quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Baruch Spinoza


Recebo de SdCR um maravilhoso texto atribuído a Baruch Spinoza. Fico maravilhado e não posso deixar de registrá-lo aqui, com o devido crédito ao Autor e o respectivo agradecimento à Remetente.

“Pare de rezar e desfrute da vida, trabalhe, cante, divirta-se com tudo o que fiz para Você. Minha casa não são estes tempos lúgubres, escuros e frios que você mesmo construiu e que diz ser minha morada. Minha casa são as montanhas, os rios, os lagos e as praias; é aí que vivo. Deixe de culpar-me por tua vida miserável, eu nunca disse que você era pecador e que tua sexualidade fosse algo mau. O Sexo é um presente que te dei para que possas expressar teu Amor, teu êxtase, tua alegria. Não me culpe daquilo que te fizeram acreditar. Não leia livros religiosos. Leia-me em um amanhecer, na paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de uma criança. Deixe de ter medo de mim. Deixe de me pedir perdão. Eu te enchi de paixões, de prazeres, de sentimentos, de livre arbítrio. Como posso castigar-te se fui eu quem te fez? Esquece-te dos mandamentos, pois são artimanhas para manipular-te. Não posso te dizer agora se há outra vida... ainda não. Viva como se não houvesse, como se esta fosse a única oportunidade de amar, de existir. Deixe de crer em mim. Quero que me sintas quando beijares tua amada, acariciares teu cachorro ou tomares banho de mar. Deixa de adorar-me: não sou tão ególatra...”

(Traduzido da versão em castellano por MFG).

(Amsterdam, Século XVII)

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