segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Praça de Alimentação

O Arcanjo Gabriel e eu temos um debate que já dura toda a Eternidade em que nos conhecemos. Refere-se à devolução de bandejas em uma Praça de Alimentação. Tentarei ser imparcial na apresentação da argumentação; terei sucesso se ao final você não souber qual o lado que ele ou eu defendemos.

Note-se que a abordagem é puramente Econômica e Social, não havendo nenhum desvio de foco para o “cuidado”, “educação” ou “elegância” para com os demais usuários de tais Praças.

A questão é: deve-se devolver a bandeja usada à estação de limpeza, ou é melhor deixá-la sobre a mesa? Quando se deixa a bandeja sobre a mesa se está gerando um emprego; alguém deverá ser contratado para ir à mesa e levar a bandeja para a área de lavagem. Adicionalmente, o custo/hora de tal pessoa provavelmente será inferior ao custo/hora do usuário do restaurante, o que significa uma melhor utilização de recursos. E o funcionário da Praça sabe melhor o que fazer com os pratos, talheres e bandejas sujas do que o usuário eventual, que fica perdido um par de minutos e ainda acaba fazendo lambança.

Por outro lado... Como disse Delfim Neto (me recuso a adotar estas letras dupplas), deixar crescer o bolo para então distribuir. O emprego gerado para o recolhedor de bandejas na Praça de Alimentação é um benefício menor do que o lucro adicional gerado para o empresário dono da tal Praça, que o investirá em outros Shoppings, ou então deixará o dinheiro no Banco o que por sua vez vai possibilitar investimento governamental em Escolas, etc. Assim, o dinheiro que não for para a recolhedora de bandejas vai para um uso melhor, um emprego melhor ou para uma educação melhor.

Mas... se a recolhedora de bandeja não tiver o emprego agora, o filho dela vai precisar conseguir dinheiro agora de alguma outra forma... E talvez nem chegue a haver tempo para ele chegar a usufruir do investimento do dono do Shopping.

Levei a questão ao Professor BP de Filosofia, que levantou um outro ponto: não é por uma fábrica de armas gerar empregos que vamos passar a defendê-la.

Portanto, se você vir a mim ou ao Arcanjo (só um dos dois, o outro não concorda) deixando uma bandeja na Praça de Alimentação, ou o carrinho de supermercado no meio de estacionamento, não será por descaso, preguiça ou derespeito... é geração de emprego!

(dez/2010)

Um comentário:

  1. já dando a deixa da minha posição, não tem nada a ver com o Delfim essa explicação... ;)

    Outro jeito de pensar a respeito é relembrar que o dinheiro sempre, sempre está na mão de alguém. Não existe esse dinheiro etéreo, que está em algum banco ou "pessoa jurídica". Sempre há um receptor humano para ele, e cabe à este gastá-lo como quiser.

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