terça-feira, 17 de março de 2015

Mais Vergonha


Evitei comentar as manifestações de junho/2013, que me levaram até mesmo a abandonar o Facebook (creio que deva ser grato por isto). Mas não resisto a algumas considerações pessoais sobre o momento atual da Política no Brasil.

Não compareci à manifestação em 15/mar/2015, preferindo rosetar em Visconde de Mauá. Já passei da idade de ter a ingenuidade de achar que alguma coisa (além das Mulheres) vá melhorar.

Na condição de Filósofo Idealista antes de ser um elemento Prático e Realista, considero que a questão de um impedimento (considero a utilização do termo "impeachment" de uma completa boçalidade quarto-mundista) da cúpula que nos governa vá muito além e acima dos falhos aspectos jurídicos: é conceitual. Temos um bando que deu aos brasileiros ainda mais vergonha do que já tínhamos por termos nascido neste fim da civilização. Se isto não é motivo filosoficamente considerável para um afastamento, então eu sou um panda em saturno...

Há pouco mais de meio século, Juscelino Kubitschek disse: "não tenho vergonha de mudar de idéia; não tenho nenhum compromisso com o erro". Ontem, nossa governAnta falou: "não estou aqui para pedir desculpas, isto não é um confessionário". Esta é a diferença entre um Estadista e... o que temos.

A tão propalada capacidade de "Gerenta" da Presidenta deveria servir como argumento CONTRA ela, e não a favor: todos sabem que as características para ser Presidenta são completamente diferentes das necessárias para ser Gerenta. Ela continua sendo Gerenta, olhando somente para seu feudinho e tentando protegê-lo, ao invés de cuidar da Empresa inteira - o País. (Bem, talvez quem vota nos atuais governantes não saiba ou não entenda que são necessários "skills" diferentes...)

Botar Gerenta no lugar de Presidenta só mostra o quanto é Incompetenta.

Quanto a tais movimentos "ganharem momento", desacredito. Esta galera-Facebook propensa a modismos acha que é fácil, que basta seguir a onda do momento, que "já fez a sua parte" participando de uma passeada-balada e indo depois tomar umas e outras. "Já fiz a minha parte, agora o Governo e os políticos que façam a deles e consertem o país". Foi com este tipo de “esforço” que as manifestações de 2013 conquistaram seus intentos: vários hospitais “padrão-FIFA” e o fim da corrupção, conforme exigiam.

Não é um copo meio-cheio, é um galão transbordando. De matéria fecal. Mas tem gente que ama muito tudo isto...

(SP, 17/mar/2015)

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