Tendo crescido ouvindo e repetindo o mantra do Pai Nosso, tendemos a repetir sem refletir palavras que poderiam ser razoavelmente aprimoradas.
- “Pai Nosso que estais no Céu”: não está. Se estiver, está em toda parte.
- “Venha a nós o Vosso Reino”: “venha a nós”?!? Você fica sentado na cadeira e o reino vem a você?!? That’s very easy!
- “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”, “perdoai nossas ofensas”, “não nos deixeis cair em tentação”, “livrai-nos do Mal”... É tudo pedido! Não tem esforço pessoal nenhum, não tem busca, não tem sacrifício; é um “faça tudo por mim” vergonhoso. Isto não é reza, é mendigação. Deus – ou o Pai Nosso – faz tudo, e o Fiel fica só esperando o maná e o perdão caírem no colo!...
Uma oração mais madura – com a mesma estrutura do Pai Nosso, porém assumindo responsabilidades – seria algo como:
“Pai Nosso que estáis em nós e à nossa volta,
(...) que façamos por merecer o Vosso Reino
(...) O Pão Nosso de cada dia consigamos conquistar
Perdoai as ofensas que não conseguirmos evitar
(...) Nos ajude a lutar contra as tentações
e a evitar o Mal que temos dentro de nós (...)”
Algo mais ou menos assim seria uma Oração de alguém que está a fim de se esforçar; isto sim é um pedido de ajuda, mas com participação e cooperação do suplicante. A própria Bíblia diz: precisamos aprender a pescar, e não ficarmos pedindo os peixes...
(jan/2011)
domingo, 30 de janeiro de 2011
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Hi Dear,
ResponderExcluirEstou sem entender esse seu post. Acabei de ler via e-book um romance da Jane Auten em Ingles arcaico. E assim simplesmente estrou perplexa... Por esta lógica, os textos de Sheakspeare deveriam ser atualizados, o grande poeta alemão Goethe deveria ser reescrito. A Biblia tal como nos é conhecida em portugues, foi traduzida do grego e que havia sido escrita em aramaico. Ha diversas passagens que ainda hoje são objetos de discussão tal como "o caso do camelo passar por um buraco da agulha" diz-se que a palavra usada para camelo tambem era a mesma que corda... Não possuo tanto conhecimento para discutir tal fato. Mas querer mudar as palavras do Pai Nosso...Ninguem pensa em trocar nenhuma palavra idiche para as orações seculares dos judeus, ou por e... em outras tantas religioes...Sem querer ser rude... E um pouco de mais...
Dear Mary Louise, agradeço o comentário.
ResponderExcluirNote que por esta lógica de se manter as coisa antigas e tradicionais sem o mínimo questionamento e evolução, os homens ainda estariam arrastando as Mulheres pelos cabelos para dentro das cavernas... É isto que você advoga?
Quanto ao camelo passar pela “agulha” (e não pelo “buraco da agulha”), “agulha” era o nome dado às portas destinadas somente às pessoas nas cidades muradas. Existiam os portões de carga, caravanas, camelos, carroças, etc, e também as pequenas e protegidas portas para pessoas – as “agulhas”. Não era impossível um camelo passar pela agulha, mas apenas muito improvável – daí a comparação aos ricos. Ou será que alguém diria que é impossível a um rico entrar no reino dos Céus? Claro que não! É apenas difícil, da mesma forma que é difícil (mas não impossível) a um camelo passar por uma porta destinada aos homens.
Minha análise se deve ao fato de se repetir um mantra que não envolve um mínimo de esforço do suplicante. É só um “venha a nós”... Isto poderia fazer sentido em uma sociedade passiva de dois mil anos atrás, mas acredito que Deus espere um pouco mais de nós hoje. Empenho, esforço, que façamos a nossa parte. Que peçamos somente aquilo que não está a nosso alcance, o que não conseguimos fazer, ao invés de pedir – pedir – pedir tudo. É muito passivo. Se a você satisfaz pedir pão e perdão sem um mínimo de empenho pessoal, bom para você! Eu pessoalmente sou mais responsável por minhas ações, e por suas conseqüências. E assumo isto perante Deus, daí propor uma variação mais madura da oração. Não tem absolutamente nada de mais; só estou dizendo a Deus que eu me disponho a fazer a minha parte.
Namaste!
Sempre questionador e polemico!!!! Muito bom! Beijos e saudades! Thais
ResponderExcluirHi Dear,
ResponderExcluirQuanto ao seu comentário de manter coisas antigas e tradicionais sem o mínimo questionamento... É claro que eu não advogo ser uma mulher das cavernas arrastada pelas minhas madeixas... Prefiro ser conduzida por um protagonista dos romances de Jane Austen...Um herói ao estilo Mr. Darcy protagonizado por Matthew MacFadyen em Orgulho e Preconceito, ou Colin Firth na minissérie da BBC. Homens firmes, orgulhosos de si mesmo e ao mesmo tempo meigos e cavalheiros.
Saber que agulha era a palavra usada para denominação de portas foi uma grata surpresa.
Quanto ao seu questionamento de uma releitura do Pai Nosso, que é uma oração baseada nas passagens da bíblia: Mateus 6 : 9-13 e Lucas 11:2-4 Acredito que não foi essa a impressão que eu tive ao ler seu comentário. Na língua inglesa se percebe melhor que não se pede para que o Senhor desça para seu reino, mas sim um convite para que ele esteja junto aos que ele criou.
Quanto às suplicas, todas as religiões citam os anjos como mensageiros, eles são apenas intermediários. Cabe a eles receber e enviar os pedidos dos homens. Sendo Jesus um Avatar, creio que sua intenção era ensinar aos homens a humildade e a percepção de se pode pedir a Deus que este, é quem tudo pode...
Não se percebe na oração uma preguiça de se ficar esperando pelo pão, mas que o alimento nos tempos difíceis não seja escasso... E quanto “ao pão nosso”, muitos usam a expressão “o pão nosso de cada dia” como a labuta diária, e isso significa que não falte trabalho...
Todos nós somos um grão de areia na imensidão do universo e nos desígnios da eternidade... Espero que nossas percepções religiosas não nos afaste de querer conhecer mais sobre os mistérios do conhecimento universal e da sabedoria. Nós todos somos uma pequena
Chama viva de Deus.
E para colocar mais pimenta em nossa discussão…
O Deus* que habita** em mim saúda o Deus que habita em você.
* Acredito que este não tenha sexo.**Habita, ele não é meu nem seu, ele apenas vive, habita dentro de cada um de nos.
Kisses Mary Louise