quinta-feira, 25 de setembro de 2014

The Good, the Bad and the Evil


Se tivermos um grupo de 100 indivíduos dos quais 2 sejam “do mal”, esta minúscula minoria conseguirá tumultuar a existência dos demais 98%.

Um único vizinho baterista esgota a paciência mais de duas dezenas de condôminos pacíficos. Um motorista com o carro “tunado” inferniza a vida de mil moradores em uma cidade pequena.

Um único camarão estragado em uma caldeirada estraga todos os outros 100 que estão lá dentro.

Embora nos filmes a vitória final seja (quase) sempre do Bem (o que chega a ser uma pena, pois às vezes os planos dos vilões são geniais e magníficos), tal superação só acontece porque os “bonzinhos” são melhores na pancadaria do que os malvados. Em outras palavras, o Bem não vence no cinema porque é Bom, mas simplesmente porque é bom... de porrada. Se algum dia um vilão fosse bom de porrada ele iria portanto vencer – não tem nada a ver com “vitória do Bem”, é sempre simplesmente a “vitória do mais forte”.

Políticos que poderiam se valer da rara e iluminada oportunidade de ajudar milhões de companheiros de jornada optam por prejudicá-los, apenas para locupletarem os próprios bolsos.

Abandonemos a quimera à qual somos condicionados de que o Bem é mais forte. Não é, pelo contrário: o Mal é mais forte em uma proporção empírica de 50 para 1. O Bem só vence (de vez em quando) por ser maioria, e não por ser mais forte.

O que não deixa de ser um consolo.

(SP, set/2014)

2 comentários:

  1. Excelente teu ponto sobre quão fraca é a vitória do bem no cinema. Infelizmente, eu tenho a percepção de que, um filme de 2 horas não consiga contar as quantas sequencias de estórias necessárias para o bem vencer o mal por motivos diferentes dos métodos Chuck Norris.

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    1. Repare, Koreivo, que até o Van Damme se deu mal quando passou para o lado do Mal (em "Mercenários 2")!

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