Gostaria que alguém - se possível - explicasse como funciona a bureaucracia da
Excomunhão.
Imagino que Deus (se é que existe) seja forçado a
manter na porta do Céu (se é que existe) um “controle alfandegário”: quando
alguém chega, a equipe vai verificar nos registros se este alguém foi
excomungado ou se pode se submeter ao critério divino de avaliação de
desempenho.
Em Olinda em 2009, uma menina de 9 anos foi estuprada
pelo Padrasto e engravidou. Foi legalmente permitido um aborto com assistência
médica. Pois tanto a Menina como seus parentes como também os médicos foram
todos excomungados (o Padrasto não foi excomungado).

Séculos depois os conceitos da Igreja evoluem, o anátema
é revogado e Deus - na condição de porteiro obediente - finalmente pode dar
entrada em sua morada àquelas pessoas que foram injustiçadas pela moral
reinante naquele momento obscuro.
A raçumana gosta
de olhar para o passado e julgá-lo atrasado, convenientemente esquecendo que aquilo
que vive hoje será considerado tosco, rudimentar e completamente ultrapassado em
muito pouco tempo.
A mim soa simplesmente como uma enorme arrogância por
parte de quem realmente acredite que temos tal poder sobre o Post Mortem.
(Será que serei excomungado por ter um questionamento
racional?)
(fev/2014)
Nenhum comentário:
Postar um comentário