Depoimento de um usuário freqüente de táxis tanto no Rio como em São Paulo: ao menos uma diferença é escancaradamente evidente entre os motoristas das duas cidades (além dos preços, é claro).
No Rio você entra em um carro de praça e nem precisa perguntar ou solicitar: o ar condicionado já está ligado.
Em São Paulo, mesmo no ápice do verão está sempre aquele calor monstruoso e abafamento terrível dentro do carro, o que leva nosso depoente a indagar ainda antes de indicar o destino:
- “Tem ar condicionado?”
Se não tiver – ou se estiver quebrado, uma desculpa bastante comum – ele nem mesmo chega a sentar, e se retira do veículo no mesmo instante.
O passageiro costuma inclusive manifestar sua incredulidade para alguns motoristas: não é pelo cliente, que passa apenas 10 ou 15 minutos dentro do carro; é pelo conforto de vocês mesmos! Passar o dia inteiro dentro daquela fornalha???
Certa vez um taxista contou que quando fica com o ar condicionado ligado recebe críticas de seus colegas:
- “Está acostumando mal os passageiros!”
Então é isto! Uma economia de 10% é mais importante do que 100% de conforto!
Mas talvez isto não seja uma exclusividade dos motoristas de táxi. Afinal, a vida em SP tem se tornado cada vez mais estressada, engarrafada, angustiante, insegura, desrespeitosa.
Porquê então insistimos tanto em manter nossos ares-condicionados pessoais desligados? O que nos leva a ficar presos a um aglomerado assim?
É claro que cada um tem o seu motivo.
Assim como os motoristas de táxi.
(mar/2012)
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