Memória Seletiva

A maior aliada do reatamento de relações amorosas rompidas é a Memória Seletiva.

Passados alguns dias, semanas ou meses do “breakup”, os Pombinhos começam a lembrar somente das coisas boas, dos momentos felizes, dos carinhos e chamegos, da fodinha gostosa, e esquecem totalmente das brigas, cobranças, exigências e destemperos de parte a parte que culminaram no rompimento.

Memória Seletiva: sem ela a Vida seria insuportável, afinal (de maneira geral) se passa muito mais tempo fazendo coisas que não se deseja do que efetivamente Seizing the Day.

“Siga seu coração”, bradam inflamados os Piegas Preguiçosos, comodamente desconsiderando que quando Coração e Mente estão em conflito, a Mente indicará o rumo Racional enquanto o Coração seguirá o caminho mais fácil, mais confortável, o mais preguiçoso... A Mente diz: “Faça o evolutivo, o difícil, o de melhor resultado a longo prazo”, enquanto o Coração sempre diz: “Faça a Merda, é tão mais fácil!”

 O Casal então volta, triunfante e sorridente, tudo são festas e flores... até a próxima briga, quando ambos se recordam:

- “Putz, era POR ISTO que eu tinha me separado!...”

Aí, meus Caros, vão ter que passar por todo o doloroso processo de Separação novamente. Um Ciclo Vicioso que só será interrompido 1) se um dos dois for muito Racional e muito Forte, ou 2) se um dos dois arranjar um consolo, afinal “Amor com Amor se apaga”, ou como dizia minha Chefe ADM: “Homem é que nem Macaco, só larga um galho quando já tem outro na mão”.

Nasci desprovido de Memória Seletiva, o que se por um lado me faz ver a Vida da forma terrivelmente sombria que ela realmente é, por outro ajuda a evitar derrapagens nas armadilhas do Comodismo.

What about You? Está satisfeito/a com sua Memória Seletiva que ajuda a superar os sempre crescentes desgostos da Existência, ou preferiria ser um/a Amaldiçoado/a que se lembra de toda a Desgraceira?

(Ipanema, Dia de Todos os Santos 2018)