(Palco São João, domingo 19 de maio de 2013, 16hs)
Chego ao cruzamento de São João com Ipiranga às 16h15m, a
tempo de ouvir os maravilhosos acordes iniciais da espetacular “A Tab In The
Ocean” serem executados no palco que ainda dista 500 metros. Que diferença para
o (excelente) show de Sidney Magal na véspera, às 23hs no Largo do Arouche.
Temperatura outonal agradabíssima (ontem estava frio), sem o clima pesado de
posso-ser-assaltado-a-qualquer-momento da véspera, quando as ruas estavam
entupidas de pessoas, muitas das quais com aparência francamente ameaçadora - e
em enormes grupos espalhados por todos os cantos e buracos. Para hoje eu
imaginava que em se tratando de uma Banda Progressiva inglesa que fez sucesso
principalmente na Alemanha nos anos 70, tocando no mesmo horário da final do
Campeonato Paulista, eu seria o ÚNICO na frente do palco. Mas não: à medida que
me aproximo, noto que as talvez mil pessoas estão deslumbradas com o que ouvem.
Uma platéia principlamente da minha idade, ou quase
Sem as “liquid lights”, o NEKTAR é atualmente um
quarteto. ROYE ALLBRIGHTON, fenomenal guitarrista e vocalista, membro fundador,
ocupa o centro do palco e da música. O NEKTAR é a Banda Progressiva que melhor
consegue ter a guitarra como instrumento principal; de maneira geral, quando o
guitarrista é também o cantor e principal compositor em uma banda de Rock
Progressivo, ele tende a querer se sobressair, e sua banda acaba se tornando
mero suporte para toneladas de Ego. Outro membro fundador é o baterista RON
HOWDEN. O tecladista alemão KLAUS (“I am an oldschool keyborder”) HENATSCH e o
baixista LUX VIBRATUS (que parece saído do System Of A Down) completam a
formação que hipnotizou a platéia por 80 minutos.
Foram apenas 6 músicas:
1. A Tab In The Ocean
2. (- “From
the same album:”) Desolation Valley
3. (-
“Remember that song, many years ago?”) Remember
The Future - versão com 35 minutos!
4. Crying In
The Dark / King Of The Twilight
5. Preacher
6. Recycled part 1
Durante boa parte do show fico a uns 20 metros do palco,
ao lado de um pós-puberdade que tem interesse em saber o máximo a respeito
daquela Banda. A certa altura, ele comenta:
- “Eu poderia ir embora agora, e este já teria sido o
melhor show de minha vida!”
À minha esquerda, uma lourinha de seus 20 anos
shakira-style, uma graça, dançando o show inteiro. Está com uma amiga morena
baranga-style. A alturas tantas, as duas vão dançar à minha frente. Mais alguns
minutos... e começam a se atracar e beijar, chupão-desentope! Impressiona a
quantidade de casais de mesmo sexo nesta Virada Cultural: heterossexual, me
tornei minoria...
Guitarra
altíssima, excelente mixagem para um open-air. O final do show é uma PANCADARIA
sonora absolutamente espetacular! Acabo a gig a 5 metros do palco. Ávida e
inculta, a platéia brasileira grita: - “More one!”
Mas a organização do evento não pode dar mole: mais
alguns minutos e teremos DAVID JACKSON & ACB (da Itália) tocando covers do
VAN DER GRAAF GENERATOR!
O pós-puberdade interessado em saber sobre o Nektar era eu hehehe Que demais encontrar esse relato hoje 9 anos depois desse show espetacular!
ResponderExcluirO pós-puberdade que queria saber o máximo sobre Nektar, citado no texto, sou eu hehehe Muito bom ler esse relato depois de tanto tempo, não tinha ideia que conseguiria me lembrar tão bem do show ao ler o seu texto. Realmente foi um dos melhores shows da minha vida!
ResponderExcluirEspetacular, Henrique, que bom receber seu Comentário!
ExcluirFoi um Dia absolutamente fora da curva, privilegiados somos por termos estado lá.
Valeu!