Em 1973 prestei Vestibular no Rio (ou “Rio de Janeiro”, como falam os não-íntimos).
À época, o Vestibular para todas as Universidades era
centralizado em uma única Prova que definia para onde iriam no ano
seguinte todos os Alunos que
encerravam o Científico ou o Colegial naquele ano.
O Candidato (ou “Vestibulando”) preenchia uma Lista de
opções por ordem de preferência. Por exemplo, a minha foi:
ENGENHARIA CIVIL
1ª Pontifícia Universidade Católica (PUC)
2ª Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
3ª Universidade Federal Fluminense (UFF)
4º Gama Filho (UGF)
, and so on.

O sistema de pontuação era genial: havia uma Curva Normal
de Distribuição das Notas, que variavam a cada prova +/- entre 200 e 900 pontos
(podendo ir mais longe em ambas as direções), nota média 500. Somava-se a pontuação
de suas 4 provas e este total dava sua classificação no Vestiba.
Colocava-se então cada Candidato de acordo com sua pontuação e Lista de opções,
e ia-se preenchendo as vagas por ordem. Lógica objetiva e inteligente.
Vim a ouvir posteriormente na PUC algo como “todo mundo que
não faz Química ou Engenharia Química, detesta Química!” ou então “tem
dificuldade com Química”, “não entende Química”, algo assim. Pareceu ser
verdade, ao menos eu notava esta dificuldade na Galera e também em Mim. Mas
pouco antes do Vestibular Cesgranrio aconteceu uma coisa curiosa.
Véspera da Prova de Química. RT-nini (que viria a se
tornar renomadíssimo Advogado) me fala em desespero:
- “Eu não sei NADA de Química. O quê Você me recomenda?”
Pensei um pouco e respondi:
- “Bem, neste caso decore a Tabela Periódica! TUDO da
Química está lá, tudo deriva dela, é a Base de toda a Química!”

Encontro RT-nini mais tarde, e pergunto acabrunhado (e
meio incrédulo) se Ele tinha afinal decorado a bendita Tabela Periódica:
- “PORRA, passei A NOITE decorando a Tabela! Imagina o
que senti quando abri a Prova!...”
Acho que para Ele foi pior do que para mim... Só pude me
defender:
- “Bem, a prova de que eu estava certo e que era realmente importante é que até a
imprimiram na prova!”
Neste 2019 a Tabela Periódica está completando 150 anos.
Minha profunda admiração por aqueles que a imaginaram e desenvolveram. Passei
para a desejada PUC (manhã, 1º semestre) e antes de acabar o Ciclo Básico já havia
me transferido para a Engenharia Mecânica, sempre mantendo equidistante meu afastamento
da Química.
E nunca esqueço algo que ouvi na Aula Magna, em um enorme
e lotado Salão Nobre:
- “Nós aqui não formamos Engenheiros... formamos
Cientistas!”
(Ipanema, 20190402)
Kkkkkkkk!
ResponderExcluirNão me lembrava desse diálogo!
Adorei!