quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

D.O.A.

Como todo mundo, eu também achava que não iria morrer. Mas o filme “D.O.A.”, de 1988, me convenceu do contrário.

“D.O.A.” é a sigla para “Dead On Arrival”, carimbo que os hospitais americanos estampam nas fichas de pacientes que já chegam mortos. “Chegado Morto” significa “nós não fizemos nada”, “não houve o que fazer”, “estamos isentos de responsa!”.

“Morto Ao Chegar”, com Dennis Quaid e uma então florescente Meg Ryan, é a história de um Professor de Literatura com uma vida absolutamente pacata que certo dia começa a passar mal, suar, enjoar e vomitar, e vai fazer exames em um hospital... onde descobre que foi envenenado, um veneno poderosíssimo e irreversível, e que em 24 horas estará morto, não há nada que possa fazer. E mais, o veneno é raríssimo, não pode ter sido por acaso, ele foi envenendado de propósito! Segue-se então a história destas 24 horas em que ele vai investigar o porquê de ter sido assassinado. (Não estou estragando nada, pois o filme começa com ele entrando, ou melhor, se arrastando para dentro de uma delegacia de Polícia, onde todo estrupiado ele fala:
- “Vim aqui para relatar um assassinato. O meu...”)

Meg Ryan estava maravilhosa, creio ter sido a primeira vez qe a vi, e evidentemente fui fulminado por ela. Mas de volta ao filme: o Professor investiga e acaba descobrindo que havia um motivo perfeitamente lógico para que ele fosse morto; só que ele não sabia.

Assim, entendi que a qualquer momento, sem que o saibamos, podemos estar a 24 horas de nossa morte; podem existir motivos que não sabemos para sermos envenenados e assassinados; podemos cair da moto, levar um tiro, nos afogarmos ou cair o céu sobre nossas cabeças. Enfim: talvez faltem 24 horas para que estejamos Mortos Ao Chegar.

Quando comprei minha Honda NX-4 Falcon, tive a opção de escolha da placa, e pedi os algarismos de meu aniversário. Quantos às letras... o arcanjo Gabriel sugeriu que seria bom deixar um pouco de imprevisto e acaso para a vida, e assim foi.

Quando fui retirar a moto, as letras da placa eram... DOA!

(dez/2009)

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