avô chamava nossa Avó de ‘Lola’ ou de ‘Lolinha’. Agora que os dois se foram, ficamos nós para manter a tradição: em homenagem a eles, eu não vou mais te chamar de Laura, mas sim de ‘Lola’. Ou às vezes de ‘Lolinha’”.
A homenagem “pegou” entre os dois primos, e passados muitos anos ele só a chama de ‘Lola’ ou de ‘Lolinha’. Às vezes, com o mesmo intuito das brincadeiras provocativas de criança de quase meio século atrás, o Primo a chama até mesmo de ‘Lolota’ (ela fica uma arara!).
E com isto seu nome se tornou uma linda homenagem a ambas as suas Avós.
(nota – os personagens mencionados nesta história estão assinalados na figura abaixo em amarelo)
(jan/2011)
Pelo lado da Mãe, os dois Avós eram mineiros. Esta Avó, descendente de espanhóis, se chamava Maria Laura; e por ser a Neta mais velha neste lado da Família, seu nome foi uma homenagem a esta Avó, e ela foi batizada Laura Maria.
O tempo passou, e eventualmente os Avós paternos não atingiram a longevidade mais do que centenária da Avó materna que lhe deu o nome.
Quando a Avó Aurora se foi, um Primo que tinha a mesma ascendência propôs uma homenagem aos Avós em comum:
- “Nosso Avô chamava nossa Avó de ‘Lola’ ou de ‘Lolinha’. Agora que os dois se foram, ficamos nós para manter a tradição: em homenagem a eles, eu não vou mais te chamar de Laura, mas sim de ‘Lola’. Ou às vezes de ‘Lolinha’”.
A homenagem “pegou” entre os dois primos, e passados muitos anos ele só a chama de ‘Lola’ ou de ‘Lolinha’. Às vezes, com o mesmo intuito das brincadeiras provocativas de criança de quase meio século atrás, o Primo a chama até mesmo de ‘Lolota’ (ela fica uma arara!).
E com isto seu nome se tornou uma linda homenagem a ambas as suas Avós.
(nota – os personagens mencionados nesta história estão assinalados na figura abaixo em amarelo)
(jan/2011)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Critério de escolha de Veículo
Pego um táxi e vou conversando com Maria, a motorista. Ela tem um Fiat Idea, carro que há tempos aprecio à distância; e lhe pergunto sobre seu veículo. Após elogiá-lo bastante, ela dá uma pequena aula:
- “Quando for escolher um carro, preste muita atenção aos taxis. Motorista de táxi roda muito, depende de seu carro, e quer um veículo que quebre pouco e de manutenção barata. Veja o monte de Ideas na praça! Veja também a quantidade de táxis Meriva! Por outro lado, note que praticamente não existe nenhum táxi Eco Sport...”
Sábias palavras! Certamente vou me lembrar de Maria caso algum dia venha a trocar de carro(*).
(*) O que me parece cada vez mais improvável, ao menos morando nesta São Paulo de trânsitos insuportáveis: só saio à pé, de ônibus ou de moto; meu carro fica apenas de standby na garagem, e rodei não mais do que 90km nos últimos 5 meses.
(jan/2011)
- “Quando for escolher um carro, preste muita atenção aos taxis. Motorista de táxi roda muito, depende de seu carro, e quer um veículo que quebre pouco e de manutenção barata. Veja o monte de Ideas na praça! Veja também a quantidade de táxis Meriva! Por outro lado, note que praticamente não existe nenhum táxi Eco Sport...”
Sábias palavras! Certamente vou me lembrar de Maria caso algum dia venha a trocar de carro(*).
(*) O que me parece cada vez mais improvável, ao menos morando nesta São Paulo de trânsitos insuportáveis: só saio à pé, de ônibus ou de moto; meu carro fica apenas de standby na garagem, e rodei não mais do que 90km nos últimos 5 meses.
(jan/2011)
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
A Marcação da Vida
(Escrevo de memória sobre livros que li na década de 80, de forma que pode haver alguma incorreção não proposital.)
Em seu excelente livro “Virando a Própria Mesa”, Ricardo Sempler comentou que todos estranhavam o fato de ele não usar relógio de pulso no trabalho.
- “A vida não se mede em horas, minutos ou segundos, mas em anos” explicava ele.
Embora sempre tenha gostado muito deste enfoque, para mim a frase definitiva a este respeito veio de João Bosco Lodi no excepcional “Viver e Trabalhar”:
- “A vida não se mede em anos – mas em viagens”.
(jan/2011)
Em seu excelente livro “Virando a Própria Mesa”, Ricardo Sempler comentou que todos estranhavam o fato de ele não usar relógio de pulso no trabalho.
- “A vida não se mede em horas, minutos ou segundos, mas em anos” explicava ele.
Embora sempre tenha gostado muito deste enfoque, para mim a frase definitiva a este respeito veio de João Bosco Lodi no excepcional “Viver e Trabalhar”:
- “A vida não se mede em anos – mas em viagens”.
(jan/2011)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Sabedoria Nordestina
Com mais de 75 anos de idade, o Tio José se tornou uma lenda na Família por ter permanecido solteirão.
Quando morei na Paraíba nos anos 80, aproveitei a ocasião de um encontro e lhe perguntei:
- “Tio, ouço muitos depoimentos sobre o casamento, tanto favoráveis como desfavoráveis, mas sempre vindos de pessoas casadas. O Senhor é o único que pode me dar uma opinião “do outro lado da moeda”. E ai? Valeu a pena ficar solteiro, ou teria sido melhor ter se casado?”
O Tio José colocou a mão em meu ombro, me olhou nos olhos e disse:
- “Para te responder eu vou citar Confúcio: ‘faça o que quiseres; hás de te arrepender da mesma forma’...”
(Um pouco mais tarde, ainda no mesmo evento, ele me disse:
- “Não é porque gosta de pão que o cabra vai abrir uma Padaria!”)
(jan/2011)
Quando morei na Paraíba nos anos 80, aproveitei a ocasião de um encontro e lhe perguntei:
- “Tio, ouço muitos depoimentos sobre o casamento, tanto favoráveis como desfavoráveis, mas sempre vindos de pessoas casadas. O Senhor é o único que pode me dar uma opinião “do outro lado da moeda”. E ai? Valeu a pena ficar solteiro, ou teria sido melhor ter se casado?”
O Tio José colocou a mão em meu ombro, me olhou nos olhos e disse:
- “Para te responder eu vou citar Confúcio: ‘faça o que quiseres; hás de te arrepender da mesma forma’...”
(Um pouco mais tarde, ainda no mesmo evento, ele me disse:
- “Não é porque gosta de pão que o cabra vai abrir uma Padaria!”)
(jan/2011)
domingo, 9 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Passione
Assisti de forma errática à derradeira “novela das 8” da Rede Globo (a partir da próxima, passarão a ser chamadas “novela das 9”).
Ao longo da trama tudo me levava a acreditar em um final genial, uma virada diabólica que deixaria todos os espectadores com merecida cara de tacho.
O grande vilão da história, o bicho-papão mor é o personagem de Reynaldo Gianecchini. Suas entrelinhas, no entanto, vão muito além de um simples vilão: trata-se de um Vingador, lutando sozinho contra os milionários donos e gestores da Empresa que levou seu Pai à ruína e ao suicídio. Seu afã de vingança é mais do que justificado, além do fato de se tratar de um “Lonely Rider” sem posses lutando contra os abastados e mesquinhos propritários de uma Empresa corrupta. Sim, era ele o grande Herói desta história.
Do lado do Mal estaria evidentemente a péssima Fernanda Montenegro (parêntesis: como é possível que alguém julgue esta cooooisa uma “grande atriz”? Sua expressão é SEMPRE exatamente a mesma, esteja ela angustiada, feliz, ansiosa, preocupada ou dando lição de moral. Uma canastrã que só poderia ser estrela em um País do Terceiro Mundo, sem histórico de cultura ou referências comparativas; o Brasil precisa desesperadamente de ídolos, daí fazer sucesso até mesmo quem não o merece). O desfecho perfeito seria se ela tivesse matado o próprio Marido (Mauro Mendonça em brevíssima participação) no primeiro capítulo. Motivo para o crime não lhe faltava: o defunto tinha escondido um Filho dela, Tony Ramos, e o enviou em segredo para a Itália (Tony, o Totó, deveria se chamar Bocó: um dos mais paspalhões personagens da história, só sabe agitar os braços e esbravejar). Depois Montenegro matou – ou mandou matar - o próprio Filho (Werner Schünemann, tão excelente ator que conseguiu me deixar com raiva de seu personagem) quando este descobriu que a Mãe era assassina do Pai e começou a chantageá-la, para assumir o controle da Empresa familiar (que ele roubava). O resto da Família também é rotten to the core: o outro Filho de Montenegro (Marcelo Anthony) era pedófilo, ou então um enrustido apaixonado pelo filho do motorista da Família (Rodrigo Lombardi) de quem por ciúmes roubou a Noiva, mas infelizmente a auto-censura ou os pudores não deixaram que esta tragédia familiar fosse levada ao ar, e a tal doença do pervert acabou virando um idiótico e palérmico “sexo-sujo-em-banheiros-públicos” que ninguém engoliu. A Filha de Fernanda (Mayana Moura) era uma Mimada insuportável, tendo armado os mais baixos golpes para ficar com – ela também o amava! – o mesmo Filho do motorista. E um neto da Montenegro (Cauã Reymond) era viciado em crack, e roubava a própria Família.
Seria possível se estender longamente sobre um final no qual esta Grande Família vomitasse seus podres e o Espírito-Que-Anda derrotasse a todos e saísse por cima, o que seria mais do que justo e merecido. Mas acima de tudo seria uma enorme lição para os telespectadores, que teriam gratuitamente confiado em gente do Mal, assassinos e manipuladores, tarado e mimada, só por causa da bela mansão e do sobrenome quatrocentão, enfim: só pelas aparências. De quebra Fernanda Montenegro teria o inesquecível papel de Maior Vilã De Todos Os Tempos, pois teria matado o Marido e o Filho e ainda passado por santa. E o Gianecchini teria vingado o Pai, seu Herói de infância que se suicidou a 1 metro de distância do Filho.
Mas não. Tudo se encaminha para um final óbvio, decepcionante, burocrático, previsível e covarde. Fernanda Montenegro, oooh!, é boazinha!, a Madre Montenegro de Calcutá e o bastião de justiça de toda a novela – apesar do marido pulha, filhos calhordas e neto viciado, ou seja, apesar de ser responsável pela Família mais corrupta e desajustada da História. Gianecchini, The Hero, vai se dar mal. E o Totó, o Bocó (isto lá é nome de protagonista?), vai ficar na Itália com a Patricia Pillar, provando que na Globo vale a pena ser mané.
Absolutamente pífio.
Nota – “Passione” primou por personagens insuportáveis: Aracy Balabanian merece um prêmio, pois JAMAIS haverá na televisão personagem mais intragável do que sua Gemma. Carolina Dieckman no papel de múmia paralítica sofredora chegou a ganhar campanha na internet para que fosse assassinada (mas quem morreu foi o Werner). Tinha outros MUITO chatos, mas nada que chegue aos pés destas duas sumidades.
Tudo de ruim? Não: destaque para Gabriela Duarte, maravilhosa e divertidíssima, uma Jessica à altura da Rabbit. E Irene Ravache transformou o que seria um personagem bobo em um pilar da novela.
(jan/2011)
Ao longo da trama tudo me levava a acreditar em um final genial, uma virada diabólica que deixaria todos os espectadores com merecida cara de tacho.
O grande vilão da história, o bicho-papão mor é o personagem de Reynaldo Gianecchini. Suas entrelinhas, no entanto, vão muito além de um simples vilão: trata-se de um Vingador, lutando sozinho contra os milionários donos e gestores da Empresa que levou seu Pai à ruína e ao suicídio. Seu afã de vingança é mais do que justificado, além do fato de se tratar de um “Lonely Rider” sem posses lutando contra os abastados e mesquinhos propritários de uma Empresa corrupta. Sim, era ele o grande Herói desta história.
Do lado do Mal estaria evidentemente a péssima Fernanda Montenegro (parêntesis: como é possível que alguém julgue esta cooooisa uma “grande atriz”? Sua expressão é SEMPRE exatamente a mesma, esteja ela angustiada, feliz, ansiosa, preocupada ou dando lição de moral. Uma canastrã que só poderia ser estrela em um País do Terceiro Mundo, sem histórico de cultura ou referências comparativas; o Brasil precisa desesperadamente de ídolos, daí fazer sucesso até mesmo quem não o merece). O desfecho perfeito seria se ela tivesse matado o próprio Marido (Mauro Mendonça em brevíssima participação) no primeiro capítulo. Motivo para o crime não lhe faltava: o defunto tinha escondido um Filho dela, Tony Ramos, e o enviou em segredo para a Itália (Tony, o Totó, deveria se chamar Bocó: um dos mais paspalhões personagens da história, só sabe agitar os braços e esbravejar). Depois Montenegro matou – ou mandou matar - o próprio Filho (Werner Schünemann, tão excelente ator que conseguiu me deixar com raiva de seu personagem) quando este descobriu que a Mãe era assassina do Pai e começou a chantageá-la, para assumir o controle da Empresa familiar (que ele roubava). O resto da Família também é rotten to the core: o outro Filho de Montenegro (Marcelo Anthony) era pedófilo, ou então um enrustido apaixonado pelo filho do motorista da Família (Rodrigo Lombardi) de quem por ciúmes roubou a Noiva, mas infelizmente a auto-censura ou os pudores não deixaram que esta tragédia familiar fosse levada ao ar, e a tal doença do pervert acabou virando um idiótico e palérmico “sexo-sujo-em-banheiros-públicos” que ninguém engoliu. A Filha de Fernanda (Mayana Moura) era uma Mimada insuportável, tendo armado os mais baixos golpes para ficar com – ela também o amava! – o mesmo Filho do motorista. E um neto da Montenegro (Cauã Reymond) era viciado em crack, e roubava a própria Família.
Seria possível se estender longamente sobre um final no qual esta Grande Família vomitasse seus podres e o Espírito-Que-Anda derrotasse a todos e saísse por cima, o que seria mais do que justo e merecido. Mas acima de tudo seria uma enorme lição para os telespectadores, que teriam gratuitamente confiado em gente do Mal, assassinos e manipuladores, tarado e mimada, só por causa da bela mansão e do sobrenome quatrocentão, enfim: só pelas aparências. De quebra Fernanda Montenegro teria o inesquecível papel de Maior Vilã De Todos Os Tempos, pois teria matado o Marido e o Filho e ainda passado por santa. E o Gianecchini teria vingado o Pai, seu Herói de infância que se suicidou a 1 metro de distância do Filho.
Mas não. Tudo se encaminha para um final óbvio, decepcionante, burocrático, previsível e covarde. Fernanda Montenegro, oooh!, é boazinha!, a Madre Montenegro de Calcutá e o bastião de justiça de toda a novela – apesar do marido pulha, filhos calhordas e neto viciado, ou seja, apesar de ser responsável pela Família mais corrupta e desajustada da História. Gianecchini, The Hero, vai se dar mal. E o Totó, o Bocó (isto lá é nome de protagonista?), vai ficar na Itália com a Patricia Pillar, provando que na Globo vale a pena ser mané.
Absolutamente pífio.
Nota – “Passione” primou por personagens insuportáveis: Aracy Balabanian merece um prêmio, pois JAMAIS haverá na televisão personagem mais intragável do que sua Gemma. Carolina Dieckman no papel de múmia paralítica sofredora chegou a ganhar campanha na internet para que fosse assassinada (mas quem morreu foi o Werner). Tinha outros MUITO chatos, mas nada que chegue aos pés destas duas sumidades.
Tudo de ruim? Não: destaque para Gabriela Duarte, maravilhosa e divertidíssima, uma Jessica à altura da Rabbit. E Irene Ravache transformou o que seria um personagem bobo em um pilar da novela.
(jan/2011)
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Marca Própria
Ninguém deveria comprar produtos das marcas próprias dos supermercados. Supermercados e hipermercados (em breve teremos gigamercados e teramercados) são distribuidores por definição, e jamais deveria ser permitido que passem deste papel. Eles já dispõem de fortíssimo poderio econômico, e se além de distribuir os produtos passarem também a assiná-los, tal integração vertical embutirá o risco de cairmos em alguns quase-monopólios.
Dada sua ampla estrutura de pontos de venda, os megamercados podem estrangular os fabricantes de produtos, fazendo dumping (underprice) até que o produtor concorrente (que não tem pontos próprios de distribuição) feneça; e então a marca própria do supermercado ficará com terreno livre para ser comercializada a qualquer preço.
Na verdade, nem mesmo um dumping é necessário: basta que tratem com descaso proposital o produto que querem boicotar – como no caso de uma geléia que sempre busco e que está invariavelmente escondida, melada, em falta ou besuntada em um petamercado que – adivinhe! – comercializa marca própria da mesma geléia...
É como aquela famosa figura do traficante de drogas com o qual se ameaçava as crianças na escola: “primeiro ele vai te dar de graça, mas quando você estiver viciado então ele vai vender cobrando caro!”. Pois o mesmo pode ocorrer com as marcas próprias: primeiro eles vão vender barato, para sufocar a concorrência; e depois vão meter a faca e rodar, pois não teremos mais opção.
Cabe a nós, consumidores, não permití-lo. Supermercado distribui, produtor produz. Não se deixe levar pelo preço baixo da marca própria; ele pode ter vida curta, e pior: intenções pouco nobres.
(jan/2011)
Dada sua ampla estrutura de pontos de venda, os megamercados podem estrangular os fabricantes de produtos, fazendo dumping (underprice) até que o produtor concorrente (que não tem pontos próprios de distribuição) feneça; e então a marca própria do supermercado ficará com terreno livre para ser comercializada a qualquer preço.
Na verdade, nem mesmo um dumping é necessário: basta que tratem com descaso proposital o produto que querem boicotar – como no caso de uma geléia que sempre busco e que está invariavelmente escondida, melada, em falta ou besuntada em um petamercado que – adivinhe! – comercializa marca própria da mesma geléia...
É como aquela famosa figura do traficante de drogas com o qual se ameaçava as crianças na escola: “primeiro ele vai te dar de graça, mas quando você estiver viciado então ele vai vender cobrando caro!”. Pois o mesmo pode ocorrer com as marcas próprias: primeiro eles vão vender barato, para sufocar a concorrência; e depois vão meter a faca e rodar, pois não teremos mais opção.
Cabe a nós, consumidores, não permití-lo. Supermercado distribui, produtor produz. Não se deixe levar pelo preço baixo da marca própria; ele pode ter vida curta, e pior: intenções pouco nobres.
(jan/2011)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Os 7 tipos de Inteligência e a Maldição de Cassandra
Nos anos 80, o Psicólogo americano Howard Gardner teorizou que existam 7 tipos de inteligência (a “Teoria das Inteligências Múltiplas”). Assim, além da inteligência lógico-matemática (que é a avaliada nos testes de Q.I.) teríamos ainda 6 outros tipos de inteligência, expressos através das capacidades de se comunicar, de expressão corporal, de se relacionar com os demais, de auto-conhecimento, expressão musical e a capacidade espacial.
Sempre gostei desta teoria. Afinal, nunca me pareceu que o fato de uma pessoa não ir bem em um teste de Q.I. significasse que ela é burra; simplesmente reflete que seu raciocínio lógico tem caminhos diferentes, que não necessariamente sejam a idiotia. Temos gênios na dança, na pintura, no discurso e na música que não obrigatóriamente são sumidades em raciocínio lógico – aliás costumam não sê-lo, daí a expressão “o importante é a Arte, e não o Artista”.
Mas como o tipo de inteligência interfere em nossas vidas?
A maioria dos tipos de inteligência define o rumo que o indivíduo vai (ou deveria) tomar na vida. Capacidade musical, de dança ou artes plásticas indicam aquilo em quê a pessoa tem potencial para se destacar; ela só vai precisar de algum incentivo (em muitos casos, nem isto).
Dois tipos de inteligência merecem no entanto uma análise particular.
O primeiro é a capacidade de comunicação. Vivemos uma sociedade que se deslumbra com a forma e as aparências, pouco se atendo ao conteúdo – afinal, verificá-lo custa um indesejado trabalho. E as pessoas se encantam com quem fala bem, com quem distrai e diverte, com aqueles que fascinam; a imensa maioria das pessoas segue Flautistas de Hamelin, chegando ao ponto de repetir e propagar tolices rasteiras e superficiais, besteiras cujo único mérito é terem sido bem ditas, ou pronunciadas com autoridade, ou ainda sob a chancela de um diploma na parede. Desmontar um arauto do bom discurso é muito difícil; alguns chegam até mesmo a presidir suas congregações compostas por idiotas superficiais e bocós vazios.
No extremo oposto temos aqueles que se destacam nos testes de raciocínio lógico. Sobre estes coitados pesa uma maldição: embora dotados de poderosa capacidade de compreensão racional, falta-lhes a capacidade de transmitir de forma simples e compreeensível suas conclusões de evidências. Como disse certa vez um Professor de Filosofia, como pode um grupo eleger (por exemplo) quem entre eles é o mais justo, se todos os eleitores serão menos justos do que o eleito? O mesmo acontece com o indivíduo muito lógico: como se fazer entender por pessoas menos racionais?
Com isto, são os Comunicadores que acabam ditando as regras para a Sociedade superficial, ao invés dos infelizes Racionais que não conseguem transmitir o óbvio. É como a Maldição de Cassandra: belíssima e dedicada ao deus Apolo, ela acabou por conquistá-lo. Mas ele não poderia se envolver com uma simples mortal, então concedeu a ela um desejo: o dom da Profecia. Ela efetivamente se tornou uma Profetisa, mas recusou-se então a dormir com ele. Apolo ficou furioso mas não podia voltar atrás em sua palavra – afinal, era um deus. Lançou-lhe então a maldição de não ser acreditada naquilo que previsse. E assim, por mais que falasse a verdade e soubesse o que iria acontecer, Cassandra não era compreendida ou levada a sério por aqueles que a ouviam.
Esta é a maldição dos indivíduos de alto Q.I. (lembrando que ele representa tão-somente bom desenvolvimento em raciocínio lógico, ou seja, apenas um entre os sete tipos de inteligência): saber do que falam mas não serem compreendidos. Dará mais certo em nossa Sociedade aquele que simplesmente discursa muito bem; a maioria das pessoas não está interessada em conteúdo que demande muito esforço.
Já o Tio L tem uma definição mais objetiva: para ele, inteligente é a pessoa que consegue aquilo que almeja.
(jan/2011)
Sempre gostei desta teoria. Afinal, nunca me pareceu que o fato de uma pessoa não ir bem em um teste de Q.I. significasse que ela é burra; simplesmente reflete que seu raciocínio lógico tem caminhos diferentes, que não necessariamente sejam a idiotia. Temos gênios na dança, na pintura, no discurso e na música que não obrigatóriamente são sumidades em raciocínio lógico – aliás costumam não sê-lo, daí a expressão “o importante é a Arte, e não o Artista”.
Mas como o tipo de inteligência interfere em nossas vidas?
A maioria dos tipos de inteligência define o rumo que o indivíduo vai (ou deveria) tomar na vida. Capacidade musical, de dança ou artes plásticas indicam aquilo em quê a pessoa tem potencial para se destacar; ela só vai precisar de algum incentivo (em muitos casos, nem isto).
Dois tipos de inteligência merecem no entanto uma análise particular.
O primeiro é a capacidade de comunicação. Vivemos uma sociedade que se deslumbra com a forma e as aparências, pouco se atendo ao conteúdo – afinal, verificá-lo custa um indesejado trabalho. E as pessoas se encantam com quem fala bem, com quem distrai e diverte, com aqueles que fascinam; a imensa maioria das pessoas segue Flautistas de Hamelin, chegando ao ponto de repetir e propagar tolices rasteiras e superficiais, besteiras cujo único mérito é terem sido bem ditas, ou pronunciadas com autoridade, ou ainda sob a chancela de um diploma na parede. Desmontar um arauto do bom discurso é muito difícil; alguns chegam até mesmo a presidir suas congregações compostas por idiotas superficiais e bocós vazios.
No extremo oposto temos aqueles que se destacam nos testes de raciocínio lógico. Sobre estes coitados pesa uma maldição: embora dotados de poderosa capacidade de compreensão racional, falta-lhes a capacidade de transmitir de forma simples e compreeensível suas conclusões de evidências. Como disse certa vez um Professor de Filosofia, como pode um grupo eleger (por exemplo) quem entre eles é o mais justo, se todos os eleitores serão menos justos do que o eleito? O mesmo acontece com o indivíduo muito lógico: como se fazer entender por pessoas menos racionais?
Com isto, são os Comunicadores que acabam ditando as regras para a Sociedade superficial, ao invés dos infelizes Racionais que não conseguem transmitir o óbvio. É como a Maldição de Cassandra: belíssima e dedicada ao deus Apolo, ela acabou por conquistá-lo. Mas ele não poderia se envolver com uma simples mortal, então concedeu a ela um desejo: o dom da Profecia. Ela efetivamente se tornou uma Profetisa, mas recusou-se então a dormir com ele. Apolo ficou furioso mas não podia voltar atrás em sua palavra – afinal, era um deus. Lançou-lhe então a maldição de não ser acreditada naquilo que previsse. E assim, por mais que falasse a verdade e soubesse o que iria acontecer, Cassandra não era compreendida ou levada a sério por aqueles que a ouviam.
Esta é a maldição dos indivíduos de alto Q.I. (lembrando que ele representa tão-somente bom desenvolvimento em raciocínio lógico, ou seja, apenas um entre os sete tipos de inteligência): saber do que falam mas não serem compreendidos. Dará mais certo em nossa Sociedade aquele que simplesmente discursa muito bem; a maioria das pessoas não está interessada em conteúdo que demande muito esforço.
Já o Tio L tem uma definição mais objetiva: para ele, inteligente é a pessoa que consegue aquilo que almeja.
(jan/2011)
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Perplexidades Cotidianas
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Dois Beijinhos
Uma das muitas diferenças regionais que Cariocas que moram em São Paulo (e Paulistas que moram no Rio) enfrentam é o ritual do(s) beijinho(s) ao cumprimentar alguém de outro sexo: no Rio se dá 2 beijinhos, e em São Paulo se dá 1.
O inconveniente do descasamento neste procedimento aparentemente simples é que quem se prepara para dar 2 beijinhos acaba ficando com a cara no ar (e ainda fazendo beicinho para o éter) quando o outro já se virou e se afastou, pois para ele o cumprimento já acabou. É uma sensação desagradável: quem beija o ar fica com uma ridícula cara de tacho - e com biquinho!
Mas a coisa é simples, ou deveria ser: “em Roma, faça como os romanos”. Morando em São Paulo, eu naturalmente assumi que deveria passar a dar apenas 1 único e singelo beijinho na saudação. E assim eu fiz.
Até que...
Um dia levei um tremendo ESPORRO de uma Carioca que foi me dar o segundo beijinho e ficou com a cara parada no ar:
- “COMO?!? TÁ DANDO SÓ UM BEIJINHO? VOCÊ VIROU PAULISTA? TÁ TRAINDO AS RAÍZES? Etc, etc, etc”
Bem, ficar fazendo biquinho para o ar é melhor do que levar esporro público, de forma que voltei a dar os dois beijinhos mesmo estando em Roma. Ao menos assim quem fica com a cara de tacho sou eu, e não a Dama...
(dez/2010)
O inconveniente do descasamento neste procedimento aparentemente simples é que quem se prepara para dar 2 beijinhos acaba ficando com a cara no ar (e ainda fazendo beicinho para o éter) quando o outro já se virou e se afastou, pois para ele o cumprimento já acabou. É uma sensação desagradável: quem beija o ar fica com uma ridícula cara de tacho - e com biquinho!
Mas a coisa é simples, ou deveria ser: “em Roma, faça como os romanos”. Morando em São Paulo, eu naturalmente assumi que deveria passar a dar apenas 1 único e singelo beijinho na saudação. E assim eu fiz.
Até que...
Um dia levei um tremendo ESPORRO de uma Carioca que foi me dar o segundo beijinho e ficou com a cara parada no ar:
- “COMO?!? TÁ DANDO SÓ UM BEIJINHO? VOCÊ VIROU PAULISTA? TÁ TRAINDO AS RAÍZES? Etc, etc, etc”
Bem, ficar fazendo biquinho para o ar é melhor do que levar esporro público, de forma que voltei a dar os dois beijinhos mesmo estando em Roma. Ao menos assim quem fica com a cara de tacho sou eu, e não a Dama...
(dez/2010)
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
O Preço do Pãozinho
Calejado negociante nordestino velho de guerra, Vovô Gustavo adorava contar esta história.
Um homem entra em uma Padaria e pergunta o preço do pãozinho:
- “10 centavos”, responde o padeiro.
- “Me vê uma dúzia”, pede o homem.
- “Infelizmente acabou”, replica o padeiro.
O homem sai, atravessa a rua e vai na Padaria em frente, e novamente pergunta o preço do pãozinho:
- “20 centavos”, responde o padeiro.
- “Ué, mas na Padaria em frente custa 10 centavos...”
- “Compre lá, então.”
- “Mas lá não tem...”
- “Ah, mas quando aqui não tem, nosso preço é 5 centavos!”
(dez/2010)
Um homem entra em uma Padaria e pergunta o preço do pãozinho:
- “10 centavos”, responde o padeiro.
- “Me vê uma dúzia”, pede o homem.
- “Infelizmente acabou”, replica o padeiro.
O homem sai, atravessa a rua e vai na Padaria em frente, e novamente pergunta o preço do pãozinho:
- “20 centavos”, responde o padeiro.
- “Ué, mas na Padaria em frente custa 10 centavos...”
- “Compre lá, então.”
- “Mas lá não tem...”
- “Ah, mas quando aqui não tem, nosso preço é 5 centavos!”
(dez/2010)
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Family Business,
Mestrado em 1 Volume
domingo, 2 de janeiro de 2011
Nunca perca uma Oportunidade
Ensinamento em uma placa na parede de um refúgio no Caminho de Santiago:
“Nunca perca uma oportunidade:
- de encher seu cantil;
- de esvaziar sua bexiga;
- de atualizar seu diário.”
Sábio - e útil.
(dez/2010)
“Nunca perca uma oportunidade:
- de encher seu cantil;
- de esvaziar sua bexiga;
- de atualizar seu diário.”
Sábio - e útil.
(dez/2010)
sábado, 1 de janeiro de 2011
O Bebê Fresco
Nasci uma semana antes do inverno de 1956. Aos 6 meses de idade fiquei com um “colar” de brotoejas no pescoço. Mamãe me levou ao Médico, que diagnosticou “alergia ao calor”. E assim, com 6 meses de idade fui levado para passar meu primeiro verão em Cambuquira, em uma precoce “estação de águas”. O Bebê ficou bom, e findo o verão foi levado de volta ao Rio de Janeiro.
Em dezembro de 1957, novo “colar” de urticárias. Nova visita ao Médico, e o mesmo diagnóstico: “este Menino é alérgico ao calor. Ele vai ter este mesmo problema em todos os verões!”.
Para solucionar o problema, o Vovô Gustavo mandou importar uma novidade: um aparelho de ar condicionado! E assim o Bebê pôde enfrentar feliz, tranqüilo e arejado os terríveis verões úmidos e calorentos de sua cidade natal.
Até hoje tenho esta alergia. Passados 54 anos daquele primeiro verão, cheguei ao Balneá-Rio para o Natal e encontrei um calor pavoroso e abafado; e com meia hora na cidade já começavam a surgir as primeiras perebas. E tive que acionar os aparelhos de ar-condicionado da casa.
Aquele primeiro aparelho importado de ar-condicionado serviu a nossa Família por mais de 4 décadas. Sua foto ilustra esta postagem como uma homenagem aos fabricantes de produtos feitos para durar, e que preferem um lucro derivado da satisfação do cliente, e não da reposição acelerada de peças frágeis.
(dez/2010)
Em dezembro de 1957, novo “colar” de urticárias. Nova visita ao Médico, e o mesmo diagnóstico: “este Menino é alérgico ao calor. Ele vai ter este mesmo problema em todos os verões!”.
Para solucionar o problema, o Vovô Gustavo mandou importar uma novidade: um aparelho de ar condicionado! E assim o Bebê pôde enfrentar feliz, tranqüilo e arejado os terríveis verões úmidos e calorentos de sua cidade natal.
Até hoje tenho esta alergia. Passados 54 anos daquele primeiro verão, cheguei ao Balneá-Rio para o Natal e encontrei um calor pavoroso e abafado; e com meia hora na cidade já começavam a surgir as primeiras perebas. E tive que acionar os aparelhos de ar-condicionado da casa.
Aquele primeiro aparelho importado de ar-condicionado serviu a nossa Família por mais de 4 décadas. Sua foto ilustra esta postagem como uma homenagem aos fabricantes de produtos feitos para durar, e que preferem um lucro derivado da satisfação do cliente, e não da reposição acelerada de peças frágeis.
(dez/2010)
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