terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Feitor e o Capacho


É quase infalível a receita para galgar promoções em boa parte das Empresas.

Com seus superiores, o Profissional se comporta como um capacho. Não se contrapõe, não enfrenta, não traz a voz da razão, não entra em atrito ou conflito. Não diz “não”. Simplesmente se dispõe sorridente a implementar atrocidades, deixando que o destino e o correr das águas (ou algum louco) venham a mostrar que a solicitação era inviável, impraticável, completamente estúpida. Afinal, neste meio tempo, já terá sido promovido. Ou ao menos terá conseguido manter seu posto.

Já com seus subordinados, o Profissional ambicioso se porta como um Feitor. Impõe – repassa –  retransmite – os absurdos que engoliu sorridente de seus superiores hierárquicos. E quando tais subordinados questionam usando a razão,  retrucam “são ordens de cima”, e consideram resolvida a situação. A satisfação de seus semelhantes – no caso, os subordinados que dele dependem – não lhe faz a a menor diferença, nem tem a menor importância.

Não há um único dia em minha existência em que eu não pense na sentença “o Homem é o Lobo do Homem”.

(set/2012)

Um comentário:

  1. Para o filósofo inglês da Idade Moderna, o "Homem é o lobo do Homem".
    No que ele chama de "Estado de Natureza", os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas e têm as mesmas necessidades, o mesmo instinto de auto-preservação.
    Por isso, o estado natural é conflito..é guerra...
    As guerras existem porque as pessoas querem as mesmas coisas...
    Como adquirir a paz?
    Apenas através de um Contrato, um pacto formal entre pessoas iguais que renunciam suas liberdades em troca de tranquilidade.
    Pelo contrato as pessoas desejam o Bem Comum ..isso é feito através do Direito Positivo que se mantém pelo legislativo.
    Hobbes pertence ao período filosófico chamado de "Contractualismo", período onde filósofos acreditaram que apenas um Contrato, um acordo coletivo faria o homem evoluir...

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