Gostaria que alguém - se possível - explicasse como funciona a bureaucracia da
Excomunhão.
Imagino que Deus (se é que existe) seja forçado a
manter na porta do Céu (se é que existe) um “controle alfandegário”: quando
alguém chega, a equipe vai verificar nos registros se este alguém foi
excomungado ou se pode se submeter ao critério divino de avaliação de
desempenho.
Em Olinda em 2009, uma menina de 9 anos foi estuprada
pelo Padrasto e engravidou. Foi legalmente permitido um aborto com assistência
médica. Pois tanto a Menina como seus parentes como também os médicos foram
todos excomungados (o Padrasto não foi excomungado).
Na época da caça às bruxas (circa Século XVI), milhares
de mulheres foram excomungadas (além de torturadas, queimadas e enforcadas). O
que acontece no Céu? Elas não podem entrar, afinal Deus tem que obedecer às
ordens dos Sacerdotes.
Séculos depois os conceitos da Igreja evoluem, o anátema
é revogado e Deus - na condição de porteiro obediente - finalmente pode dar
entrada em sua morada àquelas pessoas que foram injustiçadas pela moral
reinante naquele momento obscuro.
A raçumana gosta
de olhar para o passado e julgá-lo atrasado, convenientemente esquecendo que aquilo
que vive hoje será considerado tosco, rudimentar e completamente ultrapassado em
muito pouco tempo.
A mim soa simplesmente como uma enorme arrogância por
parte de quem realmente acredite que temos tal poder sobre o Post Mortem.
(Será que serei excomungado por ter um questionamento
racional?)
(fev/2014)
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