Por muito tempo acreditei que nossa capacidade de se apaixonar por Bandas novas ficasse restrita a determinada faxa etária – digamos, entre 15 e 25 anos de idade por exemplo. É claro que me baseava em um universo amostral bastante restrito para chegar a tal conclusão: Eu, meus Amigos, Eu, meus Parentes e Eu. Afinal, é bastante comum a afirmação que “a música atual é uma porcaria”, qualquer que seja a idade de quem faça tal comentário. Assim, se quando tinha 16 anos eu ouvia T.Rex, Genesis, Alice Cooper, Emerson Lake & Palmer e Led Zeppelin, ouvia também comentários que “antigamente é que a Música era boa”. Hoje, já um ancião quase centenário, sou eu quem profere a mesma ladainha, sempre me referindo – como todos de minha geração – ao “maravilhoso panorama musical dos anos 70”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWWmLpNtTxTi_vODiMSHz3et9c2IJPjq47bjTFHQKRwhCD8ns2oobD2COg2veeoBcUBOyeV-UswQ6_cdsZFv_cBGD-yZkZh7vdR7qZQ-hzQcAusY4-jWK7Gmlh8igCPk4uPv2bIdefMK1n/s200/The+Slider+original+cover.jpg)
De vez em quando alguém me apresenta
um som que gosta desde seu passado, e que eu ainda não conheço: Def Leppard, Judas
Priest, etc. O Amigo está sempre entusiasmado, mas eu... acho um puta porre!
Que som adolescente! E fico pensando que o cara só gosta deste som porque
aprendeu a curtí-lo quando tinha seus 18 anos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghs1zhoqdmK9MpCGDO9PT7FXc2HiRmcue-UHuUV9kb4vjw3h0O5tfPGWrb0RXMbRuxG42URnd5q34T_uMm1LCrW5B_uLfe2HOVkFLNxMQ_4-wG43rod5Gq5VKqsbo3gIpHcSencP1AxMGc/s200/rammstein-cover_lifad.jpg)
No entanto, recentemente dois fatos
vieram a modificar esta minha hipótese. Primeiro foi a descoberta do RAMMSTEIN,
Banda de Metal alemã com base Progressiva que me encantou e de quem vim a
gostar de TODOS os discos, como se eu fosse um adolescente. Fui aos shows,
comprei os vídeos, e até voltei a estudar alemão; matusalém reborn.
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Somente dedicamos sete ou oito audições a um disco novo
de um Banda que gostemos muito – uma daquelas que nos conquistou décadas atrás.
E assim se cria o círculo vicioso: só gostamos hoje dos discos novos de quem já
gostávamos antes!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTNHUpvNvJ8k19hiL1poQm-qEd3z_DJqFWJcCZJ2ZD37aIGypYOXOlOllBSH8q3LPehea8kfMV-yhsQnRMWhlJ-2KU0DWi2ZLoJaDhtsW0CxE1EiRMkYObk-RxnM0I7Ro2mRkOXrMhXVWU/s320/Pawn+Hearts.jpg)
Uma exceção honrosa a este tipo de comportamento é Mamãe:
ela sempre ouviu e curtiu coisas novas com muito mais abertura do que eu. Foi a
Miami assistir a um show “No Security” dos
STONES (sem seguranças entre a platéia e a Banda); foi ao Maracanã assistir o
PRINCE na Pista; e algumas outras peripécias definitivamente impublicáveis.
Ou talvez eu esteja errado: o som atual é mesmo uma
titica. E mesmo com 50 anos de estrada, o GOLDEN EARRING é uma exceção fenomenal!
(ago/2012)
Detalhes complementares à (ótima) reflexão : 1) mãe se apaixonou pelos Stones desde "Get-Yer-Yás-Yás-Out", em '72, tendo ido tbem ao "Voodoo Lounge com pai; no show do Prince estávamos a 5 mts do palco, e juntos com Franz, dançávamos como adolescentes- quando pai nos buscou de carona de volta (yeah !), olhava espantado para o total estado de euforia de todos no carro...; 3) ouvirei "Tits'n'Ass" várias vezes
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