segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Não Foi Suicídio!

Li certa vez que pessoas que morressem atropeladas a menos de 200 metros de uma passarela de pedestres teriam um registro de “suicídio” em seus Boletins de Ocorrência. Não posso afirmar que isto seja válido para todos os estados do Brasil, ou até mesmo que tal Lei ainda seja válida em algum lugar do Brasil. Mas fiquei impressionado e temeroso, e todas as vezes que atravesso a rua próximo a alguma passarela fico com um receio exagerado de ser atropelado. Nada tenho contra o suicídio – acho que cada um é dono de sua vida e de seu destino, que a decisão é exclusivamente pessoal, que a vida é para ser curtida e não carregada como uma cruz, mas que todo mundo vai morrer mesmo de forma que apressar a coisa é perder um monte de experiências em troca de algo que se vai ter de qualquer maneira – mas não gostaria de ser classificado post-mortem por algo que não fiz.

Cheguei a comentar com uma Amiga Advogada que para garantir eu iria carregar no bolso uma nota “Não foi suicídio!” para caso algum dia acontecesse algo parecido, mas ela me alertou (com razão mais do que evidente) que não conhecia tal Lei, e que eu fosse atropelado e encontrassem uma nota assim, aí mesmo é que todo mundo ia achar que foi suicídio!

Fiquei sem saída, a não ser perder um enorme tempo para atravessar as ruas pelas tão mal projetadas passarelas. (É curioso que não coloquem certos sinais de trânsito, só com o objetivo de que a travessia dos pedestres não atrapalhe os carros, ou seja: o carro é mais importante do que as pessoas.)

Mas se algum dia eu for atropelado perto de uma passarela (outro dia um motociclista em ziguezague avançou um sinal e quase me catou), fica desde já o registro: não foi suicídio!

(jan/2011)

Um comentário:

  1. Hi Marcio,
    Nao existe tal lei.. o que ocorre é que a Jurisprudencia tem isentado alguns motoristas de culpa no caso de traseunte que atravessa uma via expressa e sofre obito, por considerar culpa exclusiva da vitima. Mas nem sempre é assim ha casos que q rede ferroviaria foi considerada culpada por obitos de bebados na linha do trem. Eles consideram a responsabilidade da rede ferroviaria por falha in vigilando.

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