Em 2012 foi lançada uma edição especial comemorativa
dos 50 anos do magistral “A Clockwork Orange” de Anthony Burgess.
Boa parte de tal edição é dedicada a esclarecedores
ensaios do Autor sobre sua genial Obra.
Em um deles, Burgess menciona que a utilização de gíria
russa (“nadsat”, proveniente do sufixo russo que equivale ao “teen” inglês) é
na verdade um “brainwash device”. Os termos e expressões nadsat aparecem cerca
de 10 ou mais vezes por página, e lá pela metade do livro - sem sentir - o
Leitor já entende boa parte deles (e até passa a utilizá-los em seu
dia-a-dia!). Burgess explica no ensaio que é exatamente assim que funciona a
lavagem cerebral: a pessoa não nota que a idéia lhe foi inoculada, e acredita ser ela mesma a única responsável por aquele raciocínio que a domina.
Lembremos que a lavagem cerebral é a parte central do livro; Burgess, portanto, sutilmente
submete seus próprios Leitores a um suave “Tratamento Ludovico”.
Todos os integrantes de uma numerosa Família carioca
torcem pelo mesmo time, que vem a ser o mesmo time do Patriarca.
A Primogênita de tal Família vem me dizer, cheia de
orgulho:
- “Fui eu que escolhi o meu time!”
Ela... os 3 outros Irmãos... e os 8 Netos. Todos “escolheram” o mesmo time.
É assim que funciona.
(jan/2014)
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