quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Administrando por Exceção

Fico impressionado com a capacidade de se produzir esperneios e escândalos por causa de exceções.

Neste início de ano tivemos um escarcéu porque uma Mulher foi morta pelo ex-Namorado ou ex-Marido após ter dado queixa na Polícia (dizem) por 9 vezes.

Pronto! Começa-se uma histeria porque o Mundo é machista, porque não se fez nada apesar do alerta, que é necessário que uma Mulher morra para que se dê atenção.

Nas matérias a respeito do caso ficamos sabendo que no ano passado houve 480.000 queixas de Mulheres em Delegacias quanto a ameaças de ex-Maridos e ex-Namorados. Quatrocentos e oitenta MIL. O quê este pessoal do alvoroço queria? Que a Polícia designasse quatrocentos e oitenta mil soldados para proteger as queixosas? Vomitar queixas é fácil, mas qual a alternativa que oferecem?

Não adianta pegar um único caso que deu errado e tentar estabelecer uma regra – ou uma convulsão – em cima dele. É como o caso do atleta amador de terceira divisão que teve um ataque cardíaco em um treino em um estádio nos cafundós do judas. Estardalhaço! Todos os clubes deveriam ter desfibriladores! E toca a gastar rios de dinheiro e entupir-se os clubes do País de defibriladores que ficam inativos e mofando, desnecessários, mais uma vez estabelecendo uma regra geral em função de uma exceção.

Ouvi ainda um estrebucho contra a Austrália ou Nova Zelândia, que tinha impedido a entrada de um indivíduo hiper-gordo sob o argumento que ele custaria caríssimo para o Social Security. Perfeito! Mas os piegas reclamavam aos brados de “discriminação”, sem atentar para o fato que discriminação é uma regra (“todos os gordos”, ou então “nenhum gordo”) e não uma exceção (“este gordo especificamente exagerado”).

Quem conhece um mínimo de Estatística e a Curva Normal, sabe que há “outliers”, pontos fora da Curva, não há como evitar! Se morre 1 jogador em cada 100.000, faz parte, é estatístico, para morrer basta estar vivo. Quem mandou não fazer os exames adequados? Ou não cumprir as advertências? Se morre 1 Mulher em cada 480.000, faz parte, é estatístico, quem mandou se envolver com o cara errado? Ou provocá-lo? Ah, não sabia que o cara era perigoso? Pois pague pelo seu erro. Only the strong survive. Darwinismo, foi assim que a Raça Humana chegou até aqui.

E por favor não me venham com argumentos do tipo “se fosse alguém de sua Família”. Estamos abordando o assunto racionalmente, o lugar de apelinhos emocionais e piegas é em novela das 8.

De outra forma, estaremos criando uma (caríssima) Sociedade voltada para a defesa da sobrevivência das toupeiras.

(fev/2010)

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