quarta-feira, 26 de maio de 2010

As Convocações para a Seleção Brasileira

Tendo nascido em 1956, a primeira Copa do Mundo da qual tenho perfeita lembrança é a de 1970. Já assisti, portanto, a onze convocações da Seleção Brasileira. E observo haver um padrão comum a quase todos os Técnicos.

Ao convocar a Seleção, seu Técnico faz questão de mostrar que “não se curva às pressões”. Se o País inteiro descobre um jogador antes que Ele (o Técnico) o tenha convocado, babau: Ele não se curvará às pressões. O Técnico prefere ser chamado de “Burro” do que “ceder às pressões”; ser “Macho”é mais importante do que ser Inteligente.

O primeiro exemplo foi o João Saldanha: ele não ia levar o Pelé para a Copa de1970! Tamanho foi o rebuliço, que o Saldanha rodou (felizmente) e entrou o Zagalo. (Posteriormente surgiram outras estórias sobre a saída – as versões posteriores são sempre mais românticas – mas à época o que se comentava era isto).

O Felipão teve a mesma situação com o Romário. Teimoso, corria o risco de ser (muito merecidamente) chamado de “Burro” caso o Brasil não ganhasse a Copa de 2002, por não ter levado o principal responsável (junto com o Bebeto) pela conquista de 1994. Mas Felipão mostrou que tem Sorte.

Telê Santana comprova a tese. É até hoje aclamado como “gênio” simplesmente por ter levado os jogadores que todo mundo queria. O caso do Telê é sintomático: só uma rematada toupeira conseguiria perder a Copa com um timaço daqueles. Ele conseguiu, por um erro crasso na escalação (mais detalhes a respeito no texto “Cagalhões Reverenciados do Futebol Brasileiro”, futuramente neste espaço); mas como levou aqueles que todo o País queria, não sobrou espaço para críticas, e Toupeira Santana é até hoje reverenciado como um dos maiores técnicos que esta República das Bananas já teve.

Agora o Dunga não leva o Paulo Henrique Ganso, contrariando torcedores, comentaristas, bom senso e todo o País. Teimoso e burro como o Felipão ele já mostrou que é. Resta saber se tem a mesma sorte.

(mai/2010)

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