
Batizada em homenagem a Madame Blavatsky, era extremamente independente: morava sozinha e viajava sem avisar ninguém, desaparecendo por longos períodos. Quando retornava era a mesma Mulher inteligente, desafiadora, decidida, difícil e completamente segura, e que sufragava pouquíssimos eleitos para respeitar as idéias – aos quais seguia com fidelidade idólatra.
Morava na Barra da Tijuca, no Rio. Durante um destes períodos de desaparecimento, sua vizinha de baixo notou uma infiltração vinda do andar de cima. Falou com o porteiro, que não conseguindo contatá-la entrou em contato com ZRen, um grande Amigo em comum. Ele tinha a chave do apartamento, e foi para lá.
Quando entraram no apartamento, a água invadia todos os aposentos e corria livre e descontrolada por toda a casa. Nunca foi possível descobrir ou sequer especular o que havia acontecido com ela: Miriam Helena já estava debaixo da água corrente do chuveiro havia mais de 10 dias. Tinha 39 anos; deixou um livro aberto na sala, em uma mesinha ao lado de uma poltrona, sob a luz acesa de um abajur de leitura.
Mas quem quer que a tenha abraçado com firmeza e atenção entendeu para onde ela havia retornado.
(dez/2011)
Lindo. Grande homenagem. Que fique em paz; um dia estaremos todos juntos novamente.
ResponderExcluirMuito bonito!
ResponderExcluirConcordo plenamente com a descrição da pessoa de Miriam.
Saudades eternas...
Grandes gargalhadas!
Muito legal a homenagem que vc fez pra Miriam.
ResponderExcluirBelo texto, verdadeiro, linda foto e grande saudade.
Parabéns!!!
Ao ler este texto, Miriam Helena, onde quer que esteja, certamente há de ter pensado:
ResponderExcluir- "Foi bom eu ter vivido".
Muito emocionante!
Too much,too much!
ResponderExcluirTexto pungente,verdade,justíssimo,descrito aqui e testemunhado por quem esteve no contexto enquanto a Miriam estava por aqui.
Emocionanante mesmo!!
Congrats xxx
que texto maravilhoso!
ResponderExcluirAdorei! 39 anos…
ResponderExcluirMuita emoção!!