No início dos anos 80 namorei Fulana por 2 anos. Éramos
um Casal extremamente querido por todos os muitos Amigos, e ninguém – nem mesmo
nós – imaginava que algum dia poderíamos nos separar. Mas a ruptura ocorreu em
um diálogo inesperado e que durou menos do que 5 minutos. Ela começou a montar
um Enxoval, Eu disse que não tinha intenção de me casar, Ela disse que então
era melhor nos separarmos, e nos separamos. Foi bastante súbito; Eu tinha ido à
sua Casa em um sábado absolutamente normal pela manhã, e em 5 minutos estava de
volta à Rua, inesperadamente Solteiro. Foi um tremendo choque para todos, e uma
grande surpresa para nós mesmos. Uma semana depois Eu comprava minha primeira
Moto, e em dois meses me mudava do Rio para São Paulo pela primeira vez; mas
isto é outra história (que no entanto tornou a Separação definitiva).
Alguns anos depois namorei Beltrana. Muitas Pessoas
diziam:
- “Nossa, como é parecida com Fulana!”
Eu as achava completamente diferentes, mas muita gente
achava que era alguma espécie de “paixão recolhida” por Fulana, e não havia
jeito de convencê-los do contrário.
Mais alguns anos, e namoro Sicrana. Gente que não chegou
a conhecer a Fulana, dizia:
- “Ela é igual a Beltrana!”
E a história se repetia. Beltrana teria “me marcado”, e
Eu a estava buscando em Outra(s).
E a coisa se repete ao longo de nossas Vidas. As Pessoas
reduzem seus Julgamentos à percepção e conhecimento limitados que têm. Ora, se Luciana
lembra Cristiana e se Mariana se assemelha a Eliana, isto não significa que o
Cabra ainda nutra sentimentos por Adriana! A resposta é muito mais simples:
aquele é o tipo de Mulher (inclusive fisicamente) que o atrai! Aquela primeira foi tão-somente
a primeira a se encaixar no Padrão, mas não se trata de uma Assombração
a manifestar-se em noites insones!

Não estou negando a existência de traumas de infância,
apenas me colocando contra a vulgarização de seu uso como explicação rastaqüera
para comportamentos pessoais. Qualquer coisinha tem logo uma explicação
escalafobética pescada nos recônditos de suas memórias longínquas; ora, não
sejamos tão simplórios!
Eu não gosto de Fabiana porque ela se parece com Morgana,
mas sim porque Ela é intensa, elétrica, dinâmica, entusiasmada,
corajosa, surpreendente, inteligente... e mignon. Assim como Viviana e Juliana
também eram.
Às vezes, um Charuto é apenas um Charuto.
Aliás, em geral é.
(CopacabANA, 20190714)
(Curiosidade: neste Blog há uma Tag chamada “Perplexidades
CotidiANAs”...)
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