Um dos "downsides" que a genialidade do Pelé nos deixou como herança foi a obrigatoriedade da convivência com a mediocridade de (quase) todos os demais.
Dois lances me irritam especialmente no futebol atual.
1. A “proteção” da bola
Pelé protegia a bola, interpondo seu corpo entre a bola sob seu domínio e o adversário, que assim não conseguia alcançá-la. Mas ele fazia isto durante a condução da pelota.
Hoje temos milhões de manés que interpõem seu corpo entre a bola QUE ESTÁ SAINDO DE CAMPO e um adversário que deseja alcançá-la. Ora, isto é anti-jogo! O jogador está protegendo uma saída de bola; forçando uma interrupção da partida! Este movimento sempre foi falta, e se chamava “Obstrução”; mas graças à forma genial como Pelé conduzia a jogada – aí sim, como efetiva proteção – hoje temos que aturar estes porteiros de boate que escoltam a bola até fora do campo. A obstrução passou a ter o nobre nome de “proteção”.
Ora, mudar o nome da merda não a deixa cheirosa! Proponho que tal “escolta” somente seja válida caso o jogador esteja REALMENTE de posse da bola, ou seja: o último a tocar nela tenha sido um atleta de seu próprio time. Caso contrário, é obstrução! É anti-jogo! É falta!
2. A “paradinha”
Ao correr para bater um penalty, Pelé dava uma SUTIL desviada na trajetória do corpo, quase uma “paradinha”, para deslocar o goleiro. Bola para um lado, goleiro para o outro.
Hoje temos milhões de manés que INTERROMPEM o galope rumo à bola e esperam que o goleiro se projete para um lado para então empurrar humilhantemente a bola para o outro. Entendo que a principal graça do futebol esteja no gol, mas isto não tem graça nenhuma: é pura covardia.
Minha proposta: a partir do apito do Juiz para a cobrança do penalty, todo mundo pode correr. Inclusive o goleiro. Assim, se o jegue empacar no meio do galope, pior para ele.
Ah, Pelé... Saudosa lembrança, mas maldita herança!...
(dez/2009)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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