quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Neurolingüística


Um dos mais evidentes sinais de pobreza de capacidade lógica é um raciocínio primitivo que é repetido à exaustão. Consiste em dizer que a expressão “não posso esquecer” seria contraproducente, pois utiliza o verbo “esquecer” e isto estaria condicionando o cérebro do pobre idiota ao esquecimento. O argumento é que a expressão correta seria “preciso lembrar”, que ao utilizar o verbo “lembrar” estaria dando um estímulo positivo ao cérebro do primata que pensa assim.

Trata-se de um raciocínio pouco favorecido, e que só faz algum sucesso porque a Raçumana é constituída essencialmente por raciocínios maldotados.

Podemos construir uma argumentação inversa: “não posso esquecer” implica um conhecimento que já está no cérebro, e portanto é uma mera questão de não deixá-lo esvair-se. Por outro lado, “preciso lembrar” implica uma cabeça oca que ainda necessita ser preenchida pela informação.

Mas, pensando bem, já que a maioria das cabeças é mesmo oca...

(fev/2014)

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