A jogada mais incensada no atual Futebol brasileiro é também a mais ineficiente: a macaquice batizada de “pedalada”.
Para quem não sabe, trata-se de um movimento no qual o jogador que tem a posse da bola – usualmente um Atacante de frente para um Defensor – fica sassaricando pra cá e pra lá repetidamente, em um rebolado destinado a encher os olhos de uma platéia abobada – e só. A bola continua ali na frente, o Atacante não passa pelo Defensor, só vai e vem e vem e vai e não acontece nada, a não ser o delírio de uma torcida que faria melhor indo a um show de axé ou ao circo.
Acontece que no passado uma ou duas jogadas de pedalada deram certo, e tais jogadas são reprisadas à exaustão na televisão – e assim, toda vez que algum jogador pouco sério (romanticamente chamado de "jogador-moleque") começa a sambar parado sem passar pelo Defensor, a platéia fica iludida achando que vai ver aquele lance antigo se repetir – o que NUNCA acontece. O Atacante acaba tentando passar pelo meio do Defensor e evidentemente trombando com ele; ou então simplesmente termina passando a bola para quem vem de trás.
Tal apologia só poderia acontecer em um País de 3° Mundo, carente de ídolos e de exemplos, ávido por assunto e por algum fenômeno que fará vender camisas e jornais, e de temas para as mesas redondas na TV e para os cadernos e revistas de esportes.
O Torcedor é um Consumidor, e o Jornalista é um Profissional. Precisamos amadurecer, entre outras coisas deixando de elogiar esta coreografia inútil e patética. Coisa de moleques.
(mar/2010)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário