Ele fora contratado para exercer uma determinada função. Mas no primeiro dia de trabalho, o Chefe de sua Chefe chamou os dois para conversar e o encarregou de uma segunda função, observando que não iria “tomar mais do que 10% a 15% de seu tempo”.
A função adicional nunca tomou menos do que 50% de seu tempo – e eventualmente veio a ocupar 100% do tempo daquele Profissional.
Ao longo de sua carreira ele sempre se impressionou como as pessoas acabam sendo desviadas daquilo que fazem bem para algo que não fazem tão bem; e como isto cada vez as vai absorvendo mais, as tornando Profissionais piores e mais improdutivos.
Na “nova” função ele ia acumulando responsabilidades e sendo transferido. Sempre manifestava seu desconforto, mas os Chefes e Chefes de seus Chefes não lhe davam ouvidos. Até que chegou o dia em que foi promovido a Chefe Absoluto de Todo Aquele Setor.
Achou que era demais. Ele não tinha aquela formação, nem entendia aquilo direito, e muito menos gostava. Disse então para o C.F.O. (Chief Financial Officer) que se consideraria um covarde se aceitasse o cargo, e que preferia lutar por outra coisa dentro da Empresa – mesmo que esta outra coisa não existisse. E também que considerava uma covardia da Organização colocá-lo para chefiar uma atividade da qual vinha publica e manifestadamente tentando se afastar, e que todos sabiam que ele não conhecia direito e não gostava.
Ele jamais se esqueceu da inesperada resposta que ouviu do CFO:
- “O Profissional perfeito para esta função – alto, louro, de olhos azuis, que entende e gosta deste trabalho – não existe. O que nós temos é você!”
A história continuou, mas o ensinamento acaba aqui. Ele eventualmente mudou de Empresa e de trabalho; mas pelo resto da vida, quando alguém lhe dizia que não gostava ou entendia determinado trabalho, ele respondia:
- “O/A Profissional perfeito/a para esta função...”
(nov/2011)
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