Em 1951, aos 31 anos de idade, Isaac Asimov escreveu o texto "O Homem em Cultura" ("Breeds There a Man...?"). Nele relatava de forma inquestionável a possibilidade da existência da Humanidade ser para Seres imensamente superiores a nós algo equivalente ao que fazemos com as culturas de bactérias. Seríamos apenas objetos de estudos, existindo diversas "incubadoras" no universo. E mais, não somente a Humanidade seria tal objeto de análise; também os dinossauros e diversas outras formas de vida em nosso próprio planeta seriam foco de atenção. A história - e sua conclusão - são absolutamente brilhantes.
Eventualmente leio sobre experimentos com ratos, que são foco de muitas experiências por terem comportamentos e reações bastante semelhantes às dos seres humanos. Uma experiência me sensibilizou particularmente: um rato é colocado em uma gaiola com duas alavancas, uma das quais fornece comida quando pressionada enquanto a outra lhe dá um choque. Depois do rato estar acostumado a tais respostas, inverte-se os mecanismos, e a alavanca que dava choque passa a fornecer comida, e vice-versa.
Passado o susto inicial, o rato se acostuma à nova situação. E após algum tempo, nova inversão, voltando as alavancas à situação inicial. Novo susto e nova aprendizagem para o pobre rato. Este procedimento é repetido inúmeras vezes, até que se chega a um ponto no qual o rato não sabe mais o que esperar das alavancas. Ele chega a um nível de desespero tal que em dado momento se torna catatônico. Não reage mais às alavancas, mesmo que ambas passem a fornecer comida. O rato definha, mas não mais aperta as imprevisíveis, ilógicas e cruéis alavancas. Ele morre de fome.
Vivo em um Mundo no qual as respostas das pessoas são irracionais, imprevisíveis, ilógicas, cruéis. Os interesses que as movem são pequenos, minúsculos. Os retornos a meus gestos, por mais nobres ou filosóficos que eles busquem ser, é sempre inesperado. Machucam. O que quer que eu faça, levo um choque.
Asimov estava certo. Eu sou objeto de estudos. Um rato já quase catatônico.
Marcio em Cultura.
Eventualmente leio sobre experimentos com ratos, que são foco de muitas experiências por terem comportamentos e reações bastante semelhantes às dos seres humanos. Uma experiência me sensibilizou particularmente: um rato é colocado em uma gaiola com duas alavancas, uma das quais fornece comida quando pressionada enquanto a outra lhe dá um choque. Depois do rato estar acostumado a tais respostas, inverte-se os mecanismos, e a alavanca que dava choque passa a fornecer comida, e vice-versa.
Passado o susto inicial, o rato se acostuma à nova situação. E após algum tempo, nova inversão, voltando as alavancas à situação inicial. Novo susto e nova aprendizagem para o pobre rato. Este procedimento é repetido inúmeras vezes, até que se chega a um ponto no qual o rato não sabe mais o que esperar das alavancas. Ele chega a um nível de desespero tal que em dado momento se torna catatônico. Não reage mais às alavancas, mesmo que ambas passem a fornecer comida. O rato definha, mas não mais aperta as imprevisíveis, ilógicas e cruéis alavancas. Ele morre de fome.
Vivo em um Mundo no qual as respostas das pessoas são irracionais, imprevisíveis, ilógicas, cruéis. Os interesses que as movem são pequenos, minúsculos. Os retornos a meus gestos, por mais nobres ou filosóficos que eles busquem ser, é sempre inesperado. Machucam. O que quer que eu faça, levo um choque.
Asimov estava certo. Eu sou objeto de estudos. Um rato já quase catatônico.
Marcio em Cultura.
(Nota - Somente um Profeta consegue enxergar outro Profeta. Obrigado, Pitty, por nos abrir os olhos quanto à qualificação de I.A.)
(jul/2010)
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