sábado, 1 de fevereiro de 2014

Excomunhão


Gostaria que alguém - se possível  - explicasse como funciona a bureaucracia da Excomunhão.

Imagino que Deus (se é que existe) seja forçado a manter na porta do Céu (se é que existe) um “controle alfandegário”: quando alguém chega, a equipe vai verificar nos registros se este alguém foi excomungado ou se pode se submeter ao critério divino de avaliação de desempenho.

Em Olinda em 2009, uma menina de 9 anos foi estuprada pelo Padrasto e engravidou. Foi legalmente permitido um aborto com assistência médica. Pois tanto a Menina como seus parentes como também os médicos foram todos excomungados (o Padrasto não foi excomungado).

Na época da caça às bruxas (circa Século XVI), milhares de mulheres foram excomungadas (além de torturadas, queimadas e enforcadas). O que acontece no Céu? Elas não podem entrar, afinal Deus tem que obedecer às ordens dos Sacerdotes.

Séculos depois os conceitos da Igreja evoluem, o anátema é revogado e Deus - na condição de porteiro obediente - finalmente pode dar entrada em sua morada àquelas pessoas que foram injustiçadas pela moral reinante naquele momento obscuro.

A raçumana  gosta de olhar para o passado e julgá-lo atrasado, convenientemente esquecendo que aquilo que vive hoje será considerado tosco, rudimentar e completamente ultrapassado em muito pouco tempo.

A mim soa simplesmente como uma enorme arrogância por parte de quem realmente acredite que temos tal poder sobre o Post Mortem.

(Será que serei excomungado por ter um questionamento racional?)

(fev/2014)

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