“Avenida Brasil” foi uma novela fenomenal em seus
primeiros 2 meses, o que me levou a recomendá-la entusiasticamente a diversos
Amigos e Familiares. O problema é que depois disto ela entrou em espiral
descendente, o que levou estes mesmos Amigos e Familiares a me espinafrarem – e
com razão!
A meu ver, a “soap opera” se sustentou com monumental
sucesso graças a 2 motivos básicos: a trama absolutamente fascinante tecida naqueles
primeiros dois meses, e a genial galeria de tipos que foi criada – mérito para
o Autor e para os Intérpretes. No entanto, a necessidade de encompridar a permanência do drama no
ar levou a sucessivos “embarrigamentos” que praticamente mataram a trama,
demonstrando incapacidade e falta de traquejo para um trajeto longo. E,
limitado pela necessidade de tecer destinos compatíveis com “a moral e os bons
costumes” da Dona Dorotéia de “Gabriela”, o Autor perdeu a chance de construir
um final que seria antológico, marcante e inesquecível.
ÁGATA
Evidentemente era filha do Genésio. Daí o ódio da
Carmem Lúcia por ela. Escolheram até mesmo uma atriz que "slightly
resembles" o Tony Ramos...
Sendo irmã da Rita-Nina por parte de Pai e do Jorge-Batata
por parte de Mãe, ela ainda ia poder dizer:
- "O meu irmão come a minha irmã."
E tudo bem!!!
O DESTINO DE CARMEM LÚCIA
O final da principal personagem da novela foi completamente
pífio. A Vilã do Mal virar uma Santa do Lixão, nos poupem! Um final condizente
se daria no próprio Aeroporto de Búzios, quando ela roubou a arma do Pai Santiago
– que a violentava quando menina. Ela obviamente teria matado o Pai e daria uma
banana para o Tufão e a Nina, embarcando no avião para o Paraguay com os $20
milhões e seguindo depois para a Itália conforme planejado. Um final muito mais
nobre e adequado ao Personagem, ao invés da pantomina ridícula de contrição,
submissão e redenção (incompatíveis com a personalidade dela) à qual
fomos submetidos.
O ASSASSINO DO MAX
Ao longo dos últimos capítulos, diversos personagens se
esmeraram em acobertar / proteger / ocultar o assassino: Muricy, Ivana,
Lucinda, Nina, Nilo (que sabia quem matou porém não revelou, limitando-se a
dizer que "não foi a Lucinda") e até a Carminha no capítulo final.
Ora, quem é a única pessoa que todos estes teriam
interesse em proteger?
O Cauã, vulgo Jorginho Batata! Neto, Irmão, Neto, Namorado,
Neto e Filho desta galera toda!
Inclusive quem revir a cena do crime verá que instantes
antes de "apagar" a Nina correu para trás e gritou: -
"Jorginho!"
Ele teria também a força necessária para dar a
enxadada. E a raiva do momento: afinal, o cabra estava ameaçando estuprar sua
amada.
Teríamos assim a Tragédia Absoluta: o Avô (Santiago) dele
matou a Avó (Virgínia, mãe da Carminha), o mesmo Avô matou o outro Avô (Nilo),
a Mãe (Carminha) matou o Avô (Santiago) e finalmente ele mesmo matou o próprio
Pai. Tragédia Grega é pouco!!! Ousado e histórico ...
... se houvesse havido coragem.
(BÔNUS: DOIS FUROS NA
TRAMA
Não sou favorável a
buscar furos em trama de novela, mas dois saltam aos olhos por excesso de inabilidade.
Como é possível que
o Adauto fosse analfabeto, se no capítulo final mostrou-se que ele era aluno de
um Colégio interno (quando surgiu o apelido “Chupetinha”) ???
E o Tufão? No primeiro
capítulo da novela atropelou o Tony
Ramos, porque estava dirigindo cantando e trocando um disco no CD Player de seu carro ao
invés de prestar atenção na pista. Atropelou, matou e fugiu da cena do crime. E
tudo bem? O cara ainda acaba sendo o “Herói” da novela?!?)
(out/2012)
Ótimo !!!
ResponderExcluirComo você comenta,a novela no início retratou muito bem "a vida como ela é",mas no final foi "a vida como ela não é".
A Carminha, Premio Nobel do mau caratismo e banditismo,se transformar, sem quê nem porquê, de um capítulo para o outro,em uma santa,não há cobra ou sapo que engula, e se engolir não digere.
Quem tenha visto apenas o último capítulo,pensará que a novela se chamava "O Trauma do Chupeta" e não "Avenida Brasil".Passar o terço final do último capítulo mostrando esse assunto, quando no decorrer de seus inúmeros episódios, não foi nunca mencionado, realmente foi demais.
Alem dos furos mencionados de forma meramente exemplificativa,podem ser citados ainda:
- as lembranças de infância do Jorginho, nunca
têm ligação com o lixão. São lembranças de uma
criança feliz com os pais em uma casa boa e
não num barraco de favela. Quertenha contecido
antes ou depois da Carminha ter ido para lá,a
situação não se harmoniza com o apresentado
nos capítulos;
- como, quando e porque a Carminha foi parar no
lixão ?
Mas deixemos a "peneira Brasil" de lado, pois a relação de furos é infindável.
O final descrito no seu comentário com a Carminha matando o Santiago e fugindo com os 20 milhões estaria muito mais de acordo com "a vida como ela é"
Quando você for descoberto, teremos novelas muito melhores.
Com admiração e carinho
Maria e Kleber
Final perfeito! Desconhecia esse seu gosto por novelas... ou não me lembrava mais. Bjs.
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