domingo, 20 de novembro de 2011

Para quê serve a Etiqueta

Ler livros de Etiqueta é extremamente útil e proveitoso. Não para ficar rigidamente preso a convenções, mas com o objetivo de aprender algumas saídas para situações comuns e nas quais alguém já pensou com antecedência. Assim, quando você se defrontar com uma circunstância nova ou inesperada e não souber exatamente o que fazer ou como se comportar, alguém (que já passou por isto) teve tempo para pensar e sugerir uma solução, e não é necessário que você improvise – o que comumente pode levar a uma tremenda pisada.

Existem algumas situações para as quais já existem ‘padrões’, mas que infelizmente pouca gente sabe.

Por exemplo: em um elevador comercial não se aplica a diretriz “ladies first”. O que faz todo o sentido: normalmente são muitas pessoas distribuídas aleatoriamente em um espaço exíguo, e se aquele que estiver junto à porta for esperar que a Dama lá no fundo saia primeiro, além de causar bulício gerará também uma tremenda demora – que será cumulativa quanto mais Damas e Cavalheiros tiverem as viagens do ascensor. Em outras palavras, Cavalheirismo tumultua elevador comercial – e portanto não deve ser praticado em um.

(O problema é que pouca gente sabe disto, e quando um Homem sai na frente de uma Mulher no elevador comercial, ele é encarado por todos com olhares de quem cheirou flato.)

Como proceder quando cai uma ligação telefônica? Como evitar que fiquem as duas partes se retelefonando simultaneamente, ou que fiquem ambos esperando que o interlocutor ligue? É simples: quem fez a ligação original liga novamente. Sempre. E o motivo é banal: quem ligou antes sempre sabe exatamente como fazer para completar a ligação novamente. O mesmo não se aplica a quem recebeu a chamada, que nem sempre saberá de onde a outra pessoa estava falando. Assim, por default, se você estiver ao telefone e a ligação cair, ambos já sabem como proceder; não é necessário nem combinar nada nem se arriscar em ligações ou esperas inúteis.

Outro ponto que deveria ser óbvio para todos, mas não é: na passagem por uma porta, a prioridade será sempre de quem está saindo, e não de quem entra. Novamente por uma razão axiomática: no limite, se entrar gente sem parar e sem que ninguém saia, o lugar vai acabar entupindo e se tornando impraticável; se por outro lado as pessoas saírem antes de quem entra, fatalmente chegará o momento em que o lugar estará vazio e haverá então tempo e espaço de sobra para quem quiser entrar. (Exceção a esta regra: se estiver chovendo lá fora.)

Na escada, ele sobe atrás e desce na frente dela. O motivo é prosaico: caso a Dama escorregue, o Cavalheiro segura!

Existe etiqueta até mesmo para abordar ou não uma Mulher em uma Festa ou Balada. Você deve? É claro que sim: ela passou horas se preparando para isto, e espera (ansiosa) por uma abordagem. Mesmo que venha a ser rechaçado, não há problema: você já cumpriu com galhardia seu papel de Cavalheiro. (E não se preocupe: mais tarde ela vai te dar mole...)


Pessoalmente faço uma combinação com qualquer um com quem esteja em um lugar muvucado ou que ambos desconheçamos: se nos perdermos, nos encontraremos no último lugar onde nos vimos. Certamente você estará bem perto do lugar onde viu a pessoa pela última vez; e este trato evita que fiquem ambos vagando cada qual para um lado diferente, até que a Morte os separe.


(nov/2011)

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