Quase todo final de semana é a mesma ladainha: um
penalty marcado onde se discute se houve intenção do infrator de desviar a
trajetória da bola, ou se foi sem querer - o que, segundo alguns, isentaria o
defensor da culpa pela infração.
A questão é estúpida, e se a regra não é
suficientemente clara ela deveria ser alterada de forma a não gerar mais
questionamentos ignóbeis. É simples: bastaria ser “bola que toca na mão, braço
ou antebraço É FALTA, independentemente
de haver ou não intenção”. Pronto: acabou a interpretação, acabou a discussão,
acabou o questionamento, o critério pessoal (possivelmente negociável) e os
melindres: bola-na-mão-é-falta, e fim de conversa. Afinal, a trajetória da bola foi alterada por um elemento estranho ao foot-ball.
A intenção de cometer ou não a falta servirá somente para
determinar se o faltoso será ou não advertido / punido com um cartão. Fez falta
sem querer? Sorry Kid, é falta! Fez de propósito? Eis aqui seu cartãozinho, bem
merecido. E tem também uma falta.

Outra vantagem desta simplificação é recompensar os
defensores que colocam as mãos para trás do corpo quando a pelota está com o
adversário: estes jamais cometem a infração. Aqueles que ficam com os braços
abertos (e OH, atrapalham sem querer o ataque adversário!...) ficam depois se
lamuriando com o beneplácito da Imprensa e torcedores:
- “Foi sem querer...”
Que azar! Tadinho!
Tão óbvio. E por isto mesmo, tão difícil...
(É claro que o passo
seguinte seria os jogadores chutarem propositadamente a bola na direção dos
braços dos Adversários. “Eu sei que isto é Esporte, que é nobre, o importante é
competir, mas se for para ganhar, o fair-play e os escrúpulos não irão me
atrapalhar, não é mesmo?”)
(SP, set/2014)
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