quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Aviso: “Inception” (“A Origem”) é uma PORCARIA!

Este texto não contém ‘spoilers’, pois é impossível estragar algo que já é tão péssimo.

“Inception” (“A Origem”) é um filme sobre o mundo dos sonhos que consegue não ser onírico. Confunde “fantasia” com “forçação”. Só pancadaria, gratuita e desnecessária. Erraram no ator: não devia ser o DiCaprio, mas sim o Vin Diesel. Ou então o Van Damme.

É uma pena, pois idéia, orçamento e recursos são excelentes. Além de Marion Cotillard: o filme só não é nota zero porque ela está maravilhosa! Uma condescendente nota 1, portanto.

A grande vantagem de assistir “Inception” é que é a única sessão de cinema atualmente em que você não precisa ver o trailer de “Inception”!

A única coisa admirável no filme é que esta coooisa cause admiração em algumas pessoas cujas opiniões eu respeito!...

Mas se trata de um plot ilógico, que apela para soluções estrambóticas, irracionais, inaceitáveis e escalafobéticas, coisa de roteirista com Q.I. rasteiro. Não é que eu não aceite fantasias: muito pelo contrário, meu Mundo é inteiramente de Fantasia – e portanto eu sei do que falo, e o terreno em que piso. Me apresente um plot lógico – por exemplo, uma fadinha minúscula na qual só cabe um único pensamento e que joga um pó mágico de pirlimpimpim que quando você tem um pensamento feliz você voa – e OK, eu aceito! Mas não aquele monte de coisa forçada, ilógica, mal resolvida e sem criatividade nenhuma.

Vamos lá (e aqui talvez seja necessário você ter visto o filme, ou talvez deixar de ler se não o viu e planeja fazê-lo):
- levar máquinas para dentro dos sonhos?
- estas máquinas influenciarem a cabeça de outra pessoa??
- o que é aquele exército treinado, armado e violento à espreita para defender um cara que nem sabia que estava sonhando???
- o que é aquele limbo ridículo que se alguém sonhar que morre estando dopado não consegue mais sair????
- era fácil convencer Marion que ela não estava sonhando: era só mostrar que ela sabia e se lembrava como tinha chegado a qualquer um daqueles momentos (ao contrário do que acontece nos sonhos);
- quando sonhamos somos influenciados pelo que acontece no exterior porque nossos sentidos estão efetivamente percebendo o que ocorre no mundo físico. Assim, se você recebe água na cara ou se cai da cama, seus nervos, músculos, proprioceptores e sistema vestibular de equilíbrio dentro do ouvido interno estão efetivamente percebendo o que ocorre fisicamente no mundo real, e o transmitem para o sonho. Mas dizer que o que ocorre em um “nível 1 de sonho” seja retransmitido para o “nível 2 de sonho” não faz o menor sentido: o corpo físico não está percebendo coisa nenhuma, e portanto não tem como repassar nada para o sub-sub-consciente!
- e se repassa, porque o “nível 3 de sonho” não percebia? Porque o pessoal na fortaleza ártica não ficou flutuando no ar?

Passei boa parte do filme desejando ir embora, e só não fui porque esperava que acontecesse alguma coisa – qualquer coisa! – interessante, uma reviravolta, etc. Mas não acontece porra nenhuma, ao menos nada inteligente, apenas situações forçadas e pouco criativas, completamente estúpidas para forçar uma tensão que não existe. Um filme pretensioso e mal engendrado.

Propaganda enganosa. Uma completa perda de tempo.

(ago/2010)

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