quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Big Bang Baby

O Homem prospectou o incomensurável espaço à sua volta, infinito de acordo com as escalas que conhecia. Mirou o mais longe que conseguia enxergar, e concluiu:
- “É espaço demais para que somente eu exista. Certamente existirão outras raças.”

O Homem investigou seu passado, o mais longe que conseguia enxergar, e concluiu:
- “O início de tudo se deu em uma grande explosão. Um jorro incomensurável de energia. Tal origem é inexplicável. Mas a partir de então, tudo começou a se formar.”

O Homem analisou seu futuro, o mais longe que conseguia enxergar, e concluiu:
- “Só tenho certeza de meu fim. E então, encontrarei o Criador.”

O tempo passou.

O Homem cresceu. Evoluiu. Lentamente foi compreendendo e ocupando o infinito que o cercava. Mas não encontrava outras raças. Não conseguia explicar sua origem. E não sabia o que aconteceria depois que deixasse aquele Universo que conhecia.

Eventualmente o Homem ocupou todo o Espaço. Viu que não existiam outras raças, e que se enganara: aquele Universo era na verdade exíguo para ele. Apertado. Sufocante. Compreendeu que não tinha levado em consideração seu próprio crescimento quando, ainda naquele estágio primitivo, avaliou o então inexplicável vazio do que parecera ser uma infinitude. Agora necessitava sair, e encontrar algum outro Universo para viver.

A bolsa d’água se rompeu, e chegou ao fim a existência do Homem em seu pequeno universo uterino. Ele saiu, e encontrou enfim seu Criador.

Mas também ele não sabia de onde vinha, e nem para onde ia.


(Thanks, I.A.!)

(dez/2010)

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