Por motivo de uma
operação em Família, ao longo de diversas semanas em julho, agosto e setembro de
2013 eu me tornei um Enfermeiro full-time, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Um aprendizado pessoal que mereceria longuíssima dissertação, mas sobre o qual ressaltarei
apenas uma característica.
Para cobrir certas incontinências
do Enfermo, eu precisava acordar diariamente e subitamente às duas, quatro,
seis e oito horas da matina; em outros dias acordava às três, cinco e sete. Com
o passar do tempo o espaçamento foi aumentando, e eu acordava às três, seis e
nove; depois às quatro e às sete; e assim até a situação se normalizar.
O curioso desta
situação é que todas as vezes em que era acordado – todas – eu estava sonhando. Sempre.
Invariavelmente. Passei a prestar atenção, e todos os despertares envolviam a
interrupção de um sonho, do qual eu me recordava durante alguns minutos.
Minhas conclusão e
opinião pessoal, derivadas de mais de 200 observações inquestionáveis, é: esta
história de sonhos associados exclusivamente a Rapid Eye Movements, ou de
sonhos a cada 90 minutos ao longo da noite, ou whatever – é pura bullshitagem. Purinha,
branquinha. A gente sonha o tempo todo.
Os equipamentos que dispomos é que não conseguem captar ventos brandos, registrando apenas as
tempestades elétricas do encéfalo.
Ou então meu
cérebro é diferente do seu, e do de todo mundo. O que também é bastante possível.
Eu sonho o tempo todo.
(set/2013)
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