quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Mapa Astral


Tenho o privilégio de ter convivido por longo período com algumas sumidades do Esoterismo. Cecilia Elena, Maria Hermínia, Miriam Helena e ZRen discorriam sobre assuntos de Iniciados com uma autoridade e uma lógica de raciocínio difíceis de confrontar.

Tive a felicidade de ter meu Mapa Astral feito e analisado pelos 4, individualmente. Mas qual seria a postura de um Engenheiro Racional a este respeito?

Por um lado, sempre fui adepto da linha “a influência gravitacional das constelações sobre nós é menor do que a influência gravitacional de uma caixa de fósforos em cima do Empire State Building sobre um transeunte a seus pés”. Tão simples quanto isto.

Por outro lado...

No excelente “Seu Futuro Astrológico”, Linda Goodman diz algo como:
“Se você vai conhecer uma Pessoa e não sabe nada sobre ela, é uma coisa; mas se souber que (por exemplo) se trata de um Homem, com 57 anos, que é um Engenheiro com Mestrado em Administração, que mora há 24 anos em São Paulo, é Agnóstico, Motociclista, Paraglider, Leitor voraz, Rockeiro, Vascaíno, Peregrino, não tem Filhos... já dá para fazer uma idéia do que vai encontrar. É claro que quando conhecer a Pessoa, muita coisa não será como você imaginou; mas este conhecimento genérico é melhor do que não saber nada sobre ela. Com o Mapa Astral, é a mesma coisa.”
Belíssima argumentação!

Existe uma curiosidade em meu Mapa Astral que bate na mosca com minha personalidade: não há nenhum Planeta ou Astro em signo de Terra. A grande maioria está em signos de Ar, com alguma coisa em Fogo e Água. Isto indica uma colossal propensão ao Mundo das Idéias, à Filosofia, ao vento, à moto, ao parapente e à Liberdade absoluta; e por outro lado, enorme dificuldade em lidar com aspectos práticos da vida, com coisas terrenas, em conviver com sujeira. ZRen insistia que eu deveria lidar com a terra, escavucá-la e plantar coisas como forma de compensar este desbalanço - quase uma atrofia - em meu Mapa Astral. Sempre discordei: achava que uma pessoa deve insistir em seus pontos fortes, ao invés de socar ponta de faca em pontos fracos nos quais não tem nenhum interesse.

De qualquer maneira, era (é) uma verdade inconteste que meu Mapa Astral descrevia (genericamente) minha Personalidade com precisão.

Um outro dado veio de um livro sobre Horóscopo Chinês. Lá era dito que “não há nenhuma correspondência entre os signos dos horóscopos ocidental e chinês; são completamente distintos. Existe no entanto uma única exceção: os signos de Macaco e Gêmeos são absolutamente idênticos. Assim, quem nascer em Macaco e Gêmeos terá tanto as qualidades dos dois signos quanto seus defeitos potencializados ao extremo”. Bingo!

Enfim, continuo sabedor da total inexpressividade da influência gravitacional das constelações sobre nós. Mas qualquer Agnóstico tem consciência de que uma infinita maioria de coisas está além de nossa limitadíssima capacidade de compreensão, entendimento ou mesmo do alcance da primitiva Ciência que esta Raçumana desenvolveu até aqui.

(SP, nov/2013)

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