sábado, 5 de abril de 2014

Dimensionando pelo Pico


Uma das muitas valiosas lições que tive com meu Pai Profissional (http://www.umpandaemsaturno.com/2012/04/pai-profissional.html) refere-se a Controle de Estoques. Ele era o Presidente de uma enorme Metalúrgica com 5 filiais, e certa vez me disse:
- “Se ao final do ano eu vir que não faltou nenhum item de estoque ao longo do ano inteiro, que todas as solicitações foram imediatamente atendidas... eu DEMITO o Gerente de Estoque!”
E explicou:
- “Isto significa que estamos trabalhando com excesso, com uma exagerada margem de segurança. Um bom Controle de Estoque, que trabalhe sem gorduras desnecessárias, trabalha perto do limite. E de vez em quando - seja por uma inesperada demanda excessiva, seja por um imprevisível atraso em alguma entrega - uma coisa ou outra deverá faltar naturalmente. (É claro que isto não se aplica a ítens essenciais, que parariam a linha de produção.)”

Me lembro disto toda vez que vejo gente reclamando exacerbadamente de alguma espera em momentos de pico. Uma vez que não tiveram a sorte de ter um Orientador como este, estas pessoas esperam que o dimensionamento seja pelo pico - e não se preocupam que o serviço ou equipamento permaneça com uma ENORME ociosidade por todo o resto do tempo.

A tão criticada opção por decretar feriados em dias de jogos da Copa do Mundo é portanto profissional e racionalmente perfeita. Não se pode dimensionar algo - um Metrô, por exemplo - pela utilização do pico de uso de um dia normal MAIS o volume excepcional (e que não irá se repetir) do dia de um destes jogos. Teríamos um Metrô dimensionado para apenas UM único dia - ou dois, ou três - e sub-utilizado pelo restante de sua existência. Raciocínio mais amador e ignorante não pode existir. É evidentemente muito melhor contrabalançar um movimento excepcional (jogo de Copa do Mundo) com uma redução excepcional (feriado fora de época). E assim dimensionar o Meio de Transporte de forma inteligente, e não excessiva.

O problema é que os tais “críticos” falam de orelhada, arrotando um conhecimento que não têm para cobrar uma solução que não existe para um problema que não entendem.

Sugiro um esforcinho para aprender e entender antes de sair chutando. Please!

(abr/2014)

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