Este texto só traz novidade para quem nasceu há mais
de, digamos, 39 anos.
Minha pergunta favorita ao encontrar alguém que não vejo
há muito tempo sempre foi:
- “Você está namorando?”
Com esta simples pergunta única consegue-se um máximo
de informações úteis a respeito de uma Pessoa.
Sempre fui muito criticado pelas pessoas que porventura
estejam à volta por fazer tal questionamento. Mas sempre tive respostas bastante
completas – e satisfeitas – por parte dos inquiridos, o que me incentivou a
continuar perguntando.
No entanto, de alguns anos para cá, as respostas
mudaram. Ninguém diz mais que “estou namorando”, por mais comprometidos que
sejam os relacionamentos! A Filha de 22 anos daquele belo casal carioca vai
passar um período com seu (ooops, quase ia dizendo “Namorado”) “Amigo” austríaco,
com quem vai cohabitar, sem ninguém mais morando na casa, certamente em cama de
casal, na Áustria... mas Não!, não estamos namorando!
O que acontece atualmente é muitíssimo diferente do que
era há, digamos, 39 anos. Todo mundo transa com todo mundo, ou pode transar, ficar
à vontade, o que der na telha, o que seja, whatever, cada caso é um caso, não
há regras ou padrões ou um roteiro a seguir. As Pessoas são livres. Se te
parecer interessante, pode transar, ou não, sem melindres. O Mundo evoluiu. Muito.
MAS... de repente, suddenly, pode haver um interesse
diferenciado. Uma vontade de algo mais... a dois. Somente a dois.
Acontece então o “Exclusivity Talk”!
Nesta conversa define-se (ou não) uma exclusividade. Tudo
o que passou passou, não interessa, não vem ao caso, agora a história passa a
ser outra, outras regras, ou simplesmente um única outra regra: começa a haver
exclusividade. E pronto.
Mas ainda assim...
- “Não, não estamos namorando!”
- “Mas não tiveram o exclusivity talk?”
- “Sim, tivemos... mas não estamos namorando!”
Agora é assim.
É assim que funciona o Mundo hoje.
Isto é: se você não tiver nascido há mais de,
digamos... 39 anos!
Nota 1:
Uma definição que li
há algum tempo que ajuda a esclarecer a dúvida quanto a “Namoros”:
“Namoro é quando os
dois se encontram de dia!”
Nota 2:
Tenho conhecimento
que o corriqueiro seria “coabitar”, mas “cohabitar” me parece muitíssimo
melhor.
Agradeço à bela e
dinâmica Engenheira Americana Vascaína SdCR que me ensinou isto por whatsapp há
muitos meses. Me fez compreender a atualidade, me modernizou, me levou a entender o mundo ao longo estes muitos meses,
me deixou preparado. Este 23 de agosto de 2016 marcou 15 anos de sua ida embora
do Brasil; hoje ela ilumina o Mundo, primeiro London, depois Miami, atualmente
San Francisco.
Isto, claro, depois
do Rio.
E de São Paulo.
(Itaim Bibi, 23 de agosto de 2001+15)
Vivemos um período de conquista da liberdade sexual. Aí está, devidamente conquistada. A dificuldade que eu vejo hoje é o receio da intimidade. Transa-se muito e com muitos, mas a conexão tende a ser rasteira como a amizade do facebook.
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