Quando adolescente era tímido, a ponto de as pessoas
confundirem sua dificuldade de comunicação com arrogância.
Com o passar dos anos aprendeu a fingir que era
comunicativo. Fingia razoavelmente bem, e sua vida se tornou muito mais fácil. Mas
por baixo daquela aparente efusão de entusiasmo continuava esquivo, fechado,
reservado.
Com o passar das décadas concluiu que o melhor era mesmo
se fechar, e voltou a uma introspecção ainda mais ferrenha, pois agora sabia como
e porquê defendê-la.
A idade nem sempre nos modifica; em alguns casos ela pode simplesmente nos tornar mais seguros
daquilo que sempre fomos. Passamos a entender melhor os motivos pessoais que antes
nos eram obscuros.
A idade nos confirma.
(SP, jan/2016)
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