Embora nunca tenha deixado de ser Criança, eu era criança quando li uma história em quadrinhos do Mandrake que me marcou a vida.
Nela, Mandrake, Lothar e Narda iam parar em uma Sociedade onde não havia dinheiro; ou melhor, a unidade de troca não era o dinheiro, mas sim o Tempo. Todo mundo sabia exatamente quanto tempo lhe restava de vida, e isto era negociável; os miseráveis mendigavam por alguns minutos a mais, enquanto os bilionários dispunham de centenas de séculos por viver.
Aquela história me abriu os olhos para a real importância do Tempo em nossas vidas; e passei a prestar cuidadosa atenção ao fato de diariamente permutarmos – ou entregarmos, desperdiçarmos – minutos e horas preciosas em troca de coisas ou bens ou conquistas que não valem uma fração do precioso Tempo que nelas foi investido.
O dinheiro nada mais é do que uma unidade intermediária desta troca de Tempo por bens, conhecimentos, viagens, sensações. Quando estamos trabalhando, estamos na verdade dando parte do Tempo de vida que nos resta em troca de uma moeda transitória que nos propiciará outras experiências.
Minha sugestão / opinião pessoal é que se deve tomar extremo cuidado com a forma que gastamos nosso Tempo. Nossa sociedade não é tão diferente daquela do Mandrake, afinal; a diferença é que não percebemos que estamos empenhando o tão valoroso e insubstituível Tempo em troca de futilidades, inconseqüências e superficialidades que rapidamente se volatilizarão da memória, por não terem a menor importância. Não entregar algo precioso em troca de algo inútil, vão e desnecessário.
Diz o Amigo FM que o ditado correto seria: “Dinheiro é Tempo”; é um sábio.
Nota - Entrou em cartaz o filme “In Time” (“O Preço do Amanhã”), que passadas quase 5 décadas traz aquela mesma Sociedade que o Mandrake visitou. Recomendo fortemente; e ao vê-lo, não deixe de lembrar que seu Tempo pessoal está passando da mesma forma que o daquelas pessoas. Com a diferença que você não tem recarga.
(nov/2011)
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