quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quando nossos átomos se reencontrarem

A idéia a seguir não é minha; li alguma coisa a respeito há alguns lustros. Não saberia portanto dizer o quanto de tempero pessoal coloquei neste encadeamento, que explora nossa capacidade de compreensão do quase-infinito.

1. Por mais colossal que seja, a quantidade de átomos no Universo é finita.

2. Conseqüentemente, por mais incomensurável que seja (para nós), a quantidade de diferentes formas que estes átomos podem se combinar é igualmente finita.

3. O Tempo, no entanto, é infinito.

4. Existe portanto Tempo suficiente para que TODAS as combinações de TODOS os átomos ocorram. E se repitam. Infinitas vezes.

Ora, como o Tempo é infinito tanto para a frente como para trás, já passou Tempo suficiente para que todas as combinações já tenham ocorrido. Igualmente, haverá Tempo pela frente para que todas elas venham a ocorrer novamente.

Portanto, tudo que está acontecendo já aconteceu, incontáveis vezes; e vai acontecer de novo, incontáveis vezes.

Não há nada de novo! E não há, portanto, motivo para se preocupar com mesquinharias. Faça o que julgar melhor, o mais correto, o que você gostaria. Tenha coragem; você vai ter infinitas oportunidades de correr os mesmos riscos, ou de fazer as coisas diferentemente.

Vai viver sua vida inteira, igualzinha. Com a única diferença que em outra existência você tem / teve / terá olhos um pouquinho mais claros.

Vai viver sua vida inteira, igualzinha. Com a única diferença que em outra existência você saiu ontem com uma camisa verde.

Vai viver sua vida inteira, igualzinha. Com a única diferença que em outra existência você piscou o olho uma vez a menos hoje.

E assim por diante, e para os lados. Inesgotavelmente.

Eternamente.

(mar/2010)

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