quinta-feira, 3 de março de 2011

Coitado do Jacaré

No último final de semana antes do Carnaval 2011, vou a um Baile Pré-Carnavalesco de Marchinhas de Carnaval para Casais em uma pequena cidade do interior de São Paulo.

Saio de casa com a certeza de que este programa geriátrico significará uma redefinição no conceito de “programa mico”, estabelecendo um novíssimo “standard” ou patamar base para comparações.

O Clube é bem grande, e até que está bacana. Temos confete e serpentinas a rodo e de graça, as mesas estão dispostas em torno da pista e são ocupadas civilizadamente. Todo mundo se conhece e se cumprimenta com alegria – afinal, é uma pequena cidade do interior. Vou enchendo a cara, quando inesperadamente a Banda toca uma música que dá um sentido inteiramente novo à noite. A letra é nada menos do que espetacular, algo como: “Trocaram o coração da minha Sogra / puseram um de jacaré / sabe o que aconteceu? / a Velha se mandou e o jacaré morreu! / (refrão:) É é é é, coitado do Jacaré!”.

Obra prima irresistível! Me deixo contagiar, e acompanho Madame (que canta, saltita e dança feliz todas as músicas) à pista. E lá faço uma incrível descoberta: é possível dançar música de Carnaval como se fosse Heavy Metal! Passo o resto da noite headbanging, batendo cabeça como se fosse o Till Lindemann. Ainda por cima eu por puro acaso estava trajado em total conformidade com a performance: braço direito inteiramente tatuado – ou quase –, munhequeira R+, um monte de anéis, brinco, camisa calça e tênis rock’n’roller, enfim, vestido para uma Rock gig, seja por falta do que vestir para o Baile, seja porque eu me visto assim mesmo.

Em resumo: descobri que tive muitos “wasted years” de Carnaval na vida. Portanto, se você fôr a um Baile de Carnaval e vir na pista um Always Rocker headbanging... achôôôô!

(mar/2011)

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