terça-feira, 23 de agosto de 2016

Exclusivity Talk


Este texto só traz novidade para quem nasceu há mais de, digamos, 39 anos.

Minha pergunta favorita ao encontrar alguém que não vejo há muito tempo sempre foi:
- “Você está namorando?”

Com esta simples pergunta única consegue-se um máximo de informações úteis a respeito de uma Pessoa.

Sempre fui muito criticado pelas pessoas que porventura estejam à volta por fazer tal questionamento. Mas sempre tive respostas bastante completas – e satisfeitas – por parte dos inquiridos, o que me incentivou a continuar perguntando.

No entanto, de alguns anos para cá, as respostas mudaram. Ninguém diz mais que “estou namorando”, por mais comprometidos que sejam os relacionamentos! A Filha de 22 anos daquele belo casal carioca vai passar um período com seu (ooops, quase ia dizendo “Namorado”) “Amigo” austríaco, com quem vai cohabitar, sem ninguém mais morando na casa, certamente em cama de casal, na Áustria... mas Não!, não estamos namorando!

O que acontece atualmente é muitíssimo diferente do que era há, digamos, 39 anos. Todo mundo transa com todo mundo, ou pode transar, ficar à vontade, o que der na telha, o que seja, whatever, cada caso é um caso, não há regras ou padrões ou um roteiro a seguir. As Pessoas são livres. Se te parecer interessante, pode transar, ou não, sem melindres. O Mundo evoluiu. Muito.

MAS... de repente, suddenly, pode haver um interesse diferenciado. Uma vontade de algo mais... a dois. Somente a dois.

Acontece então o “Exclusivity Talk”!

Nesta conversa define-se (ou não) uma exclusividade. Tudo o que passou passou, não interessa, não vem ao caso, agora a história passa a ser outra, outras regras, ou simplesmente um única outra regra: começa a haver exclusividade. E pronto.

Mas ainda assim...
- “Não, não estamos namorando!”
- “Mas não tiveram o exclusivity talk?”
- “Sim, tivemos... mas não estamos namorando!”

Agora é assim.
É assim que funciona o Mundo hoje.

Isto é: se você não tiver nascido há mais de, digamos... 39 anos!


Nota 1:
Uma definição que li há algum tempo que ajuda a esclarecer a dúvida quanto a “Namoros”:
“Namoro é quando os dois se encontram de dia!”

Nota 2:
Tenho conhecimento que o corriqueiro seria “coabitar”, mas “cohabitar” me parece muitíssimo melhor.

Agradeço à bela e dinâmica Engenheira Americana Vascaína SdCR que me ensinou isto por whatsapp há muitos meses. Me fez compreender a atualidade, me modernizou,  me levou a entender o mundo ao longo estes muitos meses, me deixou preparado. Este 23 de agosto de 2016 marcou 15 anos de sua ida embora do Brasil; hoje ela ilumina o Mundo, primeiro London, depois Miami, atualmente San Francisco.
Isto, claro, depois do Rio.
E de São Paulo. 


(Itaim Bibi, 23 de agosto de 2001+15)

Um comentário:

  1. Vivemos um período de conquista da liberdade sexual. Aí está, devidamente conquistada. A dificuldade que eu vejo hoje é o receio da intimidade. Transa-se muito e com muitos, mas a conexão tende a ser rasteira como a amizade do facebook.

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