Para
a Alma ou Espírito, “tempo” não faz sentido. O quê é o “tempo” para o que é
Eterno? A Alma vai “vivendo”, vai passando por tudo, este breve intervalo é
apenas um breve intervalo; life goes on, literalmente forever. Não há sentido
em mensurar o “tempo”.
Para o Corpo,
o “tempo” é um fardo. Desgasta, cansa, envelhece, deteriora, estraga, pifa.
Sofre. Chega um ponto que o Corpo começa a ‘ficar legal’ de “tempo”, e começa a
dizer para a Alma e para a Mente: “OK, já carreguei Vocês por bastante Tempo,
já se divertiram, agora chega, quero descansar, já estou sendo mais fonte de
perrengue do que de Prazer; resolvam-se, quero férias. Definitivas. Basta.”
Para a Alma,
não há problema ter chegado ao fim este “tempo”: hora de partir para outra, e
levar os Conceitos apreendidos. Leveza. É bom que o Espírito tenha evoluído, é
para isto que veio. Ou então que tenha se divertido, também vale. Ajudar os
semelhantes, aumentar-lhes a Felicidade, a Alegria nas pequenas coisas que
estão a nosso alcance – isto também vale. Enfim, a Alma topa fechar este Ciclo.
Este “tempo”.
Mas... a Mente
NÃO! O Cérebro não topa este encerramento, este fim de expediente!
Afinal, todas as Memórias, todos os Detalhes, todos os Aprendizados vão se
decompor na Cripta junto com Ele! Só o que vai continuar, que vai seguir é o Espírito, uma
primitiva Essência, um pouquinho aperfeiçoada na passagem (espera-se) mas sem
carregar todas aquelas vivências tão caras ao Cérebro e à Mente. E assim,
Cérebro & Mente não querem se desligar. Ficam no meio segurando as duas extremidades
Ghost & Machine, retendo-as em Serão e Horas-Extras.
“OK”, diz o
Corpo. “Agüento mais um Tempo, se tanto te compraz. Mas vê se ao menos se diverte
mais e se dedica menos ao aprendizado, se dedica menos só à Mente; teu
Corpitcho calejado te agradece.”
E assim a
Trindade Alma, Mente & Corpo continua na ativa.
Cheia de
Dores.
(Lagoa Rodrigo
de Freitas, madrugada de 20200907, 64a2m22d)
Muito boa a postagem. Parabéns!
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