Ela estava desesperada, e telefonou para o Amigo. Todo
o seu Mestrado – cursado com brilhantismo – estava em risco. Uma última matéria
a prendia, ela a cursava pela 3ª vez e aquela era sua última oportunidade:
Inglês. Era a Prova Final (pela terceira vez!), e ela tinha certeza de que não
iria passar. Será que ele, que sabia bastante Inglês, poderia ajudá-la?
No dia seguinte ele foi àquela Universidade onde jamais
pisara, entrou no Salão de Provas, recebeu o Exame Final – a tradução de um
longo texto – e preencheu as 4 faces de um papel almaço. Pediu uma segunda
folha de almaço, a deixou em cima da carteira junto ao enunciado, sinalizou
para ela e foi ao banheiro com sua versão do texto. Lá explicou-lhe que aqui e ali
não saberia traduzir perfeitamente, pois tratava-se de termos técnicos, mas
que ela certamente saberia complementar. E foi embora.
Hoje ela já cursou Pós-Doutorado, e é uma das mais
proeminentes figuras em sua área de atuação profissional.
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Nota:
- o que Ela deveria ter feito, jogado fora 2 anos de vida e empenho, noites e trabalhos, uma Dissertação já defendida, e seu Sonho?
- o que Ele deveria ter feito, abandonado a Amiga?
- o que a Escola deveria ter feito, jubilado uma Aluna que se dedicou tanto, e que teve seu valor comprovado com os desempenhos Acadêmico e Profissional posteriores?
Sim, há algo de errado nesta história; mas não é a
história...
(SP, fev/2016)
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